segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Em má companhia.

As companhias dizem muito do que você QUER. Não acho que definam o caráter de alguém, mas definem suas vontades, seus sentimentos no instante em que você opta por "andar" com alguém. Me parece bem óbvio que se voce anda com uma turma apaixonada por cinema, em algum momentos você quererá ver um filme. Não significa necessariamente que você é um apreciador da sétima arte. 
Companhias edificadoras, claro, te levam para cima. Elevam o espírito e se você deixar são capazes de ajuda extremamente eficazes naqueles momentos de tristeza absoluta. Do mesmo modo companhias que mesmo sem querer lembram que você fracassou, perdeu, tem um caráter absolutamente questionável ( pra dizer o mínimo) e que não sairá da areia movediça em que se enfiou podem derrubar muitas das suas "conquistas". Nos últimos dois dias, eu fui essa companhia para mim mesmo. Corroído pela culpa, pela dor, pela saudade, foi um arremedo de ser humano. Em absoluto silêncio durante mais de 48 horas. Sem atender telefone, mandei mensagens para os meus amigos que me ligaram, entrando muito pouco em qualquer rede social. Poderia dizer que produzi, que li muito, que vi muitos filmes bons, que fiz uma maratona das minhas séries preferidas...mas pra quê mentir para vocês não é? É aqui nesse espaço que desabafo e comento minhas mais variadas falhas. E elas são muitas. A desse final de semana foi isso: abrir mão de viver, de ir na rua, de sair com meus amigos, de receber em casa minha amiga, de ficar agarradinho vendo televisão. Eu disse um NÃO bem grande para a alegria. Vejam, é diferente dos primeiros meses do término quando eu vinha aqui e me lamentava que não tinha ninguém para dividir minha dor. Eu tenho. Mais de uma pessoa. Mais de cinco pessoas. Que me amam. Que não me julgam. Que não entendem o que eu fiz, mas que apostam em mim, apostam que minhas maldades ficaram no passado. E ainda assim eu recusei. Ainda assim fiquei na cama. Chorei.Não visitei a página pessoal de ninguém na internet. Vi um vídeo nosso, de quando comemoramos 4 anos de namoro, vi fotos...e relembrei para mim mesmo cada mentira que contei nesses anos todos de vida...tentei lembrar qual foi a primeira...para quem foi...já faço isso há tanto tempo que nem lembrei. Vi cerca de 5 episódios de séries ( nada para quase 48 de ócio) e um filme. No final do domingo aceitei o último convite que me fizeram no dia: participei de um podcast dos meus amigos que moram em outro estado. Não foi divertido. Estava disperso, calado. Quando for ao ar será uma amostra de um final de semana em que fui completamente inútil. Inútil como amigo. Inútil como ser humano que sequer produziu algo para si ou outros em 48 horas. Inútil para a vida. Essas 48 horas mostraram o quanto minha companhia faz mal a mim mesmo. O quanto devo preencher minha vida com coisas melhores. Eu sofri por opção. E isso é doentil. É pequeno, até para mim.

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