terça-feira, 31 de janeiro de 2012

De frente.

Encontrar amigas dela não é exatamente uma novidade. Quase todos nós trabalhamos como estagiários no mesmo orgão. Mesmo que não seja exatamente na mesma rua é no centro da minha cidade que não é exatamente um lugar muito grande. Hoje encontrei na hora do lanche uma grande amiga dela, a homônima dela para ser mais exato. Do grupo de meninas que ela é amiga talvez seja a mais afastada de todas. Ou era. 8 meses e muita coisa pode e deve ter mudado. Eu a vi de costas para mim na casa de sucos. Primeiro pensei em ir embora. Depois, por achar que  ela não falaria comigo, fingi que não vi. Mas ela me cutucou, me chamou, me deu um beijo estalado na bochecha e um grande abraço. Perguntou como eu estava. Quais eram as novidades. Realmente interessada. Fui bem supérfluo. Respondi com educação, mas sem a intimidade de outrora. Ela disse que faço falta. Não acreditei evidentemente. Todas elas me acham um doido. Um psicopata. Além de um mentiroso patológico. Esse tipo de pessoa não faz falta. Nos 5 minutos que ficamos no mesmo ambiante percebi que era a primeira vez que ficava tanto tempo num lugar com alguém tão ligado a ela. Tive uma vontade gigantesca de fingir uma ligação no celular. Várias. Mostrar que sou popular. Mostrar que mulheres me querem. Mentir na esperança que chegasse até ela. Olhei e vi como minha alma é podre só de pensar nisso. O lanche dela veio primeiro, me desejou tudo de melhor, disse que foi muito bom me rever e me deu novo beijo no rosto. Minha tarde ficou meio abalada. Mas como teria o jantar com minha amiga, tentei focar nisso. No espelho do elevador dei uma boa olhada para mim. Para ver se estava apresentável. Só pro caso de ela comentar com minha ex namorada que me viu. Não gostaria que ela achasse que por fora estou o mesmo trapo que estou por dentro. O exterior sempre engana. Não estava tão ruim. Só por dentro estava mal. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário