segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O que eu preciso.

Caio Fernando Abreu é um escritor gaúcho, especialista em contos, crônicas e bastante conceituado. Não é incomum vermos facebooks inundados por suas frases, colocados por pessoas que nem sabem quem ele foi. Digo foi, pois Caio morreu há mais de 10 anos. E seu legado escrito permanece consolando, ou traduzindo o sentimento de de milhares de pessoas que leem com prazer sua obra. Aqui vai uma amostra, que fala por mim, e por você que sabe que precisa seguir em frente mas não consegue:


Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.
Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão.
No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto - preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa?
(Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.)
Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.
Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.

Collie.

Collie é a raça do cão que marcou a minha vida. Todos vocês têm lido aqui, o quanto gosto de cachorros. Por não poder mais ficar perto daqueles dois que amo, uma porque o apartamento não deixa e outro porque acho que lá será temporário.Então dessa forma, colaboro de maneira ativa com uma ong que cuida de animais de rua. As pessoas erroneamente tendem a achar que meu lamento e minha dor é pelo fim de um namoro. Se fosse "só" isso...o fim de um namoro longuíssimo....Antes de mais nada perdi a melhor amiga, a eterna namorada, a amante, a companheira....Mas além disso, perdi uma sogra que era uma mãe, um sogro com quem eu podia sempre falar de futebol,uma cunhada que implicava comigo e eu com ela....e dois cães maravilhosos, que eu amava mais do amo muitos seres humanos. Pouco me importa se quem me lê aqui não tem carinho por cachorros. Eu amava aqueles dois. Quantas vezes nos "falávamos", brincávamos...o grande, o collie...já estava comigo há 7 anos. Poderia me orgulhar dizendo que ele me amou assim que me viu...mas ele ama QUALQUER UM assim que o ver. É um cão extremamente dócil, querido, amável, vai literalmente com qualquer um. Sobe apenas em duas patas e "abraça" "beija"...a falta que eu sinto dele, dos dois, já que o outro é "amor da minha vida em forma de cão" é física...eu vejo um cão na rua e lembro deles...mas collie é uma raça rara...difícil de se ver...o "meu" vira latas eu "vejo" sempre por aí...Mas um collie...só hoje...passados já completos 5 meses é que revi...lindo, altivo, e carinhoso com seu dono...bateu uma saudade...uma ausência...seria tão mais fácil prosseguir se fosse apenas o fim de um "namoro" normal...mas eu tive, tenho, que deixar tanta coisa para trás que ás vezes parece evidente que não conseguirei. Primeiro porque é complicado fazer as pazes com o passado...segundo que é tanto amor por tantas coisas, situações e pessoas que até transborda...De todo a forma hoje a saudade daquele cachorro gigante no tamanho e no amor foi uma coisa boa. A tristeza veio, mas o primeiro sentimento foi bom. De um ser que me amava, de graça, e que não se importava nem com meu caráter, ações ou qualquer outra coisa. Só queria ser amado...e amar...É...certas coisas ficam para sempre!

A ex amiga.

Ontem a amiga com a qual traí minha namorada, veio falar comigo no msn. Inesperadamente. Quando eu estava até de bom humor, pronto para um programa legal com meu melhor amigo no ap. Mas parei tudo para falar com ela.Ler o que ela tinha a dizer. Começou com um pedido de desculpas, dizendo que nem lembrou da data, porque sempre foi desligada para essas coisas. Não acreditei. Conversamos banalidades. Como está o irmãozinho dela. O cachorro. A família. A faculdade recém iniciada. Ela respondeu tudo com relativa simpatia e bom humor. Eu poderia ter encerrado o assunto ali. Mas quis ir mais fundo e perguntei sim se ela achava que conseguiria me perdoar um dia. Sua resposta foi seca, direta: "Ah, não sei..." Falou da dor que foi. Do tamanho do mal que fiz a ela. Eu disse que era imenso. Que sempre soube o tamanho do estrago que causei. Que não me faço de desentendido.Que me puno. Ela ficou surpresa em saber que conto para todos do meu erro. Seja nova, ou velha amizade. " Se queimando mais ainda.."  Ela disse. Não me importo com isso. Quem quiser ficar perto de mim, precisa saber o tipo de maldade que fiz na vida das pessoas. Quem fui de fato. Se a partir daí quiser ficar, ótimo. Se não...bom...paciência....ninguém precisa ficar perto de um cara como eu. É questão de bom senso. As pessoas que se foram não querem ser enganadas novamente. E as pessoas que chegam tem o direito de se afastar para não correr esse risco. Não é fácil para um mentiroso nato, do dia para noite, sempre falar a verdade. Eu tento. Nem sempre consigo. 
Durante a conversa ela estava mais preocupada com que as pessoas pensariam dela, afinal eu traí minha namorada com ela, mas deixei claro que sempre omito o nome. Não é justo que ela pague pelo meu erro. E ela paga. Perdeu amizades. É olhada diferente. E a rigor não teve culpa de nada. Foi manipulada para fazer tudo que fez. Iludida. Enganada. Caiu inocentemente numa armadilha. 
Em mais momentos do bate papo deixou claro que não deve me perdoar. Que quer seguir a vida dela e ser feliz. É um direito total dela. Não pode e não deve ser questionado. Eu não a fiz feliz. Eu a enganei. Nutro hoje por ela, um amor fraterno. Um querer bem. Um desejo genuíno que tudo dê certo na vida dela. Que tudo que passaram a vida toda dizendo que ela não conquistaria, que ela conquiste. 
Não posso negar que a conversa me abalou. Me transtornou. Tornou minha noite mais difícil e minha manhã também. Mas quero tentar melhorar. Quero fazer diferente nesse novo mês que se inicia. Outubro está indo embora. Dias difíceis ocorreram. Dias mais tranquilos. Sorrisos forçados. Sorrisos sinceros. Pessoas importantes surgindo. Em muitos momentos, na maioria deles, eu não acredito que retomarei minha vida. De verdade. Que serei feliz como já sou. Em outros eu acho que posso ao menos amenizar isso. Posso encontrar nos meus vários projetos, nas crianças, no pré vestibular, nos meus alunos, motivos para sorrir e  para construir uma vida que valha a pena ser vivida. Que me dê ânimo de olhar para trás e dizer que valeu a pena. Que tenhos poucos arrependimentos. Algo muito diferente do meu tortuoso passado. Se vai dar certo? Não sei...Não sei mesmo...Mas posso tentar.... e hoje, 31/10/2011 QUERO tentar e não mudar de ideia amanhã!

sábado, 29 de outubro de 2011

Sou humano...

Essa é a música, que já não é mais nova, mas que tem embalado minhas lágrimas, minha dor, meus sonhos, minha consciência, em todos esses momentos, especialmente nessa semana pródiga em lágrimas, em culpa, em saudade, em tudo de ruim...


Sou Humano
Bruna Karla

Deus mais uma vez segura em minha mão
Minha alma aflita pede tua atenção
Cheguei no nível mais difícil até aqui
Me ajude a concluir
Quando penso que estou forte, fraco eu estou
Mas quando reconheço que sem Ti eu nada sou
Alcanço os lugares impossíveis, me torno um vencedor
Estou sentindo minhas forças indo embora
Mas Tua presença me renova nessa hora
Senhor, vem, e me leva além
O meu sonho de chegar está tão longe
Sou humano não consigo ser perfeito
Vem, Senhor, vem, e me leva além
(2x)
Me ajude a ousar com minha fé
Sou pequeno eu não sei ficar de pé
Sou dependente, tão dependente
Vem Senhor ao meu favor
Me ajude a ousar com minha fé
Sou pequeno eu não sei ficar de pé
Me dá tua mão,
Me tira do chão.
Vem me ajudar.
Estou sentindo minhas forças indo embora
Mas Tua presença me renova nessa hora
o Senhor, vem, e me leva além
O meu sonho de chegar está tão longe
Sou humano não consigo ser perfeito
Vem, Senhor, vem, e me leva além

O e-mail.

Eu mandei um email para ela ontem, quase 1 da manhã. Deixei a dor e a tristeza falarem por mim. Fiquei na dúvida entre mandar mensagem pelo celular, e-mail ou mensagem off no msn, já que nunca mais a vi online. Desisti da mensagem off porque ela não poderia ver se tivesse me bloqueado, coisa que pode ter acontecido,  ou me excluído...acho que tem mais de um mês que não a vejo....e não é possível que alguém que entrava todo dia não entre nunca, nem em horário de serviço...Claramente me bloqueou e ás vezes desbloqueia, sei lá...Mensagem no celular, achei que o namorado poderia ver e se chatear, ligar nem cogitei...o e-mail foi a solução mais prática...Transcrevo para cá, omitindo os nomes, claro o que mandei para ela...



Você me ensinou que o aniversário de alguém é o dia mais importante na vida de uma pessoa...O dia "que ela pode tudo", lembra? Eu recebi dezenas de ligações hoje, me tornei erroneamente um professor bem popular.Claro, nenhuma da minha família, que não quer nem me ver pintado de ouro. Na visão delas, e correta, eu privei a mãe de alguém que eles amavam e em quem eles confiavam...
Confesso que hoje achei que ligarias. Que mandarias um e-mail. Uma mensagem. Um mísero parabéns.Não mandastes, e não posso te condenar. Quem pode depois do que eu fiz? Hoje é a prova maior de que me tirastes para sempre da tua vida. Fizesse até umas tentativas de reaproximação...aquela conversa no carro, o papo no msn e as mensagens...todas bem espaçadas, mas acho que agora é definitivo....Estou de fato de fora da tua vida...vida esta que merecidamente reconstruístes, com alguém honesto...eu sinto demais o mal que te fiz...sinto demais por minha canalhice...pelos anos de mentira...acho que para uma história de 7 anos eu merecia a cortesia de um parabéns...mas é tão relativo o que eu mereço ou não...
De qualquer forma, entendi o recado, alto e claro. Você me sacou da sua vida. Não vou retribuir a atitude. Sempre mandarei um email, uma carta, uma mensagem em seus aniversários, com você casada ou não. Pode rasgar, não ler, descartar, jogar fora....Mas será sempre uma data importante para mim....Eu tô tentando seguir em frente....juro que tô...Nem sempre dá...ainda há muitas lágrimas, muita culpa, muita saudade...
Enfim...manda um beijo pra sua mãe, pro seu pai, pra sua irmã...e um carinho no  ___ e no ___ ( os dois cachorros). Jamais esquecerei nenhum de vocês....NUNCA!
Meu sentimento por ti é o mesmo.
Espero que tudo siga bem contigo.


