terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Primeira de 2012.

Começou 2012. A noite da virada foi a mais diferente dos meus últimos anos. Pela primeira vez sem ela, sem a família dela...Sem nossa confraternização...Sem fogos abraçados e juras de amor eterno aos beijos...A sensação era de fim, fim mesmo. Com o fim do ano, foi o fim de uma etapa. Entrarei 2012 sem ela na minha vida. Pela primeira vez ela não me terá na vida dela um ano inteiro. Sim, das muitas coisas que acho que irão acontecer esse ano, não acho que ela voltará a falar comigo...talvez ela fique noive, talvez case, talvez faça mais uma super viagem, com certeza ela vai se formar, mas eu de volta, mesmo de forma diferente? Não!
O ano novo foi passado na casa de amigos da minha amiga, professora de física. E teve a participação mais que especial de quase todas as pessoas que são importantes para mim. Muitos dos meus grandes amigos estavam lá. Me amparando, cuidando de mim. E sem me conhecer profundamente, claro. Há poucas coisas com as quais eu fico mais desconfortável do que dormir, me hospedar em casa de pessoas que eu não conheça. Mesmo com essas pessoas fazendo de tudo para que eu me sinta bem...Sou chato com isso. Não queria ir e rolou até um leve estresse com isso e minha amiga. Chovia torrencialmente em minha cidade, teríamos que ir de carro para a praia onde fomos...enfim incômodo. Mas, fim de ano, a paz tinha que reinar e lá fomos. Foi divertido. Demos muitas risadas. A casa tinha três pavimentos, sendo o último uma varanda aberta no terceiro andar. Foi para lá que fui ás 23hs. E fiquei durante 45 minutos, finalmente sozinho com meus pensamentos. Chorando. Rezando. Me culpando. Pensando. Tudo que eu vivi em 2011. E não iria embora só porque o calendário iria mudar o ano. Não é assim que a coisa funciona com nosso coração. Você não deixa de ter uma dívida de um ano para outro. Você não fica sem problemas a partir das 00hs01 do novo dia, novo ano. E era assim que eu me sentia. Com a casa lotada, ninguém foi falar comigo e ainda bem. Quase não fico mais só com meus pensamentos. Nem tecnologia, nem amigos deixam. 
Perto da virada fomos para a praia para a contagem. Mas...eu já não estava mais em condições. Arrasado acompanhei a contagem com meus amigos. Tirei algumas fotos sem sorrir. No momento da virada muitos abraços e muitas frases lindas dos meus amigos. Do meu amigo que mora comigo ouvi: "Irmão.Não menos que isso". "Eu te amo cara! Te encontrar esse ano foi meu maior presente, meu melhor amigo!"  Foi o que escutei do meu amigão professor de matemática. "Se eu briguei contigo antes me perdoa. É que era fundamental que tu viesse. Sem ti não tinha virada.Te amo" Me disse minha amiga, de física. Todos com palavras lindas. E eu chorando. Demais. Muito. Começou a chover mais. Olhei para o céu, abri os braços. E desejei a ela feliz ano novo. Ao namorado dela. A minha amiga que tanto prejudiquei. A família dela. Mandei a mãe dela, e a ela um feliz ano novo via mensagem. A mãe dela respondeu a de natal. Ela não. Enfim...não esperava mesmo votos de coisas boas.Na chuva fiquei até ser chamado para voltar pelos meus amigos. Eles ficaram na sala, rindo, se divertindo. Brincando. Eu não estava no clima. Fui deitar. Sem computador comecei a ler meu primeiro livro do ano: As Esganadas do Jô Soares. Terminei 5hs depois ás quase 300 páginas do livro. E ainda demorei mais um pouco para dormir. Novas lágrimas. 
No dia seguinte, após o almoço, todos acordamos tarde, fomos para casa. Não quis muito papo. Entrei no quarto e ali fiquei. Vendo as séries que ela gostava, que víamos juntos, novas e intensas lágrimas. Recebi ligações, batidas na porta, mas fingindo dormir, neguei o convite. Meu dia, meu ano novo, começava mal. Muito mal. Se for uma amostra do que virá...

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