terça-feira, 29 de novembro de 2011

Não me falta nada...

Sob tantos pontos de vista minha vida está completa. Não falta nada. Eu conquistei novos amigos e coisas que achei que ainda demoraria muito para conquistar. Era pra eu me sentir melhor. Mais bem disposto. Mais pronto. Mais inteiro. Então porque não me sinto? Porque estou parado? Qual o sentido? Onde está a reação, prometida, ensaiada, por horas desejada e por tantos momentos ignorada?Ainda estou longe, incapaz, por culpa, medo, insegurança de dar mais um passo em quaisquer uma das minhas relações.
É. Não me falta nada. E ao mesmo tempo me falta tudo. Me falta quem era meu tudo. Me falta ela.
Arnaldo Antunes traduz com exatidão praticamente em todas as estrofes, tudo que sinto. 



A Casa é Sua
Arnaldo Antunes
Não me falta cadeira
Não me falta sofá
Só falta você sentada na sala
Só falta você estar
Não me falta parede
E nela uma porta pra você entrar
Não me falta tapete
Só falta o seu pé descalço pra pisar
Não me falta cama
Só falta você deitar
Não me falta o sol da manhã
Só falta você acordar
Pras janelas se abrirem pra mim
E o vento brincar no quintal
Embalando as flores do jardim
Balançando as cores no varal
A casa é sua
Por que não chega agora?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora
A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio
Não me falta banheiro, quarto
Abajur, sala de jantar
Não me falta cozinha
Só falta a campainha tocar
Não me falta cachorro
Uivando só porque você não está
Parece até que está pedindo socorro
Como tudo aqui nesse lugar
Não me falta casa
Só falta ela ser um lar
Não me falta o tempo que passa
Só não dá mais para tanto esperar
Para os pássaros voltarem a cantar
E a nuvem desenhar um coração flechado
Para o chão voltar a se deitar
E a chuva batucar no telhado
A casa é sua
Por que não chega agora?
Até o teto tá de ponta-cabeça
Porque você demora
A casa é sua
Por que não chega logo?
Nem o prego aguenta mais
O peso desse relógio

Meio ano!

Seis meses. Meio ano. Hoje completo 180 dias do fim do meu namoro. E não, o mundo não parou para que eu me curasse. Pelo contrário. O mundo seguiu girando. As coisas seguiram acontecendo. As lágrimas caíram em profusão. Os momentos de lembranças foram fortes. Mais sofri do sorri. Mais fingi do que fui sincero. Tentei me matar diretamente 3 patéticas vezes. Indiretamente busquei a morte outras 4 vezes. Nada adiantou. Dei os mais variados passos em direção a uma melhora. Saí do nada. Arrumei um novo emprego. Me tornei professor. Me envolvi em 3 voluntariados. Fiz diversos novos amigos. Amigos online, amigos para rir, amigos para chorar, amigos para beber, amigos para falar de futebol...Mudei de casa. Fui expulso da vida dela. Cortado de suas redes sociais. Sem msn, facebook, sem resposta de e-mail. Sem contato de nenhum tipo. Sem notícias se está bem ou mal. Nada. Só a distância e entre nós dois um amor imenso não correspondido. E o medo. Medo de encontra-lá por aí com o namorado dela. Medo de vê-lo exuberante de felicidade enquanto eu ainda me sinto um lixo. Medo que ela me ignore ao me ver, mesmo estando sozinha. Se tivesse a certeza que ela falaria comigo, como alguém com quem ela dividiu a vida durante longos 7 anos, tudo estaria melhor. Mas não vejo isso acontecendo.É inegável que muita coisa mudou na minha vida nesses últimos meses. Nunca ganhei tão bem, mas nunca tive tantos gastos também. Nunca ajudei tanto em casa quanto agora. Nunca trabalhei tanto. Nunca estive tão ocupado. Fazia muito, muito tempo que eu não tinha tantos amigos. Tantas meninas apaixonadas por mim. Era tão admirado sem precisar mentir. Tinha as coisas da faculdade tão em dia ( pelo menos até duas semanas atrás.). Nesses seis meses foram incontáveis noites sem dormir. De pesadelos. De sonhos. De tristeza. De dor. De ausência. De medo. De tentativas frustradas. De meus piores momentos revividos. Peguei muletas para minha vida. Meus alunos. E hoje, estou bem perto, com o fim do ano, de perder essas muletas. Não me sinto tão pronto. Não me sinto tão bem. Não m sinto vivendo.Me sinto sobrevivendo. Mas sigo. Uns dias piores que outros. Às vezes melhor. Ás vezes mais fraco. Mais forte. Querendo desistir. Querendo que tudo acabe. E não acaba. Tomei uma resolução que já partilhei aqui e a despeito das alegrias dos últimos dias, não mudei de ideia. Porque nenhuma vida que eu sonhei para mim, tem sentido sem ela. Sem a presença que fazia da minha vida, uma vida mesmo. Mais completa. Mais feliz. Mais. Fazem seis meses hoje. E parece que foi ontem. Ontem que a minha vida de fato acabou, deixando o legado da sobrevivência sem sentido para mim.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

De cama.

Depois de um sábado muito bom, tive um domingo de cama. Amanheci com a gargante inflamada e o estômago detonado. Talvez por conta de tudo que comi no sábado. Passei mesmo muito mal no domingo e acabei perdendo o churrasco do meu amigo que vai viajar em intercâmbio daqui a duas semanas. Não gostei porque ele já é uma pessoa bem especial para mim e o meu não comparecimento deixou ele chateado. Até desci pro salão em dado momento, mas não consegui permanece mais que meia hora. Vim para a cama onde até a febre me abateu. Meus amigos compraram remédio para mim, fui medicado e fiquei no quarto. Confesso que essas horas de doenças sempre são ruins para quem não tem aquela pessoa que nos ama por perto. Claro que eles me amam. Se importam demais comigo. Mas é diferente de uma mãe( ao menos uma mãe que possa cuidar de você, e que se não possa, lhe mime o suficiente) ou aquela pessoa que você ama de paixão e que te trás sopinha na cama, enche de cuidados, carinhos, beijinhos...É algo que faz sim muita falta. Na parte da manhã de segunda dei uma piorada, fui para uma clínica e não fui dar aula. Sem maiores consequências, minha matéria está bem adiantada e a diretora só ficou preocupada mesmo. Vim para casa e aqui estou, bebendo líquido, tomando remédio e sozinho. E é mais uma opção. A amiga de sexta se ofereceu para vir para cá cuidar de mim. Confesso que não consegui dizer que sim. Ainda não estou pronto para isso. E não sou hipócrita, é uma moça que se eu quiser namorar hoje, hoje começamos a namorar.Mas não estou MESMO pronto. Por hora ela seguirá como uma amiga especial e é o que eu posso e consigo fazer agora.Não quero modificar minha vida tão rápido. E já estou sendo cobrado para isso. Sempre explico que o fato da minha ex namorada estar namorando menos de um mês depois do fim do nosso namoro, não me obriga a nada, até porque ela foi vítima eu fui quem vitimizou. É diferente. Ela precisava do que ela conseguiu: um namorado, com certeza amigo, honesto, compreensivo. Eu preciso primeiro me limpar da sujeira que fiz. Primeiro ficar e me sentir contente sem culpa. Quando tudo isso acabar, perceber se me sentirei bem de novo com outro alguém.Por hora estou aqui, na cama, com dores, tomando remédio e recebendo ligações de pessoas que se importam comigo. Uma coisa parece mesmo que já é fato: Eu não estou sozinho!

sábado, 26 de novembro de 2011

Pra quem sofre:

Pra quem sofre, pra quem chora, pros desesperançados, para o quebrados, para os tristes...quem sabe essas palavras não ajudem? Quem sabe isso não seja verdade? Não acredito em tudo não, mas um fundo de verdade até que tem:




Se você está sofrendo por causa de um amor perdido, eu tenho más notícias: NÃO HÁ NADA QUE VOCÊ POSSA FAZER. E não há ninguém que possa ajudar. Na melhor das hipóteses, você vai ter um amigo paciente pra levá-lo a um bar e ouvir suas queixas e, eventualmente, buscar você em um bar e leva-lo pra casa com segurança, nos dias que você se comportar feito um bobo. Na verdade, até existe alguém capaz de curar sua dor, mas esse alguém não costuma ter pressa: ele se chama tempo.


Portanto, procure levantar sua cabeça, e dar um passo adiante, por menor que seja,  PORQUE VOCÊ AINDA TEM UM LONGO CAMINHO A PERCORRER DENTRO DESSE INFERNO .Ter pena de si mesmo não vai ajudar em nada, e por mais que você que não acredite, eu posso te garantir que você sente algum prazer em cultivar esse sofrimento. Sim, estar triste é uma forma de exercer a paixão, quando o alvo dessa paixão já se foi. Você está usufruindo o seu direito de estar eternamente apaixonado. Isso é ótimo, prova que você é um romântico. Mas, coisas ótimas não costumam ser baratas, e VOCÊ TEM QUE PAGAR SEU PREÇO. 


Em algum momento, tudo isso vai passar. E nesse caso, quando o furacão for embora, ele não deixará destroços, como se nada tivesse acontecido.VOCÊ VAI RECUPERAR SUAS NOITES DE SONO. Vai se sentir revigorado, vai tá feliz consigo mesmo, vai levantar sua auto-estima. Você vai tá pronto pra entregar seu coração à outra pessoa, mesmo correndo o risco de parti-lo em mil pedaçoes novamente, porque o amor… sempre vale a pena

Vida?

Se a sexta foi diferente, em termos de conduta, risadas, alegrias, e tudo mais, o sábado também foi por todos esses fatores potencializados. Não acordei tão tarde quanto eu queria, tinha reunião do pré vestibular de manhã, mas consegui descansar bem. A reunião foi aquele momento de uma galera que se gosta...avaliamos nosso aulão, parabenizamos uns aos outros...a galera se admira muito e nessa hora final, tudo isso é importante. Depois da reunião almoçamos todos juntos e eu fui num show promovido pela maior rede de ensino da minha cidade, um mega aulão e na minha cabeça era só isso. Acontece que os dois professores de história do cursinho e o professor de física dão aula nessa rede de ensino e são muito fãs das minhas aulas e me apresentaram ao dono com recomendações que me deixaram até vermelho. Conversamos por cerca de quarenta minutos, ele gostou de mim e marcamos de conversar mais assim que acabarem as aulas. É o máximo da carreira que um professor na minha cidade pode chegar. É onde almejei chegar.É onde ela e eu almejávamos que eu chegasse. Vai acontecer? Não sei. Existem diversos fatores. Mas não nego que só o fato de ser cogitado me encheu de orgulho. Ouvir meus colegas falando de mim do jeito que eles falaram...não tem preço. Confesso que me imaginei chegando em casa e contando para ela como foi isso...a felicidade que ela ficaria...Enfim...afastei esse pensamento da cabeça e fui para o aulão temático do meu cursinho. Minha amiga de ontem me ligou para um programinha só nos dois, mas já tinha marcado algo com meus AMIGOS!Sim, as vezes esqueço como e quantos amigos que eu tenho. O mesmo pessoal que virou a noite na semana passada pelo vestibular, novamente reunido. Fomos em uma das melhores praias da minha cidade, comer sushi. Em 8 pessoas. Rimos muito um do outro e um com o outro. Me diverti demais. Curti demais. Em dado momento meu pensamento voou até ela e pensou sim no que ela estaria fazendo. Com quem estava? Com o namorado certamente! Que ambiente eles frequentam? Onde ficam? Para onde vão? Como é o novo círculo de amigos dela? Doeu sim. Mas fiz que não com a cabeça e segui em frente. Vivi contente a minha noite com meus amigos, reafirmamos nossa amizade. Me fez bem demais. Tem muita gente com quem posso contar. Tem muito ombro pra chorar. Tem muita gente que quer e espera que eu viva. Resta saber se conseguirei.Mas por hoje, por hoje estou bem!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Atípico.

Hoje foi um dia diferente. Muito diferente. Fazia muito tempo que eu não me sentia tão bem. Inteiro.Fazia muito tempo que eu não chorava.Pude dormir até mais tarde, até porque ontem além das horas preparando o simulado, o sono demorou a vir. As lágrimas me empurraram em direção ao meu poço pessoal. Mas acordei incrivelmente bem disposto após a tempestade. Fui para o colégio dar minha primeira aula particular na vida. Um grupo de alunos do primeiro ano, que tem prova bimestral de gramática na segunda feira. O mais impressionante é que eles não são meus alunos.Eu dou aula de literatura para eles. Mas eles quiseram e pediram para que eu desse a aula de reforço. Adorei a confiança. O colégio estava cheio. Meus alunos de todas as séries estão produzindo vídeos sobre livros da nossa literatura então em cada canta tinha um grupo ensaiando. Fizeram uma festa gigantesca com minha chegada, logo a aula que era para 7 alunos, virou um aulão para mais de 50. A diretora se impressionou. O terceirão me convidou para paraninfo da turma na formatura. Eu. Com 2 meses e meio de casa. Contra professores que deram aula para eles a vida inteira. Fiquei orgulhosíssimo de mim mesmo. E pensei que algo de bom, algum bem eu faço nesse mundo.Depois jogamos bola. Rimos demais. Todos queriam jogar no time do professor, passar a bola para o professor. As alunas torcendo, tirando fotos. Não parece que sou carente. Eu sou. As mentiras demonstram a minha patológica necessidade de ser amado. E fui intensamente nessa tarde. No meio dela uma colega minha me ligou pedindo para conversar sobre uns problemas que ela passava. Não somos tão próximos, mas ela sabe de toda a minha história e já demos algumas risadas juntos. Eu sei pouco sobre ela. Mas a conversa foi ótima.Cúmplice. O tema não vem ao caso. Sei que em dado momento, carência, tesão,amizade,carinho, não importa, ficamos. Sim, pela primeira vez eu fiquei com alguém desde o fim do meu namoro, conscientemente. Afinal, a aluna, eu estava bêbado.Lembro de ter feito mas nem tanto. Hoje a tarde não. Eu sabia. E quis. Foi diferente. É um beijo diferente. É um toque diferente. Sim, comparei. E foi impossível não comparar. Essa amiga é mais sedenta. Intensa. Minha ex namorada era evidentemente mais entregue, mais minha. Mas foi gostoso. Inegável. Lanchamos juntos. Nos despedimos. Sem compromisso, sem marcar nada.Mas ela me mandou mensagens o resto da noite. Que eu não pude responder porque fui dar minha última aula de literatura no projeto comunitário. E que aula. Não sei se foi o clima, o pique que eu estava, a vontade deles, mas foi uma das melhores de todos os tempos. Foi tudo! E foi triste. Muitos alunos choraram. Deu uma dorzinha no coração que eu vi como benéfica, pois a tempo não ficava triste por outra razão. Aquele jovens, esse projeto, mudou minha vida. Minha trajetória. Se não fosse por eles, eu já teria me matado. Já tinha posto um fim. Foi para dar aulas para eles que me reinventei. Mergulhei com tudo que eu tinha. Era pouco. Mas ajudou. E agora terminou. Temos mais duas semanas de aula até o vestibular, um último aulão, mas aula exclusivamente comigo, não mais!No caminho voltamos eu e meu melhor amigo. Ele ficou feliz demais por eu ter ficado com alguém. Pelo caminho encontramos o outro amigo que mora conosco. Que se mostrou preocupado comigo. Que já me viu chorando. E sente isso. Diz que fica mal com isso. Ambos disseram que tenho que ir bater na porta e chama-los em momentos de angústia. Ambos disseram que sinto algum prazer mórbido em ficar triste. Em me manter eternamente apaixonado. Em pautar minha vida pelo que ela faz ou não. Não vejo assim. Não curto ficar assim. Deus sabe o quanto eu modifiquei minha vida nos últimos meses. As mudanças que operei em mim, na minha rotina, no meu estilo e na minha maneira de encarar as coisas. Mas o papo e o debate foram ótimos.Para encerrar, pizza, cerveja, risadas e tiração de sarro do amigo que finalmente "saiu da seca" nas palavras deles. Quando chegamos em casa, novas demonstrações de amizade. Todos do ap, comigo, ouvindo minha participação no podcast nerd que participei a duas semanas e hoje foi ao ar. Mais risadas. E agora estou aqui. Um pouco melancólico. Mas de maneira geral, muito bem. E sem saber como me sentir em relação a isso. Não estou acostumado a sorrir tanto. E o sorriso ser tão verdadeiro. Terei esquecido como é se sentir de fato bem? Aparentemente,sim!

Banquinho.

Ontem fui basicamente empurrado para a aula. Meu melhor amigo me surpreendeu ao chegar até o meu quarto, com meu ensaio pronto, jogou em cima de mim e disse: "Tu não vai jogar o semestre fora. Vamos." Não queria mesmo ir. Não era um dos meus eventuais draminhas. Ate porque era dia de apresentação do meu outro trabalho e sequer havia lido o texto que precisava para aula. Ele e minha amiga me acompanharam até lá. Na porta, um abraço e um "tô contigo..." Confesso que me emocionou.Não sei quantas pessoas estariam ou fariam por mim o que ele fez. Ele virou a noite preparando meu artigo. Gratuitamente. Sem eu saber. Sim não foi muito honesto eu entregar um trabalho que não fiz. Mas de qualquer forma, não havia muito que eu pudesse fazer. Na sala, outra surpresa. Dois outros trabalhos que deveriam ser entregues e não entreguei, colegas de sala, preocupados comigo, com minha ausência, fizeram e colocaram meu nome. Meu semestre estava praticamente em dia. Faltava essa apresentação oral, e duas provas na próxima semana. Eu não estou sozinho mesmo. Diferente do semestre passado, arrasado, sem quase ninguém para conversar. Tenho pessoas que se importam comigo. Um cara preparou um artigo de 13 páginas para mim. Sem eu nem notar. Enfim...com o coração tocado por esses gestos, fiz a apresentação.Se existe uma coisa em que eu sou bom é na retórica. É em convencer uma platéia do que estou falando. Crianças, jovens, adultos, pouca importa. E até doutores, que é o caso da minha professora.Parecia que até que tinha o lido o texto. Não foi brilhante enquanto estudo teórico, mas foi, nas palavras dela, a melhor apresentação e me rendeu um 7 numa matéria dificílima. Muito acima do que eu esperava. Ao sair, cumprimentado por todos, parece que as pessoas notam, fui caminhando para casa.Andei poucos metros. Era a saída do pessoal de Direito.Como já expliquei para vocês, os prédios são praticamente vizinhos. Separados por um córrego e um estacionamento. E lembrei das muitas saídas dela por aquela porta. E cansado, achei que não faria mal sentar em um daqueles banquinhos e ver o pessoal saindo. Sentei em um mais isolado, onde sentávamos depois de almoçar para esperar a aula dela das 13:30 começar.Conversávamos, namorávamos, ríamos...eramos felizes. Demais. A felicidade era palpável. E ali era só a gente. Só sentimento. Sem mentira. Não demorou e as lágrimas vieram. Com força. Copiosas. Intensas. Convulsivas. Já não havia mais ninguém andando por ali. Só eu e as lembranças. Sem forças, por ali fiquei, pela primeira vez em meses, chorando. E pensando. E caindo. E desejando o fim. Que não chega. Que demora.Mas que virá. Fiquei mais ou menos uma hora ali. Cheguei em casa esgotado de sofrer. Meu amigo me acolheu. Quis saber tudo da apresentação. Na realidade todos saíram dos quartos, vieram para sala ficar comigo. E fizeram festa. Ás vezes desconfio que eles sabem de algo. Que podem ter lido algo. Mas sou muito cuidadoso com o blog e com o note. Nunca o deixo aberto. Enfim...minha noite estava longe de acabar. Tinha que preparar o simulado da escola onde trabalho. Para o ensino médio. E isso me trouxe mais lembranças. Afinal, foi durante os simulados dela no primeiro ano, que a conquistei. Que provei ser diferente. Ela sempre ficou muito nervosa nessas provas. Tensa a ponto de tomar calmante. Ela ia fazer o simulado e eu a esperava em nosso ponto de encontro. Na mão, o chocolate preferido dela, diamante negro. Na outra uma coca cola. Um bilhetinho. Um carinho. Uma palavra. Os dois dias eram assim. E ela se acalmava. E dizia que fazia bem para ela. Com essas lembranças preparei três provas de Literatura abrangendo o ano todo.E foi difícil. Terminei eram quase 6 da manhã. Fui dormir com o mesmo ritual. Um boa noite alto para ela. Um para o namorado dela.Na cama, lágrimas. Sofrimento. Espera. E o sono que chegou. Que em breve o fim venha com ele.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Abalou.

Hoje depois de alguns meses revi aquela minha ex amiga, aquele com quem traí minha ex namorada. Eu estava indo para o terminal onde se pega ônibus para ir para a Universidade ( ia para casa) e ela estava voltando da Universidade. Ela me olhou, desviou o olhar e seguiu séria. E foi isso. Melhores amigos. Em algum momento ela me amou profundamente. E eu tinha um sentimento genuíno por ela. De carinho. De afeição, de vontade de fazer a vida dela melhorar. De inegável desejo também. E tudo isso se esvaiu, porque essa moça também foi brutalmente enganada por mim. Também foi levada a crer em alguém que não existia. Também foi manipulada de modo a ficar comigo. E quando descoberto isso ela perdeu e muito. Perdeu a amizade de alguém que ela admirava muito. Perdeu o carinho de uma casa onde ela já era considerada filha. Onde era bem tratada. Onde se alimentava bem. Onde tinha carinho. Onde tinha atenção. Acolhida. Nada do que tinha em casa. E eu, diretamente, ao manipula-la, ao conduzi-la para cometer um erro doloroso, tirei tudo dela. Ás vezes eu acho que as pessoas PRECISAM me perdoar e pronto. Ledo engano. O que eu fiz, a rigor, não tem e não merece perdão. Eu ajudei a destruir muitas pessoas. Eu fiz uma série de pessoas em dado momento de suas vida a descrer na vida, no próximo, no amor. Embora alguns tenham se recuperado brilhantemente, minha ex namorada é um exemplo, outros penam por não saber como proceder...afinal se alguém como eu foi capaz de engana-los durante tanto tempo, o que se pode dizer de outra pessoa? Esquecem os que fazem essas perguntas que qualquer um é mais confiável do que eu...Sim, pois ainda hoje me pego mentindo "sem querer", contando uma ou outra historinha pequeninha, sem compromisso...esquecendo que foi assim que meus maiores problemas começaram...As grandes mentiras, prejudicar os outros, isso não tenho mais feito...mas a minha necessidade de atenção, de ser admirado, faz com que eu caia nessa armadilha...produzida por mim mesmo. Meu psiquiatra disse hoje novamente que é sim um vício e que ninguém  elimina um vício assim  de uma hora para outra. Não quero e não vejo renovação para minha vida. Estou há horas largado na cama, pensando nos meus erros e enquanto eles me prejudicaram...de novo tenho seminário para apresentar na universidade, de novo não vou...de novo tinha trabalho hoje a tarde e de novo faltei...Como eu disse para vocês ontem...é como se eu retrocedesse. É como se eu nada fosse, exceto o mentiroso que perdeu tudo, inclusive a confiança em si mesmo, e que ao reencontrar pessoas que o amavam profundamente na rua é completamente ignorado. Sou esse trapo humano. Sem cuidado. Definhando. Perdido. Sem rumo. E esperando o dia certo chegar. Dessa vez a decisão está tomada! Chega logo dia 19!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Poema...

Tenho pouco a dizer...até para escrever aqui estou cansado. No entanto, nessa nova noite de velhas lágrimas, esse poema de um dos meus escritores prediletos faz todo o sentido...


O Suicida
Não restará na noite uma só estrela.
Não restará a noite.
Morrerei e comigo irá a soma
Do intolerável universo.
Apagarei medalhas e pirâmides,
Os continentes e os rostos.
Apagarei a acumulação do passado.
Farei da história pó, do pó o pó.
Estou a olhar o último poente.
Oiço o último pássaro.
Lego o nada a ninguém.

Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"

Desmotivado.

O tamanho da desmotivação que tem me assolado é sem medida. Não sei o que aconteceu, não sei onde me perdi. Não sei como puder fazer o caminho inverso e caminhar para trás. Sei que de 15 dias para cá voltei a ver tudo embaçado. Encontro alegria e força nos meus alunos. Me sinto desabar a cada minuto, a cada segundo. Parei de ir para o meu estágio. Não apareço lá há 3 dias. Parei de ir à faculdade. Não vou lá há duas semanas. Não fiz nenhum dos meus trabalhos finais. Não compareci na prova. Escrevi uma autobiografia porque achei interessante deixar um tipo de legado, algo para ser lido daqui há alguns dias...Algumas pessoas tem conversado comigo, tentado me animar...a maior delas nesse momento é a professora do pré vestibular comunitário com leucemia. Temos tido horas de conversa. Meu melhor amigo, preocupado, está sempre "zelando" por mim, sempre vindo dar uma olhada. Me pegou chorando duas vezes nos últimos dias. Tenho procurado mentir bastante. Se me perguntam se estou bem, respondo o de sempre: "tranquilo". Evito postar em redes sociais tristezas. Compartilho fotos bonitinhas, frases edificantes. É uma maneira de não atrair atenção. De deixar as pessoas longe de mim. É um momento que quero me recolher. Pensar na minha vida. Meus erros ao longo de tantos anos.E foram muitos. Infinitos. Fiz o possível para restabelecer toda a verdade. De todas as minhas mentiras. Dizer tudo e o quanto errei. Não faltou nada. Talvez tenham algumas pessoas que ainda estejam enganadas ao meu respeito. Mas a grande maioria já sabe sim do meu caráter, das minhas falhas. Já não me vitimizo, tenho bem ideia do que eu fiz. E do que não recuperarei. Sei que devagarinho chego ao fim de uma longa jornada. Repleto de felicidade. Felicidade construída a base de mentiras. E também de muita tristeza. Dor. Abandono. Agora é o fim. E não encontro motivo nenhum para ir em frente. Para subir. Só para continuar caindo. Chorando.Andando para trás. Fim, fim que em breve chegará. 26 dias.E contando.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O telefonema!

Eu estava quieto. Em casa, pensativo...calado...quando do nada, agora há pouquinho, às 17:51 minha ex sogra ligou...com a voz meio confusa...sem saber direito o que dizer acho...me disse que desde que recebeu minha carta não parava de pensar em me ligar...dava pra ouvir o latido dos cães ao fundo...ela disse que eles sabiam que ela estava me ligando...caí no choro...dei um mute pra ela não perceber...respirei fundo...ela disse que gostaria de me ver pessoalmente...que a minha ex cunhada fará uma cirurgia,e que ela viajará do dia 5 ao dia 10 de Dezembro...mas que depois gostaria de conversar comigo...falou que eu consegui na carreira o que sempre sonhei e que deveria ter me focado nisso desde o começo. Disse: " É como eu sempre te falei..." e não completou...disse que pessoalmente nos falamos. Quando eu quiser é pra ligar para ela, que ela olhará o número e verá se não tiver ninguém por perto atende...se não tiver ninguém por perto...meu ex sogro...que claro, tem ódio eterno de mim( ela não disse, mas precisa?) minha ex cunhada, minha ex namorada...tantos ex...tantas pessoas que não aceitam mais nem me ver, nem me ouvir, nem saber que eu existo...Falar com ela não trouxe ânimo, não trouxe nada!Trouxe melancolia, nostalgia e tristeza...afinal...o que posso dizer? Nem sei se vou mesmo me encontrar com ela...para ouvir tudo que já sei ao meu respeito? Para ela elogiar freneticamente o namorado da minha ex namorada? Que ele é ótimo, que ele tem mais caráter que eu, que ele é melhor que eu isso tudo eu já sei...não preciso que ela me diga...mas a saudade que tenho de conversar com ela acho que me impedirá de dizer não...fora que preciso ouvir dela...se me perdoa...se têm também ódio por mim...e falar...falar tudo que eu fiz! Todos os meus erros. Limpar a alma. Claro que há coisas que vivi com minha ex namorada que não há como contar, principalmente agora e fazia parte da nossa história como casal...mas...enfim..não sei o que fazer...estou desorientado e querendo contar minhas missões concluídas uma a uma...até chegar o dia em que esse sofrimento logo chegará ao fim...definitivamente!E acho que conversar com ela, dará o fechamento necessário a tudo. Evidentemente sem contar para ela essa parte. Não quero ser acusado mais de manipulador.  Nem quero manipular. Vou conversar se estiver forte pra ir sem choro, sem dor, sem drama! Para ir de coração aberto.

domingo, 20 de novembro de 2011

Sonho realizado!

Quando me imaginava professor, sempre sonhei em participar de um aulão de véspera de vestibular. Fazer um grande show, ser ovacionado. Ver um auditório lotado e tudo mais. Nem nos meus melhores sonhos, eu poderia imaginar que um dia eu organizaria um aulão completo. E foi o que fiz ontem. O que fizemos ontem. Foi algo que independente de qualquer coisa do futuro, ficará para sempre marcado no meu coração. Foram quatro horas de um verdadeiro show que começou mais de 10 horas antes com ensaios, milhares de telefonemas, e-mails, discussões e afins. Tudo para o trabalho sair perfeito. Para não dever ao cursinho mais elitista da minha cidade. Para não dever a qualquer um. E foi o que aconteceu. Nossa equipe deu um verdadeiro show na busca pela perfeição do aulão. Após, fizemos um jantar para confraternizar e uma equipe muito especial topou chegar na universidade para montar a tenda do nosso curso, verdadeira operação de gerra, ás 4hs da manhã. Para isso, viramos a noite a base de muito café, energético, risada e bate papo profundo. Eu e a professora que tem leucemia conversamos longamente na virada da noite. Ela se identificou muito comigo e eu também com ela. Demos um abraço que fazia tempo que eu não era abraçado daquela forma por ninguém...me senti amparado...Não dormimos, fomos para a universidade montar nossa tenda, cheia de água, suco, lanches,doces para os nossos alunos. Tudo feito com muito amor. Ao nosso lado, a tenda do colégio onde estudou a vida inteira minha ex namorada...Incrível...poderíamos ter ficado ao lado de 20 outros cursinhos e colégios...mas eu fiquei ao lado do dela justamente...com os professores dela ali...com o professor de Literatura dela ali...Mas meu dia estava tão cheio, com tanta coisa para me preocupar que isso de fato ficou em segundo plano. Dei entrevista pra jornal, rádio e televisão, divulguei o projeto que amo. Sobretudo porque ao término das provas tínhamos as garantias do quão fantástica era nossa equipe:  Nossa equipe de português acertou 90% da prova. Acertei todas as questões que cairiam em Literatura. Nossa professora de Redação acertou o tema. E o professor de Gramática acertou 5 questões que caíram na prova. Tal fenômeno se repetiu em várias outras disciplinas. E o orgulho transbordou. Professores mais qualificados que nós na teoria, não tiveram o nível de acerto que tivemos. Alunos de outros cursinhos vieram tirar suas dúvidas com nossa equipe. Mas, quando tudo estava acabando...que encarei os ex professores dela...as lágrimas vieram com força. Foi impossível não lembrar do quanto ela me incentivou e quis isso para mim. Fiquei sozinho pra chorar em paz. Pra sofrer em paz. E depois de quase 40 horas de dedicação, estou aqui...na frente do computador, solitário como sempre. Sofrendo como sempre. Chorando como sempre. E com a decisão do post anterior, plenamente tomada. Dia 19 de Dezembro...nada mudou!Que chegue logo. Mas que hoje eu percebi que deixo algo legal e importante, que minha vida teve algum propósito, isso eu percebi claramente!

sábado, 19 de novembro de 2011

A missão.

Enquanto professor eu tenho uma tem uma missão. E coloquei essa missão acima da enorme, incompreensível e desmedida tristeza que voltei a sentir. Nas próximas 3 semanas tenho que ajudar meus alunos em dois vestibulares. Como coordenador do projeto tenho aulões para preparar, locais maiores para fechar pra eventos, ajudar a montar tendas nos locais de prova. Pro colégio, tenho simulado de fim de ano para preparar, últimas provas pra montar, provas bimestrais,provas de recuperação,passeios,duas formaturas.Enquanto aluno na universidade, tenho 3 provas, 2 ensaios, 1 resenha e 1 trabalho....Isso quer dizer que estou mais ocupado do que sonhei que estaria nesses últimos dias do ano. Tal correria acabará somente dia 19 de Dezembro, exatamente daqui a um mês, quando faltará uma semana para o natal. E aí...aí sim eu pretendo encerrar esse ciclo de sofrimento, lágrimas, dor, culpa, saudade, amor que estou sentindo...Não terei mais vínculos e responsabilidades com ninguém...o fato é que não aguento mais sofrer...sou covarde e não consigo sofrer tanto quanto estou sofrendo...me punir como estou punindo...Deus sabe que tentei...fiz amigos novos, dei uma nova razão para minha vida, procurei psicóloga, psiquiatra,igreja,todo tipo de ajuda.Construí uma rotina nova e para quê? Para me manter alquebrado, destruído, sem força como me sinto. Pra não conseguir apagar da memória tudo que vivi de bom e o que fiz de ruim...Não quero viver esse vida. Esse ensaio de vida. Esse fingimento de vida! E se não quero, se rejeito, só há algo a fazer...covarde, fuga, imbecilidade, chame do que quiser...esse sou eu desistindo do "dom precioso" que é a vida...assim que a missão estiver concluída...e aí sim...eu nunca mais vou sofrer...nunca mais vou chorar...nunca mais vou lembrar...nunca mais...daqui há um mês...e contando...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Os três mal amados.

Brilhante, verdadeiro e reflexivo texto de João Cabral de Melo Neto. Dói na alma!


Os Três Mal-Amados


O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.


O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.


O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.


O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.


Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.


O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.


O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.


O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.


O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.


O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.


O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.

Na rua.

Essa noite dormi na rua. É, na rua. Ao relento. Por opção. Não fui expulso de lugar nenhum. Só não consegui...Chorei demais...estava triste demais...Não consegui ficar em casa. Vi, através do facebook do meu amigo que ela mudou a foto do perfil. Não dá pra ver o face completo, postagem nenhuma. Dá pra ver algumas fotos e mais nada. Ela tem uma nova foto, em preto e branco. Ela está linda. Linda. Linda. Radiante. Feliz mesmo. Deu continuidade a sua vida.E eu aqui. Ontem a tristeza me atingiu como um soco. Me oprimiu. Me esmagou. Lá no apartamento estava um clima de pura alegria. E eu não conseguia ficar. Um aperto no coração. Uma vontade de sumir. Desaparecer. Para sempre. Não posso reclamar que ninguém se ofereceu para ajudar. Muito pelo contrário. Todos quiseram conversar. Todos me deram uma palavra amiga. Mas o meu sofrimento, a dor que estava sentindo, não permitiu que ninguém se aproximasse. Na noite de ontem eu só queria morrer. E foi a morte que procurei quando sai de casa por volta das 22hs. Perambulei por lugares da minha cidade. Sozinho. Relativamente bem vestido. Chorando demais. Fragilizado. Na cabeça e no coração, minha total inaptidão para recomeçar a vida.O peso. A negação da alegria efêmera que sinto. A saudade que dilacera cada pedaço meu. Caminhei durante quase duas horas. Fui parar debaixo de uma das pontes da minha cidade.Ali fiquei. Uma noite fria. Ninguém se aproximou. E eu sentado ali, completamente sozinho. A cabeça voando. Não demorou muito apareceu um homem. Sentou. Me olhou. Pediu um cigarro. Disse que não fumava. Me pediu 1 real. Disse que não tinha. E o encarei, como que esperando o que ele faria. Ele me olhou e disse:"Com certuza não moras na rua..." E eu caí no choro. Descompassado. Forte.Desesperador. Ele nada disse. Ficamos os dois em silêncio por quase uma hora. Olhei no relógio eram 02h16 da manhã. Eu puxei assunto.Quis saber da vida dele. Ele pouco respondeu. Disse que desde muito novo se entregou as drogas vejam só...por conta de um fim e namoro...quando viu, morava nas ruas...a mãe morreu, a família toda é do Paraná, para lá ele nunca quis ir...e aqui ficou. Novo silêncio. Ele disse que voltaria a andar. "Tudo de bom pra ti, playboy". E saiu andando.Tão alquebrado quanto eu. Tão miserável quanto eu me sentia. 
Todos os dias a violência urbana faz vítimas atrás de vítimas no Brasil. Madrugada fria. Eu na rua. Num ponto perigoso. O que demoraria para alguém me abordar, fazer algo comigo, ali? Não aconteceu. um mísero perigo. Pedi, implorei a morte, e ela não me atendeu. Cheguei a pegar no sono. Dormi cerca de 40min ao relento. Poderia ter acontecido uma série de coisas comigo. Mas até nisso não sou ouvido. Era hora de ir para aula. Passei numa padaria, comprei 2 energéticos, um pão e usei o banheiro para lavar o rosto. Aulas absoluamente despreparadas, exceto a do terceirão que já estava pronta há dias por conta do vestibular nesse final de semana. E vejam só...foi essa que a orientadora pedagógica assistiu e adorou. Já estou mais que contratado para o ano que vem. Inclusive com uma outra proposta que será maravilhosa para mim. Qual efeito isso tem hoje na minha vida? Nenhum...a dor segue. A falta de perspectiva também.Estou cansado, dolorido, esgotado física e mentalmente e muito próximo de ter um colapso segundo palavras do meu psiquiatra. Hoje a tarde foi nossa sessão e ele ouviu esse relato quase que horizado.  Pela primeira vez ele me receitou remédios fortes "confiando em mim". E agora? Tomo todos? Já não temo mais nada. Nem quem vou deixar. Nem para onde vou. Descobri que essa vida já me xandou. Descobri que não tenho mais o que fazer aqui. Já fui feliz que chega. Já fui amado que chega. Já amei que chega. E sim, já chorei que chega. Queria que isso terminasse por bem. Não terminou. Meio ano quase. Meio ano. E estou tão melhor hoje quanto estava há cinco meses e meio atrás. Tão perto de sair dessa, quanto estava no dia 30 de maio de 2011. Acabou tudo para mim. Tudo!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Hoje.

Hoje é um dia em que estou instável demais.
Triste demais.
Chorando demais.
Cansado demais.
Com motivação de menos.
Hoje eu só queria que a dor passasse.
Hoje eu só queria que se houvesse um Deus ele visse que já paguei com meu sofrimento o mal que fiz.
Hoje eu só queria um abraço amoroso.
Hoje eu só queria ouvir que tudo vai ficar bem.
Hoje eu só queria ter o mínimo que fosse de esperança.
Hoje eu só queria não sentir tudo que eu sinto na intensidade que sinto.
Hoje eu só queria um motivo válido para viver.
Hoje eu só queria não ter vontade de morrer.
Hoje eu só queria a força para seguir caminhando.
Hoje eu só queria que minhas tentativas não fossem em vão.
Hoje eu só queria saber que o perdão pode ser real.
Hoje eu só queria ela...o sorriso dela, as broncas dela, ouvir a voz dela, segurar na mão dela...
Hoje eu não tenho nada do que eu quero....

Desanimado.

Ontem procurei colocar meu serviço em dia. Tinha provas para corrigir, esboço das médias para adiantar. Pesquisei nas apostilas antigas o material do simulado do ensino médio. A noite assisti, como que por acaso, o último episódio de uma série chamada Chuck que ela e eu eramos viciados. Trata da vida de um nerd que do dia para noite vira um super espião. No último episódio da 4ª temporada ele finalmente casa com o amor da sua vida. Assistimos juntos. Foi o último seriado, episódio de seriado que vimos juntos. Na cama. Ela chorou. Eu me emocionei. A cena final é bastante emocionante. E ontem ao vê-lo de novo chorei demais. É como se relembrasse de toda a nossa história. Desde aquele dia frio de 09 de maio de 2004, até aquela noite estranha de 29 de maio de 2011. Passou tão rápido. Foi tão intenso. Foi tão verdadeiro. Sim, houve muitas mentiras da minha parte. Mas não de sentimento. Não do que eu vivia com ela. Não do eterno amor. Não consegui dormir. Rolei na cama. Chorei. Pedi a Deus uma solução. Uma luz. Paz. Restituição da minha força. Do que eu sou. Dei de novo boa noite para ela. Em voz alta. Dizendo o nome dela. Não sei quem é o namorado dela. Nunca o vi. Nunca falei com ele. Não sei como é seu temperamento. Ele tem cara de ser calmo, sereno, tranquilo, inteligente. Sei o nome dele. E desejei como sempre que ele cuidasse dela. Também em voz alta. Que loucura não? "Conversar" com alguém que nem conhece...o que ele sabe de mim devem ser as piores coisas...Hoje fui dar minhas aulas. Fui sem alegria. Como era entrega das provas da semana passada não houve aula propriamente dita, mas sim uma correção  das provas. O tempo demorou para passar. Não descontei em ninguém dessa vez. Saindo de lá, almocei,muito pouco devido a ausência de fome e vim para casa. Não tem ninguém aqui. Sou eu sozinho.Não fui para o estágio, não vou dar minha aula pela bolsa na parte da tarde. Não consigo conviver direito com a nova integrante do meu grupo, loira, falante e de nome igual ao do minha ex namorada. São só essas as semelhanças, mas que me machucam. Dói mandar um e-mail para ela. E ver os nomes iguais, um debaixo do outro. Por isso não fui. Estou chorando. Estou cansado. E quero só sumir...para sempre....morrer...Meu desânimo está extremado e fiz com que eu desistisse desse dia. Na realidade, creio que tem tempo que já desisti da vida....

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Opção.

Como sabem vocês, moro com 4 pessoas. Meu melhor amigo, sua namorada, que também é minha amiga e dois outros amigos. Há 5 meses atrás eles eram quase insignificantes na minha vida. Na realidade não faz tanto tempo, exceto meu melhor amigo, eles tinham pouca ou nenhuma importância para mim. Pouco conversávamos ou fazíamos qualquer coisa. De alguns meses para cá no entanto eles perderam a pecha de colegas e se tornaram, os outros três grandes amigos. E eles são diferentes demais entre si. Dois são engenheiros. Um é calado, taciturno, quase não sai do quarto. O outro é falastrão, solar, organizado. Mas me dou muito bem com ambos. Com o calado, corro, aos domingos. Converso sobre filosofia. Aprendo sobre Nietzsche, filósofo alemão que se tornou uma excelente leitura nesses tempos sombrios.  O mesmo se dá com Kant, outro filósofo, dessa vez apresentado por ele a mim. Com o outro amigo, dou risada. Brinco. Falo de futebol. Aconselho sobre mulheres. Canto músicas no violão, que ele pacientemente me ensina a tocar. Jogamos futebol juntos. Falamos de futebol. Esse preparação foi para dizer a grande ação que esses dois fizeram por mim, nesse feriado. Ambos poderiam e deveriam ir para casa. Meu melhor amigo, há tempos sem ver a família, foi e levou sua namorada junto, claro. Eles negaram. Com tudo que sabem de mim, baseados apenas em observação, acharam, juntos, sem conversarmos,que não faria bem eu ficar sozinho. E perderam um feriado em suas cidades por minha causa. Foi uma das maiores manifestações de amizade que recebi esse ano. Me emocionei. Mesmo. Passamos bom momentos juntos. Vimos a luta na madrugada. Preparamos um almoço fabuloso em trio. Mas na segunda feira...homens, solteiros...meu amigo brincalhão "encontrou" 3 amigas para vir aqui para o apartamento. Nos arrumamos, e enquanto eu fazia isso um filme passou pela minha cabeça..,milhares de dúvidas...se devia ou não dar prosseguimento aquilo...afinal vivo repetindo que só não sigo em frente porque as únicas mulheres que me "aparecem" são minhas alunas certo? Então qual era a dúvida? Meu amigo dizia que não teria segredo. Que as mulheres estavam "garantidas" para a gente. Até meu amigo calado se daria bem. Elas chegaram. Três moças simpáticas. Nenhuma modelo, mas até aí eu também não sou. Meu amigo se aproximou da que já conhecia e deixei meu outro amigo "escolher" a que queria...Fiquei conversando com a minha...Uma moça de inteligência absolutamente limitada. Incapaz de entender a mínima piada inteligente. Fútil. O clima entre os dois outros casais, foi esquentando. Não ia demorar e cada um levaria a sua para um quarto e eu teria que decidir o que fazer. Ela se aproximou para um beijo. Recusei. Ela não gostou. Meu amigo foi pegar mais cerveja na cozinha. Fui junto. Me perguntou o que estava acontecendo. E fui sincero. Não conseguia. Simplesmente não conseguia. Ir para o quarto com uma desconhecida. Com zero de intimidade. Sei que a maioria dos homens estariam nas nuvens com isso. Não sou assim. Preciso do envolvimento. Preciso da conquista. Da aproximação. Meu amigo entendeu. E chamou nosso vizinho para participar da festa. Foram para o apartamento dele, ao lado do nosso. Eu fiquei...na cabeça a sensação do quase...No coração minha ex namorada. Acho que a primeira oportunidade que ela teve para ficar com alguém após nosso término ela aproveitou. Suponho e imagino que tenha sido meu ex melhor amigo, assim como imagino que não "só ficou." Menos de um mês depois ela já estava namorando. E eu estou aqui. Empacado. No quarto, chorei. Não compulsivamente. Não desesperadoramente. Só lágrimas. Só vazio. Só vontade que as coisas fossem diferentes. Que eu fosse diferente. Passei o dia em casa. Sozinho. No ócio. Li um livro, gibis, vi séries. Descansei. Como há tempos não fazia. Não entrei no msn. Praticamente não fui no facebook. Fiquei comigo mesmo. Agora há pouco combinei com os amigos de ontem a gravação de outro podcast. Estou ansioso. Gostei mesmo de ter participado do primeiro. E meus amigos chegaram. Felizes. Realizados. Pra cima. Pedi perdão ao meu amigo. Ele foi sincero. Disse que a menina se divertiu muito com nosso vizinho. E que me entende. Que não queria forçar situação nenhuma. Queria que eu me divertisse. Mas que eu também preciso querer. Isso de diversão é relativo. Posso dizer que sozinho, me diverti hoje. Poderia ter sido diferente. Poderia ter ido para a cama com uma menina qualquer que jamais vi na vida e que traria para mim, porque me conheço, mais vazio. Foi uma opção. E embora o lado homem sinta falta e queira muito, o coração sabe que ainda não é hora. O coração sabe que talvez não exista mais hora. Convenhamos, se fosse para ter me recuperado, passados quase 6 meses ( MEIO ANO) isso já teria acontecido certo?

domingo, 13 de novembro de 2011

"Eu te amo...."

Ser amado é bom. Amar alguém e ser correspondido é melhor ainda. Durante anos eu soube bem o que é isso. Fui muito amado. E amei demais. Amei erradamente. Amei loucamente. Ainda amo, como se nenhum dia tivesse se passado. Hoje, por uma série de razões, não me acho capaz de despertar esse sentimento em ninguém. Em nenhuma mulher. Me acho feio. Desinteressante. E indigno de ser amado de novo. Mas tenho sim meu "eleitorado". E ele é composto por um grupo de meninas entre 17 e 20 anos. São 5 para ser mais exato. Todas minhas alunas. Umas inocentes. Outras ousadas. Umas cheias de atitude, outras sendo platônicas. Não levo muito em conta tudo isso. Acho efêmero tal sentimento que elas dizem sentir por mim. E não acho que é por para mim esse sentimento. Acho que é para a pessoa que passo que sou. Acho que é para o professor de literatura. Acho que assim que acabar as aulas tudo isso acabar, deve acabar, espero que acabe. Mas uma delas parece levar muito a sério o sentimento que tem por mim. Na sexta feira após o simulado me chamou, me deu um doce beijo no rosto e na minha mão deixou uma carta. Longa carta. Fazia muito tempo que eu não recebia uma carta.A última, do amor da minha vida, havia sido entregue em 13 de maio desse ano. Falava de todo o amor que ela sentia por mim e de tudo que havia pensado para os nossos 7 anos de namoro. Ao ver aquela menina linda, me entregando uma carta, foi impossível não lembrar isso. Em casa, sozinho, li a carta com atenção. Falava da vontade de me fazer feliz. De como fica feliz só em me abraçar. Em me dar oi. Que ficar perto de mim é o momento que ela mais espera. E que...ME AMA! Assim...amor! "Eu te amo, muito", estava escrito na carta. Dizia que me esperaria não ser mais professor dela. Pedia uma chance, uma possibilidade, uma esperança...É bonito ter tal sentimento. Não mereço. Não é exatamente para mim. Mas é bonito ela pensar que sente o que sente. Mas...não, não há chance de nada. Por ser aluna, por ser mais nova, e principalmente porque meu coração não quer. Não me sinto pronto. Se ela se sentiu pronta para menos de um mês depois começar uma nova história, tem a ver com várias coisas, desde o contexto até o que aconteceu conosco, passando pela maneira como cada um encara seu luto. Não sei mesmo se estarei pronto um dia. Não vejo assim. Não tenho esse tipo de esperança. No msn, fui carinhoso com ela, agradeci a cartinha, expliquei meus motivos, tudo com doçura para não magoa-la. Ela ficou triste, claro. Mas compreendeu, diz que vai esperar e me provar que não é ao professor de literatura que ela ama. Rimos juntos, e encerramos o bate papo. Após, uma outra aluna, essa mais ousada, a aluna com quem eu fiquei meses atrás, ofereceu para vir aqui para casa, passar o feriadão. Comigo. Evidentemente sinto falto de tudo aquilo que um casal de namorados faz...acostumado a fazer essas coisas sempre, mais de uma vez ao dia, seria estranho se não sentisse. Mas a falta não de FAZER em si. É de FAZER COM ELA. A mulher que mais me completou nesse aspecto. Mesmo tendo traído ela com outra, mesmo havido uma química espetacular com essa outra, minha ex namorada era tudo que eu sonhava, EM TODOS OS ASPECTOS. Mas a despeito da falta, não cedi. Se não  quero receber o coração de uma, não posso aceitar o que a outra me ofereceu. Ela ficou irritada e até me xingou. Não liguei muito e entendi a frustração. Após ela mandou mensagem pedindo desculpas. E é assim...cercado por mulheres-meninas que jamais deveriam se interessar por mim que vou vivendo. Acho que para alguma outra mais velha e fora desse contexto eu até daria uma chance...certamente aquela minha amiga de outra cidade, leitora assídua desse blog, certamente eu seguiria adiante, pela empatia e pela compreensão mútua. Mas com tanta desonestidade acumulada ao longo da vida, o mínimo que eu posso fazer com essas pessoas iludidas é ser verdadeiro. É uma novidade na minha vida. Ser verdadeiro. Não tenho experiência disso. Mas vou seguindo. Procurando não ser para alguém,que gratuitamente gosta de mim, causador das dores que me afligem. 

Dinâmica do NÃO!

Na consulta com o psiquiatra na última quinta-feira expus tudo que estava sentido, sem amarras. Todo meu descontentamento. Todas as minhas dores. Minhas frustrações. A vontade de me matar de volta. A sequencia de lágrimas ininterruptas. A negação em fazer algo de diferente nesse super feriado. Tudo. O psiquiatra disse que sou muito negativo. Que ponho em prática o "Não" com muito mais frequência. Neguei. Engraçado né? E aí ele me disse que já que não consigo colocar o "Sim" em minha vida, que coloque o "Não" mesmo, mas sob outro ponto de vista. Quero ouvir músicas triste? Nego! Quero me matar? Não! Quero ficar enfurnado no quarto? Não! Chorar sem parar? Não! Ver fotos antigas de tempos que não voltarão? Não!E hoje, domingo, posso dizer que coloquei isso em prática com certa competência.Na quinta meu primeiro pensamento após dar minhas aulas foi ir para casa. Me trancar no quarto e chorar o dia todo. Estava com as lágrimas presas na garganta. Mas resolvi ir para o estágio. E trabalhei muito, para o tempo passar mais rápido. Fui para o Pré Vestibular. Era o primeiro dia do simulado deles, simulado que preparamos com afinco, de alto nível para vermos como eles estão a uma semana do primeiro vestibular que eles farão. Após fui para aula, onde recebi a mensagem da minha ex sogra.Foi um soco no estômago mesmo. E o coração mandou que eu me recolhesse para entender o que eu estava sentindo. Ela mandou a mensagem. Respondeu. Foi mais que do que eu pensei que aconteceria. Achava que seria completamente ignorado. Estava preparado para isso. Mas achava que se fosse para responder, não precisava ser tão fria. Que fizesse como a filha, que ignora minha existência. Por outro lado, lembrei que o que fiz aquela família não permitia que ela agisse diferente. Senti vontade de ir para casa, chorar, ficar só...NÃO! Coloquei em prática o que mandou o psiquiatra. Neguei. Saí para comemorar meu aniversário e de outros dois amigos da sala. Com tantos afazeres esqueci de mencionar aqui que me entendi com eles. Voltamos a estar mais próximos. A conversar. Não é amizade. Não posso considerar amizade, mas é um companheirismo importante. Após vim para casa. Cansado, não demorei a dormir. Acordei na sexta e fui para reunião da bolsa, após para o estágio, sempre com a ideia de ir trabalhando muito, mantendo a cabeça ocupada. Fui para o segundo dia do simulado. Após isso convidaram-me para ir jantar com  os professores e alguns alunos. Ia dizer não. Ir para casa. Ceder a tristeza. Neguei essa tristeza. Neguei a dor. Neguei a queda. Fui jantar com eles e rimos demais.De tudo e de todos. Em casa, novamente cansado, não demorei para dormir. Não nego que antes, caí no choro...ao desejar à ela boa noite em voz alta, ao desejar ao namorado dela que cuide bem dela, que não faça com ela o que eu fiz. Lembrei de tantos erros e chorei...E chorando, dormir...Acordei no sábado com reunião para trabalho da faculdade cedíssimo. O trabalho foi até ás 14hs. Voltei para casa, descansei um pouco e fui jogar bola com meus alunos. Mais uma vez a tristeza me invadiu, mas a reneguei. Expulsei do meu coração. E fiquei muito alegre lá. Brinquei com todos. Surpreendentemente joguei muito bem. Para um jogador medíocre, isso é raro. No sábado mesmo, um amigo meu, da minha época de nerd, viciado em gibis e séries, me convidou para escrever e ser participante ativo do blog dele, frequentado por milhares de pessoas mensalmente. Aceitei na hora e ontem a noite gravamos minha primeira participação no podcast do blog. É tipo um programa de rádio, via skype, cada um na sua casa. Foi muito divertido. Duas horas e meia dando minha opinião sobre assuntos que interessam a um grupo restrito de pessoas. E rindo. De quebra fiz dois novos colegas muito legais e bons de papo. Me reuni aos meus dois amigos de apartamento que não foram viajar para ficar comigo, me fazendo cia, porque acharam que não me faria bem ficar sozinho, vimos a luta que passou de madrugada e conversamos até tarde. Na cama, novas lágrimas furtivas, sem força, mas com alguma tristeza. Hoje, domingo, acordei, tive prova para professor no meu estado, fui faze-la e na volta preparamos um almoço de domingo delicioso. Todos estão descansando antes de nos reunirmos na sala de novo para mais uma rodada de futebol na tv, dessa vez com meu time para todo o Brasil. E eu me sinto bem. Me sinto contente por ter recusado várias dores. Chorei, sofri, mas muito menos do que seria se tivesse aceito a imposição da tristeza. Metade do feriadão foi embora. Ela pode ter ido viajar com o namorado. Pode estar em festa com os novos amigos. Eu estou aqui...não estou só. Me sinto só. Mas isso porque só ela dava o preenchimento completo a minha vida. Mas ainda assim...Eu segui. Ainda assim, eu não desmoronei. Apesar da vontade. Que essa iniciativa se mantenha durante todo o feriado. Que Deus esteja comigo, a despeito da minha falta de merecimento. Mas que dá saudade do tempo que esperávamos esses dias dá...Muita...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A resposta.

Foi rápido. O presente que mandei para minha ex sogra chegou em apenas um dia. Agora são 21hs22, estou na sala de aula, apenas de corpo presente.Derrepente, uma mensagem. Eu recebo algumas mensagens diárias e pelo horários sempre sei quem é. Dessa vez errei...era minha ex sogra, agradecendo o dvd...a resposta? "Obrigada pela DVD.Continue assim trabalhando e sendo honesto com o sentimento dos outros." E assinou.Foi isso. 5 meses sem qualquer contato e ela me mandou isso. É muito diferente do que eu esperava. Não esperava nada. Resposta alguma. E veio. E eu não fiquei feliz...Doeu...a frieza é de toda a família...todos me odeiam...eu nada mais significo para eles...mas como condena-los? Traí a filha deles...menti horrivelmente para eles, para ela...inventei histórias incríveis....enganei...iludi, manipulei...do que vale o arrependimento?? O que eu tenho ganho com essas mostrar ( para quem???) de que melhorei como ser humano? Que evoluí? Nada...ninguém que já foi próximo de mim acredita de fato que eu mudei...todos devem achar e pensar ainda que sou o mesmo manipulador de sempre...E o que eu tenho de prova? Será que acho justo e correto apagarem anos de mentiras? Eles jamais me perdoarão...E estão certos..eu jamais me perdoarei...As vezes passo a imagem de um coitado abandonado por todos...mas presta atenção....olha o que eu fiz...Traí minha namorada com uma grande amiga nossa, menti, inventei um fake, tornei esse fake melhor amiga dela, fiz ela amar o fake, criar expectativas em torno dela,abandonar sua vida,tudo isso pra quê??Pra quê????Mereço cada destruição que causei em minha vida. Os coitados da história são os membros dessa família, que eu tanto magoei e prejudiquei...eles são heroicos por terem seguido em frente ante tudo que eu fiz, depois de tudo que eles fizeram por mim...mereço estar acabado!

Os que não se recuperam...