Foi isso que meu coração mandou mandar para ela. O fiz com o rosto coberto de lágrimas. Ouvindo uma canção que embalou meu sofrimento nos últimos dias.Muita vezes acho que não conseguirei por razões diversas que vocês conhecem demais. As vezes acho que será impossível prosseguir sem ela. Que em algum momento dessa estrada, um buraco enorme vai se abrir e eu vou cair dentro dela, soterrado pelo sofrimento que permeia minha existência e que me leva cada vez mais pra baixo. Tem dias que sorri dói. E como professor não posso me dar a essa luxo. Tenho que rir, fazer rir. O engraçado nas muitas mensagens que recebi no facebook dos meus alunos era que dois desejos eram quase unânimes. "Seja feliz, porque você merece..." não era um simples SEJA FELIZ, era pra ser feliz porque eu merecia. Desejariam o mesmo eles se soubessem das monstruosidades que fiz? Acho que não...ao saber disso me afastei, a maioria das pessoas se afastou de mim. E outro pedido era: "Continua sendo esse cara engraçado que és..." Se soubessem o esforço que faço para ser "engraçado"...a luta que é comigo mesmo...os suspiros antes das aulas, os olhos fechados, os pedidos aos céus...Enfim...quero seguir! Mas não creio de verdade que conseguirei.

A prova.

O aniversário de uma pessoa, ela me ensinou, é o dia mais importante na vida de alguém...é o dia que podemos tudo...é um dia único. Se eu esperava alguma prova de que ela literalmente me obliterou da vida dela, recebi ontem....ela não me ligou, não mandou nenhuma mensagem, ou um mísero e-mail com uma simples oração: Parabéns! Nada disso eu mereci pra ela, depois de sete anos.Um sinal alto e claro de que estou fora, para sempre da vida dela.As tentativas de reaproximação que ela fez em nada resultaram. Ela me apagou da existência dela, do passado. Com muita razão. Mas por humanidade, que ela tem de sobra, ela poderia ter ligado, mandado uma mensagem, um e-mail, algo...Mas não o fez...não sentiu vontade, necessidade, nada...Talvez tenha aproveitado o dia com o namorado...ontem foi feriado para ela...Ou com as amigas...quem sabe tenha viajado...enfim...eu nada sei dela....Meu dia não foi de todo ruim...ontem quando o relógio deu meia noite, mais ou menos como uma bomba relógio, eu explodi num choro intenso...Estava no msn com 3 alunas que exigiram ficar falando comigo até a hora do meu aniversário...durante o dia, nenhuma ligação de pai, vó, familiar nenhum...minha mãe já era esperado que não conseguisse ligar....fiquei a manhã e parte da tarde no quarto...chorei, vi fotos, assisti séries, preparei minha aula....fui dar aula no pré vestibular e fui maravilhosamente bem recebido, com alguns presentes...uma bela camisa, cartões, um livro que já queria há tempos, chocolate...meus alunos são muito queridos, e gostam mesmo de mim...Dei as aulas vestido de bruxo, pra ser bem animado...depois fomos comer fora, rir um pouco e vieram muitos professores, alunos de todas as turmas....o pessoal do outro colégio onde dou aula ligou e ficou com ciúme...enfim...Não foi o melhor aniversário da minha vida....mas foi melhor do que eu esperava que fosse...Eu ri...chorei...me entristeci... me alegrei...estive melancólico, entusiasmado...Absolutamente bipolar! Eu sobrevivi a esse dia. O fato de ter vários alunos e um número reduzido porém leal de amigos, ajudou. Pena que eles não estarão aqui no natal e no ano novo...Mas não quero sofrer por antecipação...Um sofrimento de cada vez...Doeu muito o dia de ontem. Mas eu respeito o sinal que me foi dado, por quem eu já fui o amor de toda uma vida.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A véspera.

Véspera dos meus 33 anos. A idade de Cristo. A idade em que o Senhor padeceu. Uma quinta feira nublada no meu coração. O sol brilhou intensamente na parte da manhã. Como eu previa, ganhei 5 festas de aniversário, das 5 turmas que dou aulas na quinta e duas turmas que não tem aula comigo hoje e se juntaram as demais para comemorar comigo...Houve invasões de salas, cantos de parabéns, bolos, fotos, risadas...já sabia de todas as festas, mas fingi não saber...não poderia tirar deles esse momento...ensaiei uma cara de  surpresa...é bom se sentir amado por um colégio inteiro. A diretora me chamou e perguntou qual era o meu segredo, o que eu fiz com aquelas crianças e jovens para eles estarem tão encantados comigo? Não sei...de verdade, não sei mesmo! O que sei é que a manhã foi melhor do que eu mereço. A manhã foi linda. Fiz de tudo para manter o pique, mas não sei se foi emoção, saudade ou o quê, mas a dor foi chegando baixinho e chorei discretamente no ônibus...fui para o meu estágio...Trabalhei lá até 18h30...e agora estou aqui na Universidade.No canto, sozinho, quase chorando. Tá dando uma agonia. Um vazio. Uma dor. Um ano atrás e hoje era só expectativa. Planejamento. O que faríamos. Depois de 4 festas seguidas em casa, tínhamos decidido que dessa vez faríamos algo na rua. Ela não resistiu e preparou para os mais íntimos na casa dela. É muito cuidadosa nisso. O dia do aniversário de uma pessoa, é o dia mais importante do mundo pra ela. Ela dizia que no dia do aniversário a pessoa pode tudo. Até com quem ela não gostava ela agia assim. Na véspera do meu aniversário, aquele sentimento de expectativa sumiu. E esse sentimento ficou dentro de mim por quase 15 anos. Ou devo dizer a vida inteira? Qual foi a última vez que eu me senti sozinho em meu aniversário? Nem lembro. No grupo jovem, dos 14 aos 26, enquanto fiquei, comemorei muito. Foi o meu 26º aniversário, o primeiro aniversário que comemorei com ela. Foi o dia em que a primeira vez saímos pra jantar. Ela me deu o livro Rei Arthur. Na contracapa a dedicatória: " Para o amor da minha vida..." . Antes dos 14, eu era mais chegado na minha família e tive algumas festas em casa mesmo, ou com o grupo de coroinhas do qual fazia parte...Não quero dizer, porque pode está dado a impressão que sinto falta de festas...festa eu ganhei hoje...5...ganhei semana passada...fatalmente ganharei amanhã dos meus alunos do pré vestibular...Festas não me trazem nada...não me dizem nada...nunca me disseram...Eu sinto falta de todo aquele carinho...daquele aconchego que só as pessoas que te amam podem te dar...Eu não sou mais amado. Por praticamente ninguém. Amanhã, pra ganhar um beijo da minha mãe, eu terei que ir até em casa...porque ela não sabe usar o telefone celular, minha irmã mais nov não fará a ligação para ela...sim, quando falo que nossa relação é ruim, é ruim MESMO!Ela me odeia...Eu não faço mais parte da família...por conta de tudo...por ter perdido a mulher que amo por ser um  mentiroso., por ter feito minha mãe perder a atenção de uma pessoa que ela amava, da qual até hoje ela pergunta, sente falta...por ter pego uma vida direcionada, voltada já para um futuro junto, e destruído...esses sonhos hoje não são comigo...não são para mim...São de outro...Alguém mais merecedor...a meia noite não terá beijo de feliz aniversário...ligação empolgada..música cantada com aquela voz que eu amo escutar...Dia 28 de outubro virou um dia comum... pra mim, pra ela...pra minha família, para minha ex amiga, ex amigo....para todos...Não é mais uma data importante. Minha ex sogra não se lembrará...É só uma sexta feira. Amanhã é o dia que eu gostaria de ficar trancado em casa, no escuro, acompanhando o escuro que minha alma s tornou.Há uma semana, eu venho pensando de novo muito no fim..no meu fim!Vale a pena continuar?A única providência que consegui pensar pra passar por esse dia, foi acordar hoje ás 5h da manhã...estou com muito sono e para garantir ainda tomarei o último comprimido que restava para mim...guardado justamente para esse dia. Para esse momento. É isso mesmo que alguns de vocês estão pensando....não tenho força pra lidar com isso. Não sei lidar com minha dor. Sou só mais um fracassado que não sabe sair da areia movediça da dor em que se enfiou...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A bóia.

Quando eu comecei a dar aulas no projeto Pré Vestibular Comunitário, lembro o bálsamo que foi. Aquelas quatro horas que lá passava, era o momento mais esperado da semana. Vocês que me leem aqui desde o começo viam a alegria em ir dar aulas substituindo outros professores, e como isso ajudou a seguir em frente. um pouco, mas ainda assim seguir...hoje o projeto está mais organizado, conta com uma equipe maior e melhor, enfim...minhas aulas são apenas ás sextas á noite. É um momento muito esperado, porque aquela turminha já é importante na minha vida. Desde o mês passado, eu fui contratado para dar aulas num colégio particular na cidade vizinha a minha, a mesma cidade da minha ex namorada...as cidades são tão juntas que mal dá pra dizer que são diferentes...Ser o professor titular de Gramática para o Ensino Fundamental e Literatura para o Ensino Médio de todo o colégio me deixa muito contente. Eu dou aula de segunda a quinta feira. 5 por dia. Exceto ás terças em que dou 6 aulas. E aquelas aulas tem sido minha bóia. Aquilo no que me apóio. Preparar as aulas, corrigir provas, trabalhos, preparar o que será entregue...tudo isso faz com que a dor se suazive durante aquele período. E durante essa semana a dor tem sido intensa. Não tem me dado paz. Depois dos 10 dias sem chorar tenho chorado todo dia. Lembrando do vazio, da dor, da tristeza, da culpa, dos erros, dos acertos e de ser arrancado da vida de quem mais amo. Eu tentei me recuperar. Eu tentei ficar bem. Eu tentei parecer bem. Me mostrar forte. Mas é fato: Não sou. Sou fraco. Sou chorão. E não chorão que chora por qualquer coisa, que viu, ouviu ou sentiu. Sou chorão que chora por nada. Sem motivo algum. As lágrimas vem e lembro que perdi mais do que posso repor. E lembro que não terei mais ninguém. E lembro que hoje em dia sou muito pouco amado. Pouco querido. Pouco gostado. Não conto alunos. Claro que não. De pessoas que fazem parte da minha vida? Meus amigos com quem moro, dentre eles meu melhor amigo. E a amiga que fiz graças a esse blog. Minha mãe, e mais ninguém. E não estou exagerando. Essas são as pessoas para as quais eu faria uma genuína falta se amanhã morresse. Coisa que pedi ontem pra acontecer em meio a intensas lágrimas. Chorei tanto que cheguei a passar mal. As pessoas não entendem, a dor é física. Dói mesmo. Dói por dentro. Você literalmente se afoga nas lágrimas. Aí, sem opção de abrigo, onde vou procurar? Nas minhas aulas. Nos meus alunos. É impressionante que em pouco mais de um mês eu já os tenha conquistado dessa forma. Já sou o professor predileto de várias salas. Amanhã todas as turmas estão preparando antecipadamente uma festa de aniversário para mim. Na realidade seis turmas. Claro que dá orgulho. Dúvida também vem. Porque não é mesmo? Não sou ainda esse professor espetacular. Sou bom. Mas não sou tanto assim. Sou engraçado. Mas não me sinto assim carismático a ponto de despertar isso em tantas crianças e jovens. No próximo feriado haverá um passeio, e meu nome não estava na lista dos professores que vão, porque o passeio já vinha sendo organizado bem antes de eu ser contratado. Mas por exigência dos alunos fui intimado a comparacer. E minha presença, segundo a diretora, dobrou o número de alunos que iriam ao passeio. Na semana passada, no aulão antes do ENEM no nosso projeto pré vestibular, tinha vários alunos de outros colégios, alunos de professores do nosso projeto em outros lugares. Todos esses professores sem excessão, diziam que na segunda minha aula era o assunto dos alunos...Não conto nada disso com orgulho, mas sim com espanto, com incredulidade. Não me sinto especial. Não me sinto diferente. Não me sinto abalisado teoricamente. Mas conquisto. E não é nem a conquista que me dá ânimo, claro que motiva, mas sim o fato de seguir dando aulas. Se eu desse mais 10 dessas por dia, ao menos veria minha vida com mais propósito. Porque ela está vazia. Apoiada em uma única bóia. Bóia essa que se esvaziará no período mais difícil do ano: Natal e ano novo. Se meu aniversário, cercado desses alunos que estão fazendo, em vão, tudo para que eu me sinta bem, já está me destroçando, imagina em Dezembro...sem alunos, sem meus amigos que irão para suas casas e famílias em outras cidades...sem minha mãe, que passará na casa de minha irmã casada, para onde não estou convidado...Eu tenho medo do que virá. Do que farei, em meio a depressão. A tristeza, a dor, o vazio, bateu e dessa vez ficou!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Quanto tempo?

Será que após praticamente 5 meses eu ainda tenho recuperação? Ainda vou melhorar? Ainda tenho muito pra caminhar para ESTAR bem e não FINGIR estar bem? Eu me pergunto isso constantemente. Quanto tempo demorará para que tudo me lembre dela? Durante quanto tempo sentirei falta de tudo? Durante quanto tempo ansiarei por um perdão que jamais virá? Onde termina essa jornada?
Não sei. Não sei se acaba. E não sei em que velocidade se acaba.
Mas essa parábola turca ajuda a refletir:


UMA HISTÓRIA TURCA

Um dia, Khoja estava cortando lenha à beira da estrada, a uns poucos quilômetros de Akshehir. Transcorrido algum tempo, um homem veio pela estrada, caminhando na direção de Akshehir, e perguntou ao Khoja:

- O senhor poderá dizer-me quanto tempo levarei até chegar a Akshehir?

Khoja ouviu-o e ergueu a vista da sua tarefa, mas nada disse. Por isso o homem, em voz mais alta, insistiu:

- Quanto tempo levarei para chegar até Akshehir?

Mas o Khoja continuou em silêncio. Dessa vez o homem bramiu, indignado:

- Quanto tempo levarei para chegar a Akshehir?

Como Khoja continuasse mudo, o homem chegou à conclusão de que ele era surdo; e assim se pôs a caminhar depressa no rumo da cidade. Nasreddin Khoja observou-o a caminhar por uns instantes e de repente lhe gritou:

Uma hora!

- Por que não me disse isso antes? - Desabafou-se o zangado viajante.

- Porque eu primeiro precisava conhecer a velocidade da sua marcha - respondeu o Khoja.

Ser e estar.

Existe uma grande diferença entre ser triste e estar triste. O estar,claro, é momentâneo, e pode acontecer por uma razão ou por outra.Uma briga com um amigo, amiga, namorada, mãe, pai. Ser triste é diferente. É um estado permanente, permeado por alguns momentos de alegrias. Não sou alegre. Sou no raso, uma pessoa triste. Tão triste que ás vezes tenho preguiça de existir. De ser eu. De seguir em frente. Claro que em muitos momentos achamos que vamos conseguir. Mas no fundo não conseguimos. As lágrimas vem do nada. Como hoje no ônibus. Eu ia para a escola. Tranquilamente.Nada me chamou atenção especificamente. Estava lendo um livro e só. E do nada comecei a chorar. A ficar triste. A relembrar daquele sorriso gigante, daqueles olhos imensamente expressivos, daquela voz alegre, daquele jeito hiperativo e de tudo que me fazia bem. Foi complicado tomar fôlego, e ir para a aula. Fazer meu papel de professor. Aplicar prova. Entregar trabalhos. Passar matérias novas. Mas era preciso faze-lo e o fiz. Com profissionalismo extremado diga-se de passagem. Me senti orgulhoso ao ser chamado pelo terceirão para tirar fotos com eles para a formatura. Ao conversar com pais de alunos da sexta série que diziam que o filho hoje adora português por minha causa. É gratificante e na vida que levo deveria bastar. Não bastou. Na viagem de volta, novas lágrimas. Novas duras. Até a universidade para a reunião da bolsa foi difícil. Passar em frente a calçada "dela" foi um tormento que me trouxe mais e intensas dores. Chorei convulsivamente. Irônico é que não faz nem uma semana que passei dentro do estacionamento que fica o carro dela e passei com coragem e força e hoje desabei, volto a dizer, sem nenhuma razão. Após a reunião da bolsa, vim para casa. No caminho fiquei cerca de 30 minutos fazendo carinho no cão que mora perto do ap, que já contei á vocês, que tanto lembra o meu. Eu quase conversava com o cão. Chorava e ele lambia minhas lágrimas através do portão. Um cachorro. Eu nem sei o nome dele. Ele não é nem exatamente parecido com o que eu tinha. Mas era a única coisa que eu tinha naquela hora. E eu aproveitei para deixar as lágrimas virem com a força que deveriam. Ao voltar para o apartamento, sozinho, pude sentir a imensidão da solidão que senti e o vazio em cada parede. Dia 28 é meu aniversário. E será um aniversário totalmente dos últimos, não 7 mas 15 anos. Afinal antes dela, eu tinha uma vida legal com o pessoal da igreja. Cheio de amigos. Ao longo dos meus aniversários me fizeram várias surpresas. Depois eu namorei outras meninas, que também me encheram de mimos. E aí chegou ela. Que mudou para sempre meu conceito de "feliz aniversário". Ela me ensinou que nenhum dia é mais importante que esse. Que é a nossa data que mais deve ser celebrada...dia 28 vem aí...e ela não estará...não ligará, mandará mensagem, email, nada. Meus amigos de antes não estarão. Minha amiga...minha mãe não sabe usar o celular...logo, também não falarei com ela, pois minha irmã não permitirá. Será um dia extremamente infeliz...33 anos...valeu a pena te-los vividos? Eu nunca estive tão sozinho quanto estarei no meu aniversário...
De todo modo, estava triste demais em casa e resolvi seguir o conselho da minha psicóloga...fiz algo produtivo...tarefas da faculdade, terminei um livro, lavei roupa, passei roupa, limpei boa parte do apartamento, fiz minha janta, preparei aula...tudo, tudo para a imagem da dor ir embora da minha cabeça. Agora estou aqui. No escuro...chorando...desabando...tendo que encarar seis aulas amanhã...das 07 ás 12...mais estágio e mais a aula a noite...ou seja...um dia longo, que passará rápido, mas que não tenho a menor ideia de como vive-lo. Hoje, segunda feira, eu estou cansado de viver. E por mim, pela minha vontade, nem faria mais isso.

domingo, 23 de outubro de 2011

O sofrimento das pessoas.

Encontrar a si mesmo é mais complicado do que se imagina. As dificuldades são intensas. Principalmente se você passou mais da metade da sua vida adulta mentindo para os outros, enganando os outros e conseguindo amizades e amores através da mentira...Nada na minha vida veio por mérito próprio...quer dizer...de certa maneira, todos entraram em minha vida por mérito meu...mas com medo que eles não permanecessem criei e inventei histórias para mante-los nela mais tempo...pode-se enganar as pessoas durante algum tempo...não todas as pessoas o tempo inteiro...essa lição eu aprendi...e nessa busca de quem eu sou, quero partilhar com vocês essa história, que escutei anos atrás, e ao reler hoje, deu um novo significado para mim...


POR QUE AS PESSOAS SOFREM?



     — Vó, por que as pessoas sofrem?
     — Como é, minha neta?
     — Por que as pessoas grandes vivem bravas, irritadas, sempre preocupadas com alguma coisa?
     — Bem, minha filha, muitas vezes porque elas foram ensinadas a viver assim.
     —Vó...
     —Oi...
     — Como é que as pessoas podem ser ensinadas a viver mal? Não consigo entender. Na minha escola a professora só me ensina coisas boas.
     — É que elas não percebem que foram convencidas a ser infelizes, e não conseguem mudar o que as torna assim. Você não está entendendo, não é, meu amor?
     —Não, Vovó.
     — Você lembra da estorinha do Patinho Feio?
     — Lembro.
     — Então... o Patinho se considerava feio porque era diferente. Isso o deixava muito infeliz e perturbado. Tão infeliz, que um dia resolveu ir embora e viver sozinho. Só que o lago que ele procurou para nadar havia congelado e estava muito frio. Quando ele olhou para o seu reflexo no lago, percebeu que ele era, na verdade, um maravilhoso cisne. E, assim, se juntou aos seus iguais e viveu feliz para sempre.
     — O que isso tem a ver com a tristeza das pessoas?
     — Bem, quando nascemos, somos separados de nossa Natureza-cisne. Ficamos, como patinhos, tentando aceitar o que os outros dizem que está certo. Então, passamos muito tempo tentando virar patos.
     — É por isso que as pessoas grandes estão sempre irritadas?
     — É por isso! Viu como você é esperta?
     — Então, é só a gente perceber que é cisne que tudo dará certo?
     — Na verdade, minha filha, encontrar o nosso verdadeiro espelho não é tão fácil assim. Você lembra o que o cisnezinho precisava fazer para poder se enxergar?
     —O que?
     — Ele primeiro precisou parar de tentar ser um pato. Isso significa parar de tentar ser quem a gente não é. Depois, ele aceitou ficar um tempo sozinho para se encontrar.
     — Por isso ele passou muito frio, não é, vovó?
     — Passou frio, fome e ficou sozinho no inverno.
     — É por isso que o papai anda tão sozinho e bravo?
     — Não entendi, minha filha?
     — Meu pai está sempre bravo, sempre quieto com a música e a televisão dele. Outro dia ele estava chorando no banheiro...
     — Vó, o papai é um cisne que pensa que é um pato?
     — Todos nós somos, querida. Em parte.
     — Ele vai descobrir quem ele é de verdade?
     — Vai, minha filha, vai. Mas, quando estamos no inverno, não podemos desistir, nem esperar que o espelho venha até nós. Temos que exercer a humildade e procurar ajuda até encontrarmos.
     — E aí viramos cisnes?
     — Nós já somos cisnes. Apenas temos que deixar que o cisne venha para fora e tenha espaço para viver e para se manifestar.
     — Aonde você vai?
     — Vou contar para o papai o cisne bonito que ele é!
     A boa vovó apenas sorriu!

Quero descobrir quem eu sou na verdade. O monstro que prejudicou tanta gente ou o cara que hoje ajuda o máximo de pessoas que sofrem perto dele, achando erroneamente que isso compensa algo.
De qualquer forma, tenho que sair, é hora de ir brincar com minhas crianças com HIV do Lar que ajudo.
Fiquem bem.

Os meus.

Ontem foi o dia da primeira comemoração do meu aniversário, sexta feira que vem. Como meu amigo de apartamento fez aniversário semana passada, comemoramos os dois, mas optamos apenas em fazer entre nós. Não foi por falta de pessoas para convidar. Foi porque queremos estreitar os nossos laços, tornar a nossa relação mais forte. Demos muitas risadas. Comemos muito. O único momento de tensão foi ir ao supermercado dentro do shopping comprar as coisas. É não adianta...fico nervoso...ansioso...vejo ela em todos os lugares, na escada rolante, na fila do cinema, no caixa eletrônico...mas a nova forma de lidar com a tristeza tem funcionado...eu não a cultivo...vivo o que tem de viver de tristeza e sigo em frente...Não me privo de ter um dia alegre como tenho feito tão frequentemente. A força logo é recuperada. E com ela, voltamos para o apartamento para uma tarde de diversão! E como eu disse, foi muito bom! Eles são meus amigos. Se preocupam comigo. Gostam de mim. Sabem o que eu fiz. Não "aceitaram", não "entenderam", mas não me definiram por isso. Me deram uma segunda oportunidade de fazer diferente. De mostrar que posso fazer mais e melhor. Da mesma maneira gostaria de uma segunda chance daqueles que já me amaram..É difícil seguir, sabendo que há pessoas por aí que já não se importam mais comigo, que me expulsaram das suas vidas. Que dizem ter perdoado sem ter perdoado, pois quem perdoa supera, segue em frente...De qualquer maneira, após a cansativa festinha, após arrumarmos tudo, subimos e cada um foi dormir, na realidade desabar na cama...E na cama...pela quarta noite consecutiva...sonhei com ela...sonhei que a reencontrei no centro da minha cidade...estava sozinha e fingiu que não me viu...será isso que acontecerá no reencontro com aquela que já foi minha? Sem conversa? Ou um aceno com a cabeça? Ou fingir mesmo que não viu? Segue a dúvida, até esse dia chegar! Confesso que escrever sobre isso já dá uma dor no coração, uma tristeza repentina...é tão difícil e doloroso se tornar NADA para alguém que você era TUDO e que não deixou de modo algum de ser SUA VIDA. Talvez não devesse ter escrito e pensado sobre isso...sobre esse nada que me tornei...a tristeza voltou...que dure apenas 10min....

sábado, 22 de outubro de 2011

Lugares.

Ontem, ao término do aulão, pela primeira vez fui chamado pelos meus alunos do colégio para um programa com eles. Junto com outro professor do colégio aceitei. O local? Uma pizzaria que muito frequentei com minha ex namorada. O primeiro lugar que a levei para jantar. O primeiro lugar onde ela foi levada para jantar por outro homem. Lembro que os olhos dela brilhavam. Como tudo era novo para ela. Lembro do quanto rimos naquela noite. Das flores que dei. Em dado momento ela se emocionou...Era muito, muito amor. Não foi fácil aceitar o convite. Pensei em pedir, já que era caminho, que meu amigo passasse em frente a casa dela. O que eu veria lá? Certamente meus cachorros na frente de casa. Olhando o movimento. O pequeno pulando feito um louco para cada pessoa que passasse por ele no portão, até quase dar com a cabeça no relógio de luz. O grande, deitado, lindo, aproveitando o ventinho, e sendo claro, muito perturbado pelo menor. Talvez minha ex sogra na garagem, lavando roupa. Talvez o carro do novo namorado na frente de casa, e os dois lá dentro curtindo uma noite à dois. Enfim...com essas imagens na cabeça, achei melhor não pedir...Meus alunos me chamaram porque a despeito de me conhecerem pouco, me acham divertido, engraçado, carismático, querido...e eu não seria nada disso se passasse na frente da casa dela. As lágrimas viriam... e mesmo feliz com a super noite de projeto do nosso aulão, eu tornaria tudo isso em pó. Fomos direto para lá...passamos na frente da locadora onde alugávamos nossos filmes e "brigávamos" porque ela queria as comédias românticas e eu os suspenses ou os de terror...lojas onde comprávamos roupas...e claro, o nosso primeiro restaurante...não havia um exato temor em encontra-lá lá...há anos ela não curtia esse restaurante...a gente normalmente acabava indo em outros perto dele mesmo...entrar no restaurante foi a melhor coisa, porque lá fora, a atmosfera, cheio de lugar onde já estivemos, o calçadão onde passeávamos, lugares que frequentávamos, estava me fazendo mal...lá dentro eu fiquei bem. Lá dentro eu me senti mais perto do que estou me tornando.Além dos alunos do colégio, meu amigo do projeto e eu convidamos os outros professores para irem junto conosco e alguns compareceram, deixando a noite mais agradável ainda. Me senti mais protegido. A maioria dos professores sabe o que fiz. Sabe o que era estar ali para mim. Para algumas pessoas é nada. É insignificante. Tenho certeza que ela, que é muito forte, lida bem com isso. Em estar no quarto que dividimos durante anos, agora com outra pessoa. Em ver o cachorro que me amava loucamente, agora no colo de outra pessoa. Em ir em lugares que eram "nossos" sem nenhum problema com outras pessoas. Eu não frequento esses lugares. Sim ,sou mais fraco. Sim, me sinto alquebrado quando isso acontece. A resistência é minada e a vontade de prosseguir inexiste. Não sou bom com essas coisa. Ainda. Andar pela universidade é penoso. Estar em lugares que frequentávamos, dói. Parece fácil, irrisório, mas não é. Só quem amou, literalmente loucamente e erradamente como amei, sabe o que é. Por isso, evito. Por isso fico em lugares sem chance de reencontro. Me sinto pronto, creio, para ve-la, para bater um papo. Mas não, ainda para encontra-la com o namorado por exemplo. Escolhi viver e retomar minha vida em lugares que são literalmente tábulas rasas, vazias, em branco. Para construir minha nova história, meu novo eu.
De toda a forma, lá dentro, protegido pelos que gostam de mim, sem olhar para fora, a noite foi agradabilíssima.Foi legal brincar de dar pontos na média pros alunos que comessem mais pizza. Foi divertido rir com eles, brincar com eles...foi um bom momento. Ao voltar para casa, passei na frente do antigo colégio onde estudava minha amiga...aquela com quem traí minha namorada...Bateu arrependimento e uma breve tristeza. Ao vir para casa, cansado, não demorou para dormir, em meio a uma das minhas séries. Hoje é dia da primeira comemoração do meu aniversário. Uma coisa mais exclusiva para o pessoal do apartamento. Só a gente mesmo, e bastará. Porque estamos cada vez mais juntos. E nesses momentos, é bom saber que pode contar com alguém.

O Astro.

A noite de ontem foi especial para o nosso projeto comunitário. Foi de ouro. Talvez vocês não saibam, mas hoje e amanhã temos a prova do ENEM. Por isso reuni a equipe inteira para na sexta feira, darmos um super aulão. Todas as matérias. 20 minutos cada frente. Cada um fazendo o seu melhor. E que melhor. Foi uma noite linda. E ficou claro sim quem era o astro da noite. Salão abarrotado. Alunos de colégios particulares da minha cidade, colégios públicos, cursinhos. E nossos próprios alunos. Fácil mais de 200 pessoas.O mais fotografado, assediado, chamado e querido lá, era eu. E pelo primeira vez, não me senti culpado por isso. Aceitei que aqueles alunos gostam de mim. Ou mais que isso, gostam do professor que sou. Que estou me tornando. Resolvi afastar por algumas horas aquele pensamento culpado que sempre permeia meus pensamentos nessa hora e aceitar que como professor posso ser amado. Que os alunos ( sim não são só alunas) querem tirar fotos, querem abraçar, querem mostrar que são íntimos do professor mais querido. Todos os professores brilharam. E estrategicamente a aula de Literatura ficou para encerrar, para mante-los lá seguindo um dos meus colegas que montou o cronograma. E deu certo. Como sabiam que era Literatura, receberam uma imitação impagável de uma personagem da nossa literatura e uma aula de menos de 5 minutos ( Português tem 3 frentes e tínhamos que dividir em Gramática e Redação, que receberam um tempinho maior) sobre todas as Escolas Literárias. Ao término muitos gritinhos, aplausos, fotos, e comprimentos. E muita aceitação também. Humildemente aceitei que isso pode acontecer. E não faz de mim uma pessoa melhor. Faz de mim um bom professor e nada mais. Claro que fiquei orgulhoso de alunos de cursinhos particulares da minha cidade, cursinhos de altíssimo nível virem falar que tenho que dar aula lá, que sou melhor que o professor deles...É o que quero pra mim...fazer meu nome, construir minha história...e nisso, ACHO que posso deixar meu caráter de fora...A noite estava muito boa. É bom ser querido, sobretudo quando você passa meses e mais meses se sentindo tão sozinho, tão sem chão, tão sem nada...Ás vezes devemos aceitar as pessoas que Deus nos manda...não são as mesmas pessoas que tinha antes e sentir falta delas não fará com que elas voltem...elas não voltarão...elas desistiram, cansaram de serem enganadas, e estão certas. A paciência acabou. Agora é a vez dessas, que entraram há pouco tempo e que nem eu nem elas sei por quanto tempo ficarão...professores do projeto, alguns alunos mais especiais, pessoas que esse blog me mandou, enfim...todos estão aqui agora...ajudando a dor a terminar. O que não significa que terminará. Mas está sendo amenizada. Isso está.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

QUASE por água abaixo.

Ela não estava na feira. Na realidade nem procurei. Se estava apresentando, não vi e se passou por lá, não passou em meu estande. A tarde na feira foi cansativa. Nosso assunto não era fácil de ser explicado, logo não chama muito atenção. Só os realmente interessados param pra ver. Ou seja, atendi cerca de 13 pessoas. Fui visitar o estande de alguns amigos, lanchei..tudo pras 6 horas e meia que tinha que lá ficar passar logo. A minha colega de projeto puxou um assunto....fim do meu namoro...como terminou, porquê....apesar do conselho da minha psicóloga e também do psiquiatra de que essas coisas não precisam ser ditas SEMPRE para TODAS as pessoas, não consigo não faze-lo...contei a história completa...para quase uma estranha...O que fiz...como fiz...só não porque fiz...porque isso nem mesmo eu ás vezes sei responder...ela ficou, claro, horrorizada. E os diálogos minguaram...Não são todas as pessoas que se sentem a vontade conversando com alguém como eu...e não posso condená-los. Acho que eu também não me sentiria confortável. Ao fim da feira vim embora...e aí...do nada....ás lágrimas vieram...depois de 10 dias ( ainda não bati esse recorde) elas vieram gratuitamente...e sabem o que eu fiz? Aceitei a tristeza...não como antes...não com desespero...aceitei que aquele momento eu estava triste e passaria por ele...tinha opções pra ligar, pessoas que são importantes agora na minha vida...mas não fiz...resolvi sentir um pouco a dor que não sentia já a algum tempo...a chuva caia, me molhava...e eu segui andando...chorando...Cheguei em casa, tomei um banho quente, e fui para cama...vi uma série que gosto e pequei no sono...acabei com bagunça no apartamento ás 22e45. Era aniversário de um dos meus amigos, estava conversando no msn com uma pessoa já muito querida e importante para mim, quando fui arrancado da cama, tive o celular, que confesso, graças as minhas alunas iludidas hoje toca bastante, "sequestrado" e fiquei incomunicável por algumas horas, tudo para curtir uma noite agradável as 4 pessoas que mais participam da minha vida atualmente. Bebemos, brincamos e a noite foi voltando ao normal. Foi voltando a ser alegre...aquela tristeza que decidi sentir foi embora...Ao dormir, descansei de uma semana corrida, mas sonhei com ela...foi estranho...a família dela, ela,o namorado, minha família, alguns amigos em comum, todos moravam na mesma casa...menos eu...e eu fui visita-los...ver de perto a relação dele com ela...não foi difícil interpretar o sonho...ela, a família, minha família, e esses amigos me tiraram da vida deles...eu sou aquele que "não mora mais junto", desta forma, sou a visita indesejada. Acordei atordoado...mas sem lágrimas...passei uma hora, assim, meio pra baixo...mas novamente foi algo que quis que fosse passageiro...logo meu melhor amigo acordou e segui com o dia...Agora vou para mais uma sessão no psiquiatra. Conversar sobre a minha evolução, pequenas quedas e dificuldades de seguir em frente sob alguns aspectos. Aceitação. Foi a chave para uma semana que começou extremamente difícil, mas que ganhou contornos sorridentes conforme os dias foram passando e o vigor foi voltando. Graças ás crianças com câncer visitadas no domingo talvez? Graças a pessoa querida, que falo todo dia no msn, por mensagem ou telefone e que me lê sempre aqui no blog? Graças a Deus? Graças a minha psicóloga? Ou ao meu psiquiatra? Não importa muito...Acho que é uma junção de fatores. Ontem só ficou provado que a dor ainda está aqui, mas que eu posso e devo saber como lidar com ela daqui pra frente. Que seja uma decisão continuada. Que seja duradoura. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Borboleta Azul.

Pensando na melhora que quero ter para minha vida, compartilho com vocês essa antiga parábola, que me fez bem relembrar hoje, em que encaro aqui, na feira, meu desafio de estar tão exposto, num lugar em que antes provavelmente negaria vir.
Reaprendendo que a vida ainda pode ser valiosa:



‎* A BORBOLETA AZUL *


"Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes.
As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas ele sabia responder, outras não.
Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem férias com um sábio que morava no alto de uma colina.
O sábio sempre respondia todas as perguntas sem hesitar.
Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder.
Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.
- O que você vai fazer? - perguntou a irmã.
- Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta.
- Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar.
Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la. E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!
As duas meninas foram então ao encontro do sábio, que estava meditando.
- Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta?
Calmamente o sábio sorriu e respondeu:
- Depende de você... Ela está em suas mãos."

Assim é a nossa vida, o nosso presente e o nosso futuro.
Não devemos culpar ninguém quando algo dá errado.
Somos nós os responsáveis por aquilo que conquistamos (ou não conquistamos).
Nossa vida está em nossas mãos, como a borboleta azul...
Cabe a nós escolher o que fazer com ela.

A dor também é aprendizado. Que eu acredite nisso todos os dias. Não só essa semana.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O que pode ser.

Amanhã é o dia que pode marcar nosso reencontro. Nossa universidade promove durante toda essa semana uma feira para apresentações de trabalhos acadêmicos. Enriquece o currículo, dá moral junto a professores, orientadores e também colegas. Ela nunca participou efetivamente. Só visitou e assistiu mini cursos. O mesmo vale para mim. Esse ano eu irei apresentar.Pela primeira vez. Não é obrigado a apresentar, mas é possível que ela também apresenta. Algumas das amigas apresentam todo ano. Ela está a meio ano de se formar. Seria teoricamente importante ter isso na sua graduação. Ou talvez ela nem ache necessário. Nem vá lá. Ou já tenha ido durante essa semana. O que sei é que amanhã é meu dia. Das 13 ás 19 lá estarei. E não estou ansioso, nervoso, tenso. Essa semana está sendo restauradora. Não digo que estou preparado. Mas se acontecer, faz parte da vida. Em algum momento nós vamos nos reencontrar. Vamos conversar. Vamos trocar ideias, vamos colocar um ponto final, uma vírgula, reticências, o que seja na nossa história. Mês que vem, ano que vem, daqui a um ano, daqui a 10 anos. Ninguém viveu o que vivemos e simplesmente nunca mais vai se falar. Ao menos eu acho que não. E quero, quando isso acontecer, estar na estabilidade que estou vivendo essa semana. Sem melindres, sem lágrimas histéricas. Sem tristezas lancinantes.Quero encarar de frente, com vergonha, mas de frente e mostrar que o que foi não pautará minha vida daqui pra frente. Que posso e serei diferente. Sei que ela não acreditará e nem deve, pois não dei prova nenhuma de mudança nenhuma pra ela. O que faço pros outros não significa e não deve significar nada pra ela, até porque ela nem sabe...Que mudança prática ela tem minha? Nenhuma...até onde ela sabe, sou o mesmo mau caráter, manipulador e mentiroso de sempre. E de gente assim, a gente faz , o que ela faz: mantém distância. Mas não será para sempre assim. Um dia ela pode crer que até o mais podre dos monstros, definição que ela já usou pra me definir, tem salvação. Se amanhã ocorrer o reencontro, bom...que seja COMO DEUS QUISER!

O estacionamento.

Como eu já disse para vocês aqui, algumas vezes, o prédio onde estudo fica ao lado daquele em que minha ex namorada estuda. Somos separados por uma vala e um imenso estacionamento, onde por sinal ela deixa sempre o carro dela. Hoje fui dar aula a tarde. Voltei caminhando e o único caminho de entrada para a Universidade era cruzar o estacionamento "dela" inteiro, depois de 4 meses e meio sem pisar ali.Os primeiros passos foram difíceis, mais ou menos como na vida. Olhava pro lado, procurava o carro dela. Olhava pras pessoas que vinham buscar seus carros, lembrei da gente, em como fazíamos isso, ou de como eu ia correndo pro estacionamento porque ela já estava me esperando para irmos embora pra casa...mas enfim...a cada passo...sabe aquela sensação de depressão, minha companheira nessas horas? O constante arraso? Não apareceu. Estava estável. Forte. E segui caminhando. Não tirei os olhos dos carros. Não sei o que faria se visse o carro. Talvez tal estabilidade se deu pela certeza que ás 17e48 ela não estaria pela universidade. Mas ainda assim....para quem não faz tanto tempo que sequer passava na calçada da frente da entrada do prédio dela...esse relato ridículo e pequeno é bem significativo.É uma vitória, num mar de constantes derrotas. Na realidade houve uma primeira vitória já de manhã. Encontrei uma amiga dela no centro. Do grupinho das 5 originais. Uma homônima dela. Excelente menina. Sempre me tratou super bem. As duas em si não são tão próximas. Minha ex namorada tinha restrições a ela. Como alias, tinha ao grupo todo. Acho que para isso o término foi fundamental. A fez se reaproximar dessas meninas. Dar a elas a real chance de serem amigas dela. Minha ex namorada era muito apegada ao fake criado por mim, e a despeito de eu sempre incentiva-la a dar mais atenção as meninas, ela pouco me escutava. Hoje, ao que me consta, e nada corrobora isso, é só uma sensação mesmo, são bastante próximas,e embora ela tenha feito novas e importantes amigas, as meninas foram destacadas em seu coração. De toda a forma, ela me cumprimentou alegremente e de forma muito educada. Diferente de todas aquelas que eu havia encontrado antes. Não a cumprimentei verbalmente. Fiz um vergonhoso cumprimento de cabeça e segui meu caminho. Tenho vergonha mesmo de dar um mísero "oi" para essas meninas, que também foram traídas e enganadas por mim. Elas me tinham em alta conta, o namorado perfeito. Sem falhas. O único dos namorados chamado para eventos. O namorado com o qual elas se divertiam. Não éramos exatamente amigos, mas tínhamos uma relação de muito carinho e respeito ( falar em respeito tento mentido tanto é estranho, mas histórias inventadas, não tornam meus sentimentos, as coisas que disse e fiz TODAS mentiras).De qualquer forma, a encontrei quando ia dar aula. Isso não alterou meu dia. Nem minhas aulas, que foram perfeitas. A cada dia os alunos gostam mais de mim e eu gosto mais deles e daquele colégio. O fato de não ter cedido a essas coisas pequenas, que antes me quebrariam com certeza, no dia de hoje, me deixou muito contente comigo mesmo.  

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Melhor sessão.

Estive hoje em mais uma sessão com minha psicóloga. De longe foi minha melhor sessão. Falamos de coisas boas. Falamos de otimismo. Falamos de uma melhora prática. Falamos de objetivos. Não, não estou curado. Não estou melhor. Eventualmente voltarei a chorar. Eventualmente voltarei a sofrer. Você não ama e deixa de amar instantaneamente. Ao menos EU não sou assim. Não, essa não é uma indireta para minha ex namorada. Ela teve motivos práticos e justos para me deixar, para não mais me amar. O homem que ela amava, jamais existira. Não dava pra continuar. Mas o meu amor prosseguiu...porque ela sempre foi a mulher que amei...Mas hoje ( e isso não quer dizer que amanhã eu não pense diferente) é hora de deixar esse amor no passado. Num lugar de destaque e bonito na minha vida.As melhores páginas da minha vida....enfim...não vou me repetir aqui...O difícil nessa estrada é se perdoar.É o que muitos dizem: "Você tem que se perdoar..." Não consigo. Não sem o perdão dos que magoei. Ninguém que conto a história parece disposto a perdoar. Ninguém que conto a mentira que inventei em torno da irmã do meu amigo, parece entender. Assim como não entendem a monstruosidade que fiz com minha ex namorada...Eu não entendo! Eu não perdoou. Ela não perdoou...A prova disso é a verdadeira obliteração, apagamento que ela me fez da vida dela...A falta de qualquer notícia, qualquer diálogo, qualquer possibilidade de entendimento, de afeto, de amizade....
De todo mundo, voltando para a sessão, não chorei, ri, contei histórias engraçadas, falei de uma nova, grande e especial amiga que fiz, graças a esse blog, em como estamos nos dando bem e ajudado um outro....Em como há um entendimento mútuo de dores e automaticamente uma consolação e ela viu tudo isso como positivo, como sinal de recomeço, de prosseguimento...E se disse orgulhosa de mim....deveria ficar orgulhosa dela mesma...é uma ótima profissional e fez com que eu me conhecesse melhor...As sessões são alguns dos momentos mais esperados da semana...lá já chorei...já falei sem parar, já me lamentei a fio, já me desesperei, já sorri, já ouvi, já fui criticado, elogiado....Enfim....o pouco que melhorei, os hoje, 8 dias sem lágrimas, são também por ela...Sei que cairei de novo...é da minha natureza, a menor lembrança pode me derrubar outra vez...mas se isso acontecer, quero levantar rapidamente. Quero seguir...ir em frente!Ser forte!Não sou. Mas querer ser já é algo não? Fiquem com Deus!

domingo, 16 de outubro de 2011

Pra levantar o astral:

Recebi pelo facebook e naquela noite que a vida, foi um pouco mais vida essa mensagem só serviu para mostrar que é possível sim seguir em frente. Uma boa semana para vocês:

Escrito por Regina Brett, com apenas 90 anos de idade, assina uma coluna no The Plain Dealer, Cleveland, Ohio.
"Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou.
É a coluna mais solicitada que eu já escrevi."


1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno .
3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.
4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.
5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.
6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.
7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.
8. Pode ficar bravo com Deus. Ele suporta isso.
9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.
11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.
12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.
14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.
16. Respire fundo. Isso acalma a mente.
17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.
18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.
19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.
20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.
21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa chic. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.
23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você..
26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todo mundo.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo..
31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.
32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.
33. Acredite em milagres.
34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.
35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.
36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.
37. Suas crianças têm apenas uma infância.
]38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.
39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.
41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor ainda está por vir.
43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.
44. Produza!
45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.”

Revitalizado.

Hoje acordei com vontade de melhorar. Depois de uma noite difícil, depois de sonhar com ela, acordar assustado, rolar na cama, decidi que meu domingo seria diferente. Fui pela primeira vez com as meninas que me convidaram a algum tempo, visitar as crianças com câncer do hospital da minha cidade. Não é uma atitude que propagarei. Aqui, no anonimato, é mais fácil admitir isso. Na vida real, ninguém precisa saber. Como eu disse...isso não compensa NADA!Não me faz melhor, não prova nada. Mostra que tenho tomado atitudes diferentes e só. Não acho que se qualquer das pessoas que prejudiquei nessa vida soubessem disso que venho fazendo diriam: "Ó...vejam, vejam, ele mudou..." CLARO QUE NÃO! Não depois do que sofreram na minha mão, não depois dos que eu já fiz...do que eu já os prejudiquei...anos de mentiras não se apagam só porque você começa a fazer o que é sua obrigação:A DIFERENÇA na sociedade. Ajudar crianças, jovens, adultos. Mas enfim...lá fui eu me vestir de palhaço.Lá fui eu fazer muitas palhaçadas, risadas. Foi hora de esconder a dor, foi hora de fingir, foi hora de dizer que eu não tinha nada!Mas tinha. E fiz que não tinha. As crianças adoraram. A se lamentar só o fato de que não consegui visitar as crianças com HIV que faço a recreação. Mas foi importante estar lá. E se eu me organizar melhor, posso atender as duas. E...vocês já foram num hospital de câncer? Já brincaram com aquelas crianças? Já viram elas rindo? Já foram abraçados por ela? Sua dor desaparece. Desaparece sim. Faz melhor pra quem vai, do que pra quem faz a visita. Era como se estivesse sem combustível e derre pente ganhasse um upgrade. E que upgrade. Aquelas crianças me revitalizaram. Voltei para casa.Tomei lições de como fazer comida com um dos meus amigos que  cozinha muito bem. Há quase 5 meses, cozinho sempre a mesma coisa. Algo frito,ou ovo. Arroz de saquinho e feijão de latinha. E macarrão com molho pronto. Hoje aprendi a fazer omelete ( sim eu sei que é simples) feijão e arroz. Fiz,demorou,e ficou uma delicia. Na parte da tarde demos mais risadas, vimos o jogo da tv, e as seis da noite fomos correr no cartão postal da minha cidade. Fora de forma, consegui correr 4km e meio. E andei outros 4. Foi muito bom. Em casa jantamos todos juntos. Agora todos estão no quarto. Eu estou preparando minhas aulas e resolvi contar para vocês que quem sofre, também pode sorrir sinceramente as vezes. Também pode se sentir bem consigo mesmo. Também pode ser abençoado por Deus por coisas que não merece. Obrigado crianças. Heroínas são vocês.

sábado, 15 de outubro de 2011

Tentar,tentar,tentar...

Na vida que levo me restaram duas opções para combater a dor que tantas vezes me assola...Tentar, ou desistir...Sei que se desistir não irei muito longe...Embora a dor seja muitas vezes imensurável,sigo tentando e fingindo, fingindo que vou vivendo..fingindo que tenho uma vida da qual gosto...Hoje fui para o aulão do Pré Vestibular...brincando, meus colegas disseram que eu não perco um...e é verdade...dos 6 que tiveram até agora, eu estive presente em todos. Não faltei a nenhum.E isso me levou a uma breve reflexão...e se eu ainda tivesse aquela vida?A vida completa que tinha antes?Eu estaria em todos os aulões?Qual seria meu grau de dedicação ao projeto? As minhas coisas? Como eu me dou 100% a essas pessoas quer dizer então que o término da minha vida como era antes,foi bom para elas certo? E pra mim? O que foi? Posso tirar algo de bom de uma coisa tão avassaladora? É o que tento. E tento. E tento. E quanto mais tento, mais chego a conclusão que não...Que embora esteja realizado, com o que construí e ajudo a construir para a sociedade, com esses jovens, que embora goste muito do direcionamento que minha vida profissional está tomando ( não estou dando aulas em mais de um colégio porque meus horários não permitem) eu sou incompleto. E quando digo incompleto, talvez a palavra que eu deveria usar seja vazio! Porque consigo me sentir sozinho até com várias pessoas em torno de mim....E foi assim hoje. Hoje foi um dos aulões mais esperados do nosso projeto. A rigor minha presença era dispensável. Estava lá porque não tinha absolutamente nada para fazer, acho que é por isso que vou todo sábado. Após o aulão saímos para comemorar o dia dos professores, nós e alguns alunos mais chegados. Foi muito divertido. Para eles. Com o passar do tempo, aquele momento foi se tornando um peso para mim. Sentei numa cadeira sozinho. A cada momento que pensava em chorar, alguém chegava...Não posso reclamar, se minha intenção era fazer draminha e ter atenção tive. Oito pessoas vieram conversar comigo. Para nenhuma delas me abri. Para todas menti dizendo que era cansaço. Não posso reclamar de não ter ninguém para conversar. Sou importante e querido nesse novo grupo. São meus amigos mesmo!E não conversei com eles porque não quis mesmo. Não demorou muito e vim para casa. A pé. Caminhando e pensando em todas essas coisas que agora estou colocando no diário. Pensando que podemos estar sozinhos mesmo rodeados por pessoas que se importem conosco. Em dado momento, uma das alunas, sentou ao meu lado e ficou mexendo no meu cabelo. Não sei se foi a carência ou uma certeza mesmo, mas era muito parecido com a maneira com que ela fazia...Aí eu pegava na mão dela...e não era a mão do meu amor...aqueles dedos finos, a mão muitas vezes gelada, que precisava das minhas para serem aquecidas...e eu beijava...a apertava no meu coração. E era feliz. E não sou mais. Sou sim muito contente. Sou alegre. Estou estável. Não chorei. Não quero chorar. Não quero ficar pior do que já estou. Não quero me forçar a me sentir pior. Se for me sentir mais miserável do que já me sinto que seja naturalmente e não porque eu induzi meu coração a passar por isso. Estou muito, muito triste. Me sinto, sem na verdade estar, muito sozinho. Abandonado. Acho que porque as pessoas que durante anos estiveram comigo, hoje não estão mais...Sou uma pessoa de hábitos...e nesses hábitos pessoas novas não tinham muita vez..e agora eu praticamente só tenho gente nova na minha vida...E tenho dificuldade sim em lidar com isso...Dói tentar e não sair do lugar, em não conseguir ver uma melhora concreta. Em tudo ser tão...vazio?Será essa a palavra? É! E é assim que me sinto de verdade. Longe, bem longe de como eu queria estar! Mais do lado do sofrimento do que do lado da vitória. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Triste caminhar.

Hoje o dia foi muito bom. Acordei,preparei minhas aulas da noite, fui para a reunião da bolsa na Universidade,para o meu estágio a tarde, dei minhas quatro aulas a noite.E foram 4 aulas espetaculares. Ao término fomos para uma festa típica, só nós os professores, que está correndo na minha cidade. O prato, tradicional, é um que eu cansei de comer na casa dela. Fiquei medianamente receoso de encontra-la na festa, mas lembrei que em 7 anos fomos apenas uma vez nessa festa, no primeiro ano. Desde então ela jamais quis voltar lá....mas vai saber...nova vida, novos amigos, novo namorado...E o fato de comer uma iguaria que era usual em sua casa....fui murchando, murchando...muitas risadas depois, já com o ônibus perdido, descobri que teria que voltar a pé...E caminhei, do centro da minha cidade até onde moro...1h20m de caminhada....No começo,tentando se manter alegre...mas, sem alegria,fui cedendo, cedendo, ouvi minhas músicas que falam de Deus, esperança, amor, dor, solidão...a opressão tomou conta e quando eu vi...bom...lutei para não chorar e não chorei.Por dentro a alma está em prantos, mas não exteriorizo...Lembrar de todas as perdas...lembrar que meus últimos sorrisos honestos, daquela felicidade que não era fingida, que não era programada, ela acontecia instantaneamente ao menor olhar...a melhor carinha doce que ela fazia...ao olhar de censura quando eu fazia algo "errado"...aos apelidos carinhosos...é tanta coisa para dar conta de esquecer...é tanto pra superar...e essa culpa, só torna as coisas piores...só esmaga mais e faz com que a vontade de desistir seja maior que tudo!Quero seguir, preciso seguir...mas seria tão mais fácil ficar parado...e esperar que o fim chegue, forte e avassalador.Fim.Meu fim.O quanto antes!Por favor....

Alegria perdida.

Eu nunca fui um aluno absolutamente dedicado. Vários foram os finais de semana que minha ex namorada passou estudando. E eu, mesmo com coisas pra estudar, ler, fazer, via filmes, séries, jogava bola, chamava amigos pra jogar vídeo game. Sempre me garantia na hora de apresentar os seminários e os trabalhos. Sempre tive uma didática incrível. Não tenho dificuldades em admitir as coisas nas quais sou bom. E sou bom em dar aulas. Muito bom mesmo. Ir pra faculdade não era exatamente uma alegria. Mas era prazeroso em muitos momentos. Eu tinha um trio e estávamos sempre juntos. Sempre vi aqueles dois como os meus grandes amigos e imaginei que nos momentos de dificuldades seriam os dois que me ajudariam. Um mais festeiro. Mais bagunceiro. Com algumas atitudes questionáveis para com as mulheres ( isso vindo de mim soa hipócrita, só agora que percebi) mas um cara de bom coração. Outro mais introspectivo, denso, adepto das conversas profundas que tanto me fazem bem em alguns momentos. Quando tudo aconteceu e minha ex namorada "ameaçou" contar a todos porque nos separamos de verdade, me senti impelido a fazer isso quase que imediatamente. Precisava saber se era verdade que os poucos que ficaram me deixariam mesmo sozinho. Olhando em retrospectiva percebo que isso não aconteceu imediatamente. A menina da sala da qual eu era  mais próxima "entendeu" o que houve e o mesmo aconteceu com minha dupla favorita. Eles salvaram meu semestre passado, me incluindo em trabalhos que eu não queria fazer, me ajudando a estudar pra provas, falando com professores por mim...até chegar as férias e nos afastarmos totalmente. Agi infantilmente, achando e desejando que eles viessem até mim. Que me procurassem. Talvez porque seria a atitude que eu tomaria. A despeito da minha canalhice, ninguém perto de mim, pelo menos alguém com quem me importe, fica sozinho em momentos de sofrimento. Sou chato.Ligo, mando mensagem, chamo pra sair. Eles não fizeram isso comigo. Em nenhum dia. Liguei algumas vezes. Liguei até chorando em momentos difíceis e eles não se importaram. Na volta as aulas não éramos mais amigos. Eles eram amigos. Nós três não eramos nada. A menina com a qual eu mais falava também se afastou de mim. Não é nada fácil conviver com quem faz o que fiz. Meu amigo mais sensível sempre falou que minhas atitudes para com minha ex e meus amigos o decepcionaram brutalmente.E mesmo o farrista, disse que para quem o julgava por conta das constantes traições eu era um tanto quanto hipócrita. Ele foi gentil. Eu era totalmente hipócrita. E assim, eu me vi sozinho na sala onde já fui de longe o aluno mais popular. A amiga, aquela que se matriculou nas disciplinas só pra ficar mais perto de mim também não fala mais comigo desde que fiquei com a aluna. Sento sozinho. Falo com os outros muito pouco. Os seminários e trabalhos semestrais estou fazendo sozinho. O lado bom é que agora leio. Li nesses meses de separação, tudo que não havia lido em 3 anos e meio de faculdade. Meu embasamento teórico que era fraco, hoje é bem razoável. Mas a alegria se foi. Conversei essa semana com meu psiquiatra sobre isso e sua visão é que a alegria da faculdade estava associada a minha ex. Era pra ela que eu fazia. Mesmo apaixonado por literatura. Por dar aula. Eu não era exatamente apaixonado por estudar. Era ( sou) apaixonado por ela. E materializava essa paixão indo pra faculdade. Os amigos eram consequência   disso. Com o fim do namoro, acabou-se também a alegria de ir para faculdade. No fundo, se pudesse dar aula só com a formação que tenho ficaria feliz. Por isso adoro esse psiquiatra. Ele realmente me entende. E sabe que é isso mesmo? A faculdade em muitos momentos era para ela. Pra família dela. E um ponto de encontro entre amigos. Sem ela, as amizades murcharam, até pelo que eu fiz com ela ( confirmando a previsão dela, de que ficaria sozinho se soubessem) e a alegria de ir para aquele local, acabou. Ando por lá muitas vezes com medo de encontra-la. De ver os amigos dela. De ser olhado de outra forma. Como realmente sou.Sento no meu canto, fico no computador. A diferença dos outros semestres? Leituras em dia. Todos os textos,livros, tudo. Inclusive as complementares. Me tornei um aluno melhor. Sem vontade de estar ali.Ali remete diretamente a um período da minha vida que não terei mais. Aquilo se quebrou. Bem como a alegria de ir para aquela universidade. É penoso. Entediante. Sacrificante. Vou, assisto, mas sempre olhando pro relógio. Volto sozinho para casa, passo na frente do local onde ela estuda. É noite sei que não vou vê-la. Dou uma olhada. Vejo o banco onde sentávamos. E sigo andando. Devagar, ouvindo música. E esperando de coração, que esse ano meio que falta para eu me formar, passe rápido. 

Fácil lembrar.

A ausência daqui é facilmente explicada. Fui contratado por uma nova colega de serviço para corrigir o TCC dela. Um trabalho árduo e que nunca desempenhei. Nem meus textos eu corrijo, e vocês que leem aqui o blog já perceberam isso. Nunca me achei seguro para isso. Meus trabalhos de faculdade era ela que corrigia, formatava, dava uma olhada. Estou a um semestre inteiro já fazendo tudo sozinho. E descobrindo que posso fazer sozinho. Quando a colega de trabalho pediu a ajuda, confesso que pensei em recusar. Existem pessoas mais qualificadas que eu. Mas pessoas mais qualificadas que eu não cobrariam o que eu cobrei. E me saí muito bem. O texto foi todo corrigido, reestruturado e em algumas partes reescrito para ficar mais inteligível. Mas é impossível corrigir um tcc de uma aluna de direito e não lembrar da minha aluna de direito favorita....Ela está quase concluindo a faculdade. Muito próxima do fim. Se ainda guarda resquícios da mesma pessoa que sempre foi, está estressada, tensa, nervosa.Olhando assim, de longe, o namorado dela parece super tranquilo, super da paz, humano...leva todo jeito que está entendendo e ajudando nesse momento que é mesmo desgastante...Era pra ser eu...tinha tudo pra ser....Corrigindo o trabalho, virando a madrugada, foi me dando uma angústia, um aperto no coração, as lágrimas iam chegando com força...mas me recompus. Parei. Respirei. Tomei fôlego.E terminando o tcc, fui ver algo divertido. Uma série para rir. Uma série que víamos juntos. Não demorou e peguei no sono. E claro, sonhei com ela. Acordei agora há pouco. Triste, tenso, angustiado. Todos os sonhos com ela causam isso. Claro que nos últimos meses, as coisas melhoraram bastante. Sonhava todo santo dia. Hoje em dia é uma, ou duas vezes por semana. Em alguns somos felizes. Em alguns continuamos nossa história de amor. Em alguns temos conversas  alentadoras. Em alguns nossa história é continuada.Em outros ela está com o namorado. Esse específico era só nós juntos mesmo...como jamais deixaria de ter sido, se eu não fosse tão canalha. É duro lembrar que eu poderia ter construído uma história diferente. Uma história mais rica. Uma história não mentirosa.É duro saber que sou o culpado por meus infortúnios. Minhas dores, depressões e tristezas. Em muios momentos é dificílimo seguir em frente. Dar qualquer passo. Por isso vou devagar. E tenho aprendido, na marra, com dificuldades que não é vergonha nenhuma ir devagar. Vergonha é não ir. É ficar parado. É não progredir.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A cunhada.

Hoje soube por um conhecido que minha ex cunhada rompeu os ligamentos do joelho. De novo. Nunca nos demos bem. Sempre tive imensa dificuldade em lidar com a adolescência dela. O que é engraçado. Quando comecei a namorar minha ex namorada ela também era uma adolescente. E eu sempre me dei muito bem com adolescentes. Acontece que minha ex cunhada foi criança e pré adolescente durante 7 anos. Jamais cresceu. Jamais assumiu suas responsabilidades,sobrecarregando minha ex namorada e fazendo com que minha paciência com ela fosse realmente limitada. Ela passou por várias lesões enquanto atleta. Apesar da minha falta de reconhecimento, era atleta de alto nível de handebol da cidade dela. Em todas as cirurgias eu estive com ela. Em todos os momentos eu era um dos primeiros rostos que ela via quando saia da centro cirúrgico. Alias, da família inteira. Com a família estive em mais hospitais durante 7 anos do que em 25 anos de vida. E estive sempre ao lado deles. É impossível não lembrar disso ao saber que ela está novamente passando por um momento difícil. O que o novo cunhado está fazendo?O quão presente ele é na vida da família? Será que vive lá dentro como eu? Sua presença é ostensiva como a minha era? Ou eles vivem mais na casa dele? Será que ele é mais esperto que eu e não leva uma vida praticamente de casado, só na casa da namorada?O fato é que independente da caminhada, que hoje segue tranquila, apesar do ócio, essas coisas ainda me machucam e causam tristeza. Espero que logo minha ex cunhada esteja recuperada. Conheço bem a família e sei que ela está ganhando todos os mimos que são possíveis. A mãe é perfeita e deve estar fazendo de tudo para que ela se recupere o quanto antes. A despeito das nossas briguinhas, desejo o melhor pra ela. Não alguém cuja ausência me cause transtornos intensos. Vivo bem sem ela, mas me faz falta as briguinhas, os jogos de vídeo game, os filmes, sua esperteza e sagacidade para entender tramas que pessoas teoricamente mais inteligentes que ela não percebiam. Que ela se recupere. O quanto antes!

Caminhando se faz o caminho.

Antes era muito simples ficar deprimido. Difícil era melhorar. Hoje, continua simples ficar triste, alquebrado, pra baixo...Mas da mesma maneira, com alguns recursos também é possível, não diria facilmente, mas com algum esforço, recuperar o "estar bem". A segunda feira foi complicada. Acordei cedo e fui para o meu primeiro conselho de classe da vida. Não é uma das coisas mais simples do mundo. Ser duro com alunos, dizer quais já estão reprovados...Mas enfim...precisou ser feito e o fiz. Ganhei meu primeiro presente de dia dos professores, que será realizado no próximo sábado. Ainda assim, a tristeza imperava. E com ela fiz o resto das minhas atividades....na cabeça as lembranças e no coração a dor...Fui para a faculdade...vim para o apartamento...sem querer conversar muito com ninguém...chorei na cama boa parte da noite...na terça feira uma decisão: iria me manter ocupado, iria fazer de tudo pra recuperar a alegria....já que não recupero a felicidade ao menos a alegria preciso recuperar...acordei cedo, tomei um bom banho, troquei algumas mensagens com a nova e querida amiga que fiz...E querida mesmo...muitas das pessoas que tenho conhecido nessa nova fase da vida me parecem transitórias....poucas são aquelas que tenho certeza absoluta que ficarão...com ela...não sei...temos nos dado tão bem...feito tão bem um ao outro...entendido tão bem a dor um do outro, que parece mesmo que ficaremos presentes um para o outro durante muito tempo...Depois de trabalhar no meu estágio, vim para casa, fechar médias dos alunos..uma tarefa um tanto quanto enfadonha...E após isso fiquei quase 5 horas falando com essa minha amiga no msn...foi engraçado,porque eu no msn atraio sempre a atenção das minhas alunas...muitas vem falar comigo...ou com o príncipe que loucamente acham que eu sou..e eventualmente falo com elas...troco uma ideia, nada muito espantoso...mas dessa vez falei apenas com essa minha amiga....E foi muito,muito bom! Foi diferente dos papos que costumo ter...A conversa fluiu rápido...gostosa, inteligente...E foi ela que salvou um dia que poderia ter sido entediante...E acho que posso ter feito bem a ela. A despeito as vezes de nossa vontade de ficar parado, achando que a dor passará, é importante caminhar...tentar seguir em frente...mostrar alguma atitude...muitas vezes nossa atitude em relação a dor é de esperança...esperamos que passe, mas quais atitudes que tomamos?Poucas ou nenhuma...Ontem eu recusei a dor...ontem eu disse não!E quer saber? Me senti bem com isso! Me senti bem comigo mesmo, em não dormir de novo chorando, em poder ler um livro sobre Teoria Literária denso e complicado e entende-lo...sem ficar com o pensamento voando...Quero me manter assim! Sei que é complicado! Sei que a esperança de coisas boas, pode ruir em 5 minutos, a menor lembrança...Mas quero manter isso...quem sabe uma sequencia como aquela, que já tive, de 10 dias sem chorar? Ocupado e vivendo intensamente os meus dias? Mas sem esperança..sem esperar que isso aconteça, ajudando a fazer o acontecer!E que assim seja!

domingo, 9 de outubro de 2011

O dia da queda!

Não bastou ter ido ajudar no concurso no prédio em anexo ao que ela estuda. Não bastou percorrer corredores, bancos, cantos, lugares em que manifestamos nosso amor. Eu precisei ficar no mesmo andar com uma grande amiga dela, que trabalha com ela ( ou trabalhava,já que não sei mais nada da vida dela) e que sabe de toda a história. Uma amiga com a qual já jantamos juntos, nós e o namorado dela, uma menina pra qual apresentamos aquele meu amigo, e que a relação só não foi pra frente porque meu amigo sempre foi um cara denso e essa moça era por assim dizer, rasa. Ela ficou o tempo todo lá