quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Morrer.

Colocar fim a vida. Me matar. Me suicidar. Durante esses quase 7 meses de existência desse espaço, criado apenas como conselho psicológico, sem a pretensão de atrair leitores e que hoje conta com um público fiel. vocês que me leram acompanharam muitos dos meus dramas. E me leram também em uma série de oportunidades, pedir, implorar, suplicar a morte. Tentar a morte. Por mais de uma vez. Tentativas frustradas, atrapalhadas ou nem tentativas...alguma coisa relacionado a isso que em meus piores momentos eu chamei de tentar, ou pra chamar a atenção desesperadamente eu disse que tentei...Vontade não faltou nesses últimos meses. Foram ( são) muitos os dias em que nem levantar da cama quero. Muitos os dias em que choro em silêncio. Alias eu raramente encaro meu próprio silêncio. Sempre lendo. Sempre vendo uma série. Sempre ouvindo música. Nunca sozinho comigo mesmo. Nunca pensando, agora em pensar. Felicidade em viver? Não tenho mais. Mas aquela vontade louca ( e prometida para o dia 19 desse mês) de me matar também não faz parte de mim nesse momento. Me disse um padre com quem conversei ontem, justamente sobre isso: "Acredite na redenção dos pecados." O mal feito não pode ser desfeito e eu creio sim, nisso. Não há qualquer atitude que eu tome para com terceiros, boas ou ótimas, que fará com que minha ex namorada, sua família, amigos dela, a amiga que enganei, o amigo que enganei e tantos outros digam: "nossa, agora ele mudou..." Na realidade, acho que mesmo se eu contasse as coisas que realizei durante esse segundo semestre eles não acreditariam. O que é bastante irônico. Durante anos eu só relatei feitos maravilhosos. Já fui filho de pai rico, carioca com família rica no Rio de Janeiro. Já fui tecnico de futebol amador. Já fui diretor de marketing de empresa. Já fu namorado de mulheres fantásticas, algumas reais e que sofreram essa difamação, outras inventadas e que causaram dor a quem eu amo. Já tive em meus delírios carros, apartamento...e contava isso aos quatro cantos. Ao perder, tive que me reinventar. Arrasado, em depressão, chorando todo dia, saí do nada. Me reconstruí. Morri. Sim. Falei tanto em morrer e morri. Cada dia um pouquinho. Cada vez mais.Me tornei outro. Ainda cheio de defeitos. Ainda em processo de parar de mentir. Mas outro...E realizei nesse semestre que vai se concluindo, coisas fantásticas. Acreditarão eles um dia que criei e coordeno um projeto comunitário para jovens carentes que querem passar no vestibular? Acreditarão que me voluntariei a três projetos sociais envolvendo crianças com HIV, com câncer e cachorros abandonados? Que virei professor titular de gramática e literatura de um bom colégio particular e quem em 3 meses me tornei o xodó de todas as turmas? Que mães ameaçaram tirar seus filhos do colégio se eu for embora, que na chamada dos professores para a entrada da formatura eu fui ovacionado de pé? Que há um número considerável de alunas apaixonadas por mim? Que dei aulões fantasiado? Tudo isso que falei aqui, eles poderiam confirmar direta ou indiretamente no meu facebook por exemplo. Mas mesmo vendo com seus próprios olhos...acreditariam? Creio que não. Eu morri. Mas o fantasma do que fiz, das minhas monstruosidades, da minha canalhice, seguirá os assombrando para sempre. A maior prova disso é meu ex melhor amigo. A primeira pessoa que de fato enganei nessa vida, com as mentiras mais escabrosas. Na oportunidade que ele teve de dizer para minha ex namorada que eu era um mentiroso, ele disse. Haviam se passado 12 anos. Mas ele nunca esqueceu. Disse que havia perdoado. Nunca perdoou. 12 anos. Para uns, tempo mais que suficiente. Mas para quem sofreu a dor, a perda do que imaginava existir sem nunca ter existido, perder o que nunca teve. 12 anos e quando viu que algo poderia se repetir, nao exitou em ajudar a botar um merecido fim no meu namoro. Para quem praticou o mau, como eu, é fácil superar. Mas olha o tamanho da dor e do trauma dessas pessoas...acho que levará bem mais que 12 anos para que eles esqueçam. Muitas vezes ainda, a vontade de me matar voltará. Mas hoje, hoje não mais. Se não consigo a redenção, o perdão deles, talvez consiga o da sociedade. Talvez consiga o meu...E aí...como num passe de mágica, eles lembrem também dos ótimos momentos que passamos juntos. E que para mim, ficarão marcados para sempre. Adeus ideia de suicídio. 

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