É sempre bom e motivador conversar com aqueles que vivenciaram grandes dores e as superaram. A perspectiva tende a mudar e até um certo ar de otimismo passa a fazer parte da minha vida. No entanto, como tudo na vida, há sempre o outro lado. E o outro lado são aqueles e aquelas que jamais se recuperam de uma perda. Da perda daqueles que foram considerados seus grandes amores.Todos que leem aqui o blog sabem da minha busca por restabelecer a verdade, corrigir as mentiras, que foram várias que contei ao longo da minha vida. E ao fazer isso ontem me deparei com duas pessoas que nunca de fato foram minhas amigas, mas com as quais vivi bons momentos. Duas namoradas de grandes amigos. Duas meninas que ficaram junto com esses amigos durante muitos anos. E quando digo muitos anos, estou falando muitos de verdade. Uma namorou um dos meus amigos mais antigos, somos amigos até hoje, foi a ele que eu recorri em muitos momentos complicados, durante ONZE ANOS!Estava com ele desde a adolescência. Tinham uma vida em comum juntos. Nunca tiveram um namoro que eu julgasse perfeito, mas eram grandes parceiros. Um dia ele finalmente cansou e deu um novo rumo para sua vida. Voltou para a igreja, terminou o namoro, conheceu uma moça ótima, casou-se e hoje tem uma linda filhinha. Mas e ela? O pouco que sabia sobre ela é que ela namorou ( pasmem) durente muito tempo MINHA SEGUNDA NAMORADA. Aquela que me traiu com um dos meus melhores amigos.Isso serviu de piada para mim e a minha ex namorada durante muito tempo. Mas qual foi o fim dela? Soube ontem, ao restabelecer a verdade ( que ela já sabia alías) fiquei sabendo que essa moça, jamais foi feliz de novo. Jamais se recuperou. É solteira, tem um emprego legal onde vive viajando. Está com 33 anos, assim como eu. Tentou ficar mais bonita, emagraceu, pintou o cabelo, mas o amor, o amor jamais voltou para a vida dela. E até hoje ela chora, chorou na minha frente inclusive, pensando no que aconteceu com a vida dela. Em que ponto ela ignorou o caminho que apontava para a felicidade e seguiu um outro. Ao ver seu amor casado, com uma filhinha, completo e feliz como jamais esteve, ela percebeu o quanto a sua vida ficou vazia. O mesmo se deu com outra menina que namorou durante 8 anos um outro amigo meu ( hoje não somos mais amigos) e essa num caso muito mais grave. Além de namorados foram noivos. Apartamento comprado. Casamento marcado. Seis meses para casar. Ele conheceu outra numa outra cidade. Traiu ela. Terminou tudo.É casado com essa nova menina. Já tem um filhinho maravilhoso. Isso tem três anos. Três anos e ela jamais se recuperou. Nunca namorou novamente. Não se acha mais bonita, atraente...se acha gorda, sem estilo. Tem muito ódio acumulado do que aconteceu. Dele. Da esposa. Dela mesma. Não sabe se voltará a se reencontrar. Uma providência que tentou foi voltar para Deus. Atitude que todos nós tomamos depois de perder tudo. Nunca gostou de mim. Ao saber o que fiz foi sincera; "Sempre soube e falei para o meu ex noivo que eras mau caráter." Realmente nunca nos demos bem e realmente não tenho um caráter que não possa ser questionado. Deve ser e muito. Conversar com elas não trouxe nada de positivo. Trouxe mais lágrimas para uma noite melancólica. Trouxe mais dor e não mais alívio. Percebi que no fundo estamos todos no mesmo barco. Se duas meninas bonitas, sendo uma delas ainda bastante jovem, a outra nem mais tão jovem, mas ainda bonita, inteligente,articulada, estão nessa...o que posso pensar de mim? Feio, sem charme algum,sem um biotipo interessante, sem qualidades que façam uma mulher, exceto alunas com problemas mal resolvidos com os pais provavelmente,se interessar por ele? Percebi que não vai demorar muito tempo e descobrirei que o grande amor da minha vida está casada. Grávida.Com um filho. Mais bem sucedida do que jamais esteve. Feliz como jamais fora. E eu, com quase 40 anos, fracassado, alquebrado, destruído e sem chance de recuperação. Sozinho. Infeliz. Se lamentando. Não me vejo de verdade passando por isso. Seguindo em frente. Não se trata de querer, tentar ou qualquer coisa assim. Se tratar de ter caído de tal maneira que levantar se tornou impossível. Inviável. Estou paralisado. Morto em vida. E vale a pena viver com esse futuro desenhado no horizonte??

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Dia 09 meu de cada dia.

Ontem foi um dia terrível. Conforme quem leu aqui percebeu, pensei seriamente em me matar...senti a dor da maneira mais intensa que poderia sentir no último mês...foram horas de muito sofrimento...diferente dos meus outros lamentos não tenho o que reclamar quanto a solidão...eu não estava na acepção da palavra só...pelo contrário....todos aqui em casa me chamaram para conversar...me deram uma palavra amiga...me consolaram...foram carinhosos...humanos...sim, eu tenho amigos. Mesmo minha amiga de outra cidade, minha leitora número um, hoje me ligou preocupada, falou comigo no msn, tentou me consolar...mas as horas de ontem me esmagaram...música no computador, sequencia de fotos, lembranças...não foi uma escolha..não foi uma maneira de ainda manter-me ligado...foi tristeza intensa e irreversível mesmo...andava pela casa sem dormir...inconsolável. Ajoelhei-me chorando no chão da cozinha e pedi, implorei, supliquei a Deus que levasse a dor embora, ou então me matasse. Sim...voltei a pensar nisso com bastante frequência. Ontem desejei ardentemente o fim. Sei o que muitos de vocês podem estar pensando..."ah diz que vai e não vai...é draminha..." pra quem? Quem lê isso aqui que realmente se importa se amanhã eu farei ou não? Já estava decidido...o jeito e tudo mais...acontecimentos alegres nublaram essa ideia...mas ontem vi tudo com clareza...vi que estou sem saída. Vi que estou estagnado. Que não melhoro. Que não há avanço significativo em nenhum ponto...que não sei mais o significado da palavra felicidade...de ser amado de verdade...minha vida, como eu conhecia terminou...e dentro daquela vida estava toda a minha felicidade, toda a minha completitude e agora...mesmo com tantas realizações profissionais...eu nada sou. Sim, profissionalmente jamais estive tão bem. Nunca ganhei tão bem. Consigo me sustentar, pagar meu aluguel, ajudar de maneira eficaz minha mãe....mas de que vale isso? De que vale todo esse contentamento de agora já retornou a vontade de chorar intensamente? Hoje o dia foi de apatia e tristeza. Depressão. A vontade de ficar em casa imperou. Mas fui dar minhas aulas. Estavam preparadas e lá fui. Foi tudo bem. Depois fui para o estágio. Depois dar aula no outro colégio e por fim voltei para casa. Foi noite sem aula na universidade e de preparação de 5 provas que tenho amanhã com meus alunos. Depois meu melhor amigo tentou de tudo para me fazer feliz...me deixa bem.,..foi em vão...não fico. Não evoluo. Canso as pessoas. Me canso...Não sei, mesmo onde vou parar. Parece de verdade o fim da linha. Culpa do dia que era o mais alegre de todos e hoje por conta da minha ligação com datas é o mais triste? Não...dia 09 tem sido todo dia...toda hora!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fim....

QUISERA HOJE TER CORAGEM...


ESSA NOITE EU SÓ QUERIA MORRER...


AQUI, NO ESCURO, ÁS LÁGRIMAS, TODA A DOR DO MUNDO É A QUE EU TENHO...


ME DÁ FORÇAS DEUS...E CORAGEM PRA FAZÊ-LO...


EU NUNCA VOU SAIR DESSA...


E SE NÃO VOU...

Dificuldade.

A terça não foi melhor que a segunda. É como se tudo voltasse...me sinto tão mal quanto já estive antes...E agora com a volta das abundantes lágrimas...Fui perseguido pela insônia...fui dormir mais de 03hs de novo... a diferença é que ás terças acordo ás 05h10 porque a aula é as 07hs. São seis aulas na terça e saí determinado a apagar a péssima impressão que deixei ontem...felizmente a péssima impressão foi só em mim...cheguei lá e o mesmo carinho de sempre me acompanhou...Os alunos receptivos e esperando a minha aula com alegria. E fiz questão de dar ótimas aulas. Fiz  questão de ser o professor que normalmente sou. Mas saindo de lá...fui caindo...caindo....segui a minha rotina, de dor, saudade, culpa, lágrimas. Sim, parece que as tortuosas lágrimas voltaram. Estão aqui de novo para me atormentar. Resolvi passar na casa da minha mãe...senti aquele afeto...pelo bairro onde cresci...chorei...parei na frente da igreja onde cometi meus primeiros erros e lá chorei. Em frente a imagem de nossa senhora, meus pedidos se confundiram. Hora meu coração pedia à nossa Senhora que me tirasse a vida...dizia que eu não conseguia mais....que não suportava mais a dor da ausência física. Hora barganhei...troco TUDO QUE JÁ CONQUISTEI POR ELA DE VOLTA....pelo perdão dela...por ter ela inteira na minha vida...Que patético não? Deprimente...Em prantos, na frente de uma imagem de nossa Senhora, passaram várias pessoas conhecidas, várias que me viram crescer....e olharam aquela cena, sem entender ao certo. Em casa, abracei e beijei muito minha mãe. E aí veio a pior parte...minha mãe CHOROU DE SAUDADE DELA. Sim...dizia que ela fazia muito falta...que queria muito vê-la de novo....falei que não seria possível...fiquei sozinho no quarto com o celular dela no display...pensando se ligava....se pedia uma visita para minha mãe...não fiz. Não tinha esse direito...e se ela sentisse falta da minha mãe...que eu não moro mais lá ela sabe...ela teria visitado...não foi porque achou melhor assim...Me despedi da minha mãe prometendo voltar na quinta feira para dormir com ela e passarmos parte da sexta juntos...Ela adorou. Fui para o centro da minha cidade e comprei o DVD do maestro preferido da minha ex sogra...não sei se ela vai aceitar...não sei se jogará fora...se dará para alguém...mas tinha a obrigação de a presentear. E também era obrigação não fazer isso no dia do aniversário dela, porque se ela me odiar muito ainda, não teria a festa estragada...Não fui trabalhar...não consegui...chorei pelo centro com o presente na mão...um fracassado, uma pessoa que não sabe, não consegue seguir em frente...esse sou eu!Vim para o apartamento. Fechei tudo, vi as fotos dela no computador...lembrando, lembrando....estou orquestrando minha própria queda. E está funcionando...Estou sozinho nesse momento...em espírito e em vida! Se é que chamo isso que tenho de vida....

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Perguntas na madrugada.

Essa foi uma péssima segunda-feira. A despeito da produtividade que foi meu domingo,o término dele me rendeu uma tortuosa insônia repleta de viagens que a cabeça dá nos momentos de angústia. Como consolo, sem lágrimas. Mas isso não significou menos dor....Viajei até a época em que era feliz, mas feliz mesmo. Na acepção da palavra. E vi que hoje não sou. Profissionalmente estou contente. Realizado. Completo. Falta muito pouco para as coisas estarem como sempre quis, e se os contatos que recebi renderem frutos, ano que vem estarão. Mas minha vida pessoal...meu coração...eu estou empacado. Vejo todos a minha volta felizes, realizados, com o coração em dia. E eu quebrado...partido...sem conserto. Não consigo ir em frente. E as pessoas cobram. Hoje meu amigo me dizia que um dos dias mais felizes da vida dele vai ser quando me ver rindo de verdade. Porque apesar de me conhecer a pouco tempo, sente que eu sou muito melhor que isso. E perguntei se tem prazo para isso acontecer. Mas como funciona esse negócio de prazo? Quando acaba a dor? É cientificamente comprovado que em algum momento esquecerei todos os meus erros? Minhas dores? Minhas perdas? Tem uma hora que isso se torna nada? Só uma lembrança na mente? Porque para mim não é tão fácil quanto foi para ela? Será que é só porque ela não me amava mais? Será que tudo que eu fiz deu a energia extra para ela retomar a vida com tanta facilidade, funcionando de maneira contrária comigo?Essas dúvidas todas dormiram comigo e já passavam das 03h da manhã...para quem acorda ás 05h45....Acordei esgotado...cansado...sem disposição e pela primeira vez sem disponibilidade para ir dar aula...minha bóia...minha maior alegria...e eu não queria ir...Mas fui...Dei pela primeira vez quatro aulas péssimas...descontei nos alunos pela primeira vez minhas frustrações...a 6ª série que tanto me ama quase chorou comigo...de tão intragável que estava com eles...e olha que hoje é a aula que eles mais esperam, pois são duas aulas comigo...E estava ruim...mesmo...mas pior foi no 7º ano....pela primeira vez expulsei um aluno de sala...e porque? Por nada...por razão nenhuma...quer dizer, ele estava falando a aula toda...mas ele fala a aula toda e nós nos relacionamos muito bem...lido com isso com naturalidade...Mas hoje, com 5min de aula não aguentei e o mandei sair...Me senti péssimo depois...saí de lá e participei da reunião da bolsa...entrou mais uma menina para o grupo...tem o mesmo nome da minha ex namorada...e hoje com 2min de reunião se achou íntima para perguntar se algo me incomodava...disse que nada...caminhei para casa depois e no caminho chorei...fui ligar para a minha amiga de outro estado, mas ela estava com seus próprios problemas no escritório onde trabalha e de toda a forma o assunto não flui mais apesar da genuína preocupação comigo....até porque agora ela está num relacionamento sério e não quero atrapalhar isso, de jeito nenhum...Fiquei a tarde na cama...chorei, rolei, pensei e dormi...até quase 20hs, quando fui para a última aula na faculdade...Ficar lá foi apenas para responder a chamada...foi horrível...agora estou em casa...Hoje era para ter postado o presente da minha ex sogra...mas cadê coragem? Força? Nem isso consegui...Estou na cama, quase 01h da manhã e meu amigo está no quarto, cantando e tocando guitarra e até com ele quero brigar...acordo daqui a 4 horas e amanhã são 6 aulas, estágio, faculdade...dia longo...Complicado viver...fácil sobreviver...Mas a vontade a essa hora da madrugada é de acabar com tudo...e nunca mais senti isso que sinto...esse peso no coração, esse desgaste na alma...

domingo, 6 de novembro de 2011

Rotina?

O aniversário da minha ex sogra e do meu ex sogro terminou. Pensei muito neles boa parte do final de semana. Em tudo que vivemos. O time do meu ex sogro perdeu e caminha a passos largos para a segunda divisão. Confesso que tenho torcido para que ele fique, só por certeza que meu ex sogro ficará numa alegria intensa....Vivi o meu final de semana em casa mesmo. No sábado fui dar o aulão, a segunda parte era Literatura e foi um super aulão. É chover no molhado dizer que eles gostaram. Sou privilegiado por ser o professor preferido, mais querido e ter a aula mais esperado. Devo isso à Literatura mesmo. É uma matéria gostosa de trabalhar e que permite uma série de deliberações. Ao término optei por não sair com o pessoal do cursinho e vim para o apartamento. E tive um sábado abençoado. Saímos os 5 do ap para uma pizza e uma noite repleta de conversar e risadas, tirações de sarro e momentos sérios. Uma aluna me ligou no meio da noite para que saíssemos e por ela ser extremamente bonita, meus amigos ficaram "indignados" por eu não aceitar.Me interpelaram se eu não me sentia preparado. E fui muito honesto mas sem emoção dessa vez: Não! Não me sinto. Não me sinto atraído por nenhuma das minhas alunas. Não me sinto preparado para começar uma nova história com ninguém. Não me sinto forte para isso. Não sinto que estarei forte para isso. Não tenho esperanças de nada que provenha de minha ex namorada. Não se trata disso. Se trata de não ter essa força toda para dar esse tipo de prosseguimento a minha vida. O mais engraçado é que meus amigos, não afeitos a papos muito profundos, deram continuado a essa conversa e seguimos com ela durante uma parte da noite. Foi boa a "terapia em grupo". Chegando em casa, já era tarde, mas enebriados por aquele sentimento de amizade, que vai se firmando a cada dia e me dando um respaldo, que se não é o que sempre sonhei, ou as vezes o que eu preciso, e extremamente acalentador,vimos um filme juntos. Típico de amigos. Rimos, jogamos pipoca uns nos outros, sabotamos o computador um do outro, enfim...uma bagunça intensa que fez o síndico chamar nossa atenção. Dormi cansado e contente. No domingo, tirei o dia para ser produtivo. Corrigi provas, trabalhos, preparei aulas, vi o jogo do meu time, limpei a casa, lavei roupa, passei roupa, preparei minha janta, almoço, fui na missa...Vi minhas séries...Me mantive ocupado para a cabeça não pensar...e confesso que só agora...23hs, já cansado é que alguma tristeza está reaparecendo. Mas sem maiores consequencias. Estou bem. Estou forte para enfrentar. Quero enfrentar. Os domingos, que sempre são os dias mais complicados, tem sido melhores nas últimas semanas, desde que comecei a dar aulas, sobretudo porque agora não é um simples dia de folga, agora é um dia de trabalho, o único de fato que eu tenho para colocar serviço e faculdade em dia. Eu nunca fazia isso quando estava com minha ex namorada. Dá pra contar isso como evolução? Um crescimento? Algo bom? Creio que sim...mas eu trocaria tudo para me sentir de novo da maneira que só ela sabia fazer eu me sentir... 

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Seguindo...

Recomeçar é seguir em frente...Essa música da Aline Barros fala sobre isso...e é uma das minhas favoritas. É antiga, já esteve em uma novela das 8, mas tem uma letra que fala com a nossa alma..."Pai, tá difícil manter o caminho, tenho andado em meio a espinhos, nem sempre é tão fácil acertar..."

Recomeçar

Aline Barros

Pai,
Tá difícil manter o caminho,
Tenho andado em meio a espinhos,
Nem sempre é tão fácil acertar.
Pai,
Emoções descalçam os meus pés,
Me roubando em meio a cordéis,
Que me enlaçam em minhas fraquezas.
Pai,
Eu nem sei o que te falar,
Mas eu quero recomeçar,
Me ajuda neste instante.
(Refrão)
Preciso da tua mão,
Vem me levantar,
Faz-me teu servo Senhor,
Me livra do mal.
Quero sentir o teu sangue curar-me.
Agora meu Senhor,
Vem restaurar-me. (2x)
Pai,
Tá difícil manter o caminho,
Tenho andado em meio a espinhos,
Nem sempre é tão fácil acertar.
Pai,
Eu nem sei o que te falar,
Mas, eu quero recomeçar,
Me ajuda neste instante.
(Refrão)
Preciso da tua mão,
Vem me levantar,
Faz-me teu servo Senhor,
Me livra do mal.
Quero sentir o teu sangue curar-me.
Agora meu Senhor,
Vem restaurar-me. (3x)
Agora meu Senhor,
Vem restaurar-me...


Começos e recomeços...

Nas primeiras sessões com minha psicóloga ela me deu o conselho mais clichê de todos, para sair dessa: "Viva um dia de cada vez..."  Imediatamente disse que já tentava isso constantamente, mas que não estava funcionando. Ela deu outro conselho que foi muito mais útil e tornou-se usual em minha vida..."Viva então uma hora de cada vez..."  Sim, porque se estou bem nessa hora, nada garante que na próxima estarei. Recomeçar requer uma pré disposição que nem sempre tenho. Recomeçar requer uma vontade que nem sempre me acompanha. E faço tudo para recomeçar. Eu tenho todos os meus dias, absolutamente ocupados. De segunda a domingo. Sempre tenho algo pra fazer. Acordo cedissímo em quase todos os dias. Dou as minhas aulas.Vou almoçar. Corro pro estágio. Vou pra universidade. Saio ás 22hs de lá. Em casa janto. Preparo as aulas do dia seguinte. Leio algo da faculdade antes de dormir, vejo alguma série, fico um pouco no msn...e no dia seguinte, tudo de novo...Isso de segunda a quinta. Na sexta pela manhã acordo mais tarde, corrijo provas, trabalhos, lanço no diário...no sábado tem aulão do pré vestibular, depois saída com o pessoal, no domingo vou lá ver as crianças, e depois preparo o esqueleto de todas as aulas, vejo futebol com o pessoal do apartamento, vou correr com meu amigo...isso sem contar na bolsa de docência que tem reunião toda segunda de manhã e aula e aula ás quartas feiras.Não parece corrido.É corrido. É um recomeço. Assim não penso nos erros que fiz. Nas maldades que cometi. Nas minhas perdas. Nas minhas lágrimas. Ao menos acho que não penso...porque se a cabeça pará um minuto sequer...tudo volta. As vezes no ônibus. Antes de dormir...na ida pros serviços...As vezes eu tô rindo e ela me vem nítida na cabeça...E sinto a ausência dela como um soco no estômago. E aí quero parar tudo e o recomeço deixa de existir, se tornando um novo começo, dias depois. É um círculo vicioso. É uma dor que só quem sente sabe. É intensa. É verdadeira. É física. E causa sensações físicas...dores pelo corpo, ânsia de vômito, falta de ar...recomeçar do zero é muito complicado. Tem horas que dá vontade de ficar na cama e nunca mais sair..acho que foi por isso que assumi responsabilidades tão intensas...porque sabia que se fosse como é no meu estágio eu nada faria...me entregaria...mas saber que pessoas precisam de mim, dependem de mim de certa maneira, da força e vontade pra não parar...ao menos até dia 17 de Dezembro...quando esse sonho de ser professor, esse bóia que permeia vida e doma minhas decisões terá suas merecidas férias...e aí acabará a popularidade com os alunos, a paixonite das alunas, os amigos de apartamento passarão um perído com suas famílias, em suas cidades... e eu estrei sozinho na essência mesmo. Aí não haverá força que anime o recomeço, ou novo começo!

Aniversário de quem se ama.

Hoje e amanhã é aniversário da minha ex sogra e do meu ex sogro. Certamente haverá festa, como aconteceu nos últimos 8 anos. Sempre comemorávamos simultaneamente. Com parabéns duplo, muita comida, muita gente reunida e muita risada. E hoje eu não estarei lá. Um novo "filho" estará a mesa. Melhor homem que eu. Provavelmente melhor namorado que eu. Mais correto para eles. Mais do agrado deles. Mais e melhor para ela...Meu ex sogro e sogra estão no meu pensamento, sempre. Das muitas coisas que sinto falta, eles estão no topo da lista. Já disse aqui que a defninição da palavra "mãe" para mim é minha ex sogra. Jamais vi ou conheci alguma tão dedicada, que vivesse tão intensamente, as vezes até de maneira invasiva a vida das filhas. Que cuidasse e zelasse tanto para que ambas sejam felizes. Ela é tipo, a mãe de todos. Aqueles para quem qualquer familiar corre nos momentos de dor, física ou não. Ex enfermeira aposentada, faz qualquer coisa que esteja  a seu alcance para ver os "seus" felizes. Cuidou de mim como nunca fui cuidado antes. Isso que nunca fui o que poderia ser chamado de "genro dos sonhos"..ela tinha, com razão, sérias restrições a mim. Aprendeu a me amar e me ter como um filho, mas disse várias vezes que pra filho eu servia, já pra genro...não! Era muito sincera. O fato de dizer isso não a fazia melhor, nem pior. Eu a admirava profundamente. Sim, discordava dela em vários pontos. Mas nossa relação era ótima. Tanto que independente de minha ex namorada estar em casa, muitas vezes fiquei na cama com ela e meu ex sogro, vendo algume esporte,coisa que era nossa paixão. Meu ex sogro era mais fechado, Não muito carinhoso, nem com as filhas ou as mulheres. É aquele típico provedor. Faz todas as vontades das filhas. Não deixa faltar nada. Me tratava muito bem. Era mais alheio a nossa relação. Contanto que a filha estivesse bem, pra ele tanto fazia. Tínhamos conversar muito boas. Sobre vida, futebol, mulheres. É um cara extremamente divertido, engraçado. Gente boníssima. A festa pode ser hoje a noite, ou amanhã. Mas vai acontecer. E eu não estarei lá. Não serei lembrado. Minha ausência não será sentida, mesmo. Mas não poderia deixar passar em branco. Comprei um presente e escrevi uma carta para minha ex sogra. Não mandai essa semana por razões simples. Embora a carta seja só mais para admitir minha culpa, mal ouso pedir perdão pelos meus diversos erros, não quero estragar comemoração nenhuma, então resolvi mandar na segunda feira, quando tudo já tiver terminado. Não sei se ela lerá. Se aceitará a lembrança. Não tenho a menor ideia do que provocará dela. Mas sou muito, muito grato a essa mulher, a esse homem e essa família. Por terem sido o que foram para mim durante os últimos sete anos. Deixar de lado o aniversário deles, seria terrível para mim. Acho que jamais farei isso. Nem em 2011, ou em 2021. O mesmo vale para o dela...Eles sempre estarão comigo. Talvez não mande sempre presentes. Mas sempre vou lembrar. Sobretudo porque eles moram no meu coração. Hoje não está sendo um dia fácil. As lágrimas tem teimado em aparecer. Eu é que tenho impedido elas de dar as caras. Está funcionando. Ao menos até agora. E o dia será longo...tenho serviço pra terminar e quatro aulas noturnas pra dar. Eu não posso desistir desse dia. Mas garanto que é minha maior vontade. Alías, não só desse dia!

Amigos.

Muitas vezes ao me ler aqui, vocês tem a imagem que passo de mim mesmo. De alguém sozinho. Porque é assim que me sinto na maioria dos momentos. Só. Só mesmo. Mas as vezes esqueço que a despeito de qualquer draminha que queira fazer, tenho amigos sim. Eles podem não ser profundos. Podem não gostar de um belo cineminha. Podem as vezes ser distantes. Mas são os que Deus me deu. São as pessoas que me deram um lar. São as pessoas que me ajudaram a crescer quanto homem. Que não "respeitam" minha dor, porque simplesmente querem que eu me livre dela. Que são ansiosas para conhecerem meu "eu" de verdade, divertido,passional,intenso...Ontem foi um dia em que eu me senti particularmente triste...lembrei de tudo que perdi..de tanto que perdi...lembrei da dispensa que havia ganho da minha amiga no começo da tarde( e foi por uma ótima razão, ela me dispensou porque QUER e PRECISA ser feliz, AGORA. Não amanhã, ou semana que vem, como eu) e tudo foi juntando uma coisa na outra...voltando da faculdade...fone de ouvido..é automático, os dedos procuram as músicas mais tristes no celular...louvores que falam de Deus...de tristeza, de estar sozinho..de abandono...Uma das coisas que me faz mais falta são as ligações telefônicas...eu não voltava pra casa sem falar no telefone com minha ex namorada, ou com aquela minha ex amiga. E ainda era uma viagem mais longa, porque ou eu estava indo para minha casa ( distante 50 minutos sem trânsito da minha faculdade) ou para casa da minha ex namorada ( 20 minutos a mais do que a minha casa)...agora em 13 minutos estou em casa...e são nesses 13 minutos que a mente voa...que os pensamentos ruins vem..via de regra coloco uma música animada, e sigo. Mas ontem a noite me sentia muito mal, triste...quebrado. Com a música tocando, as lágrimas estavam quase vindo, o aperto no peito começou a sufucar, o nó na garganta a ser formar quando derrepente...a namorada do meu amigo vem por trás, alegre, expansiva, carinhosa, me sugura pela cintura, dá um beijão no rosto e grita : SURPRESA!Engraçado que sempre me refiro a ela aqui como namorada do meu melhor amigo mas...ELA É MINHA AMIGA.Nunca fomos próximos, mas estudamos desde a primeira fase juntos.E hoje é a mulher com quem mais falo. Desabafa comigo a respeito do namoro dela. Sou seu melhor amigo. E ela tem sido a minha. Voltamos conversando. Passamos no supermercado. Compramos algo pra janta da noite e fomos pra casa. Com todos em casa, ficamos conversando até tarde. Fiz questão de largar celular, notebook e ficar com eles. Beliscando os petiscos, rindo, bebendo cerveja, sofrendo com as gozações deles. Só fiquei, como sabem vocês, com uma menina desde o térmono. Uma aluna, enquanto estava bêbado. Isso é um prato cheio para eles. Que atendem os telefonemas de outras alunas para mim. Que já conversaram com elas no msn fingindo ser eu, que sabem quantas e quais tem um genúino interesse em mim e que eu não me "aproveito" disso. Isso rendo as mais variadas piadas. E ontem foi isso. Uma noite simples. Uma noite alegre quando eu estava prestes a desabar. Quando com certeza deitaria na cama e choraria muito. Mas não o fiz. Graças a Deus, que mandou esses 4 anjos para minha vida. Podem não ser os amigos que sempre sonhei, ou os que perdi. Mas eu também não sou e estou longe de ser o amigo que eles sempre desejaram. E eles me amam assim. Dessa forma. Aquela é a única família que tenho hoje em dia. E aquele apartamento é o lugar mais próximo que posso chamar de lar. Vale agradecer a Deus por isso.

Pequena perda.

Ontem tive uma pequena perda. Como vocês sabem, estava no começo de um envolvimento com uma leitora assídua do blog. Nada sério. Nada intenso. Sem amor. Ou paixão. Mas um genuíno interesse. Uma genuína vontade de seguir em frente com alguém que me compreendia. Moramos em cidades diferentes, mas isso não nos impediu de obtermos rapidamente uma complicidade interessante e que parecia frutífera no futuro. Das muitsa possibilidades que surgiram nesse momento na minha vida, ela era a única que me interessava. Não tenho interesse em nenhuma das minhas alunas. Além de serem novas, são minhas alunas. Não quero trilhar esse caminho. Quero ser justo.Correto. Íntegro. Coisa que não fui em tantos anos da minha vida. Ela é inteligente. Tem uma papo legal. Mas há uma semana o papo não vinha fluindo. Erroneamente achava que era por conta do que escrevia aqui no blog, e ela estaria se sentindo um pouco "traída", com "ciúmes.".. mas racionalmente sabia que não poderia ser porque sempre fui honesto com ela ( por mais paradoxal que isso pudesse ser, vindo de mim), logo era outra coisa. E era mesmo. Uma coisa particular dela, então ontem, depois de uma semana de distanciamente, ela me "dispensou." E sabe que eu senti? Achei que não teria baque nenhum...mas teve...me senti além de desprezado cada vez mais sozinho...em alguns momentos, que são muito pouco duradouros, penso que se alguém, que não fosse aluna minha, me amasse, de verdade...eu sairia dessa. Mas acho que já fui amado que chega nessa vida. Tive três namoradas. E foi em evolução. Uma que não amei, era só desejo e parceria. Uma que amei muito. Mas que me traiu. E outra que foi minha vida. Meu tudo. Meu mundo. E agora...acabou...Não me enxergo com mais ninguém. Acho que o que acabou distanciando eu e essa amiga, foi também os momentos que estávamos. Ela está muito bem. Se recuperando. Correndo atrás da felicidade. Eu estou estagnado. Bem num dia. Péssimo no outro. Sem lágrimas. Choro convulsivo. Forte. Fraco. A dualidade tem acompanhado essa trajetória. E não vejo ela se extinguindo tão cedo. Ainda tenho muito que sofrer. Ainda tenho muita tristeza pra viver. E não, não é uma opção. Eu simplesmente me sinto assim. Eu não acordo e escolho me sentir pior. Eu me sinto. Eu choro. Eu sofro. Pelos motivos mais esdrúxulos do mundo. Pelos menores. E me sinto cada vez menos compreendido. Porque a essa altura, as pessoas cobram uma melhora já significativa. No último dia 29 se completou 5 meses. Ela já seguiu com a vida faz tanto tempo. E eu estagnado. Mas talvez o correto seja eu não seguir...Na única vez que tentei, fui dispensado. Com todo o carinho do mundo, delicadeza, educação e sensibilidade. Mas dispensado. A amizade continua. Mas outras coisas, quem diria...farão falta. Sigo na mesma. Sem perspectiva.

Cercado.E sozinho....

Novembro começou e com ele a promessa de fazer as coisas diferentes, talvez com menos lágrimas, menos recaídas e menos vontade de pôr fim em tudo.Novembro começou e as lágrimas ainda não reapareceram. Novembro começou e eu estive tão ocupado que nem deu tempo de ficar triste, chorar, ou pensar nas perdas. Novembro começou e meus sentimentos não mudaram. Novembro começou...O primeiro evento diferente que tive durante esse mês foi um passeio a um parque temático do meu estado. É super legal lá. Foi o primeiro lugar diferente que fui com minha ex namorada, na época que só ficávamos. Um dia inesquecível na minha vida, por tudo que nos divertimos e brincamos lá...foi onde tivemos nossa primeira briga, a ponto de terminarmos, porque ela ficou com ciúme ao saber de uma menina que eu havia ficado anteriormente...no ônibus conversamos ao pé do ouvido e foi nessa viagem que sei que a conquistei...O outro dia que lá fui, foi há cerca de três anos, um passeio entre amigos, só nos, um amigo, aquela minha amiga que já falei aqui e a irmã dela. Outro dia ótimo. Ontem pela primeira vez fui para aquele parque temático sem as pessoas que amo. Fui com meus alunos. Presença exigida por eles. Quase um motim aconteceu no colégio, já que originalmente eu não iria por estar lá há apenas um mês.Fiquei muito contente em ser tão querido. Em me sentir tão bem quisto.Só os professores preferidos estavam lá e ser um deles é muito gratificante, mostra que meu trabalho está sendo bem feita em esferas além da profissional.Andar pelo parque foi fácil. Mesmo sendo um lugar que tenha tido suas lembranças...Ela estava lá não só porque era o parque. Ela estava lá porque ela está sempre comigo...Não consigo mesmo me desligar...E a tristeza apareceu em alguns momentos por razões muito simples...Evidentemente os alunos são amigos há anos...e professor também não deve se iludir e achar que é amigo de aluno, por mais que suas relação seja legal com eles...logo, os amigos eram uma grande panela.Eu estava inserido. E ao mesmo tempo não estava...dá pra entender? O mesmo se dava com os professores...eram mais três, grandes amigos, e eu ali...quase um "intruso"...nenhuma reclamação, fui tratado melhor impossível, melhor que os outros professores inclusive..fui acarinhado, cuidado, querido...mas...devo ser sincero....não amo aquelas pessoas...gosto delas...adoro algumas...mas é triste não se sentir parte desse contexto...por mais que as pessoas se esforcem para faze-lo se sentir bem, muito bem! Eu estava cercado...cercado de amor...cercado de pessoas que me adoram, que me amam...e ao mesmo tempo me senti sozinho....vazio...olhava ao redor...e lá ficava...sem nada contribuir, ou fazer...Não entendam errado...me diverti demais...ri muito, mas não era a mesma coisa que estar com quem amo...No ônibus, tanto na ida quanto na volta comandei a bagunça geral, recebi elogios da diretora, da coordenadora pedagógica...recebi a amostra de livros da editora pra escolher o material didático do próximo ano...enfim...estou me tornando o professor que sempre quis ser. Estou cercado por meus alunos, o chat do facebook se deixar não para, porque dá 7ª até o terceirão todos querem papear com o professor..e ainda assim, mesmo em meio a essa multidão, eu me sinto só. Vazio. Sem nada a oferecer. Sem querer receber nada. Quebrado. Partido. Sem conserto.Mas a vantagem, sem lágrimas! Segue a vida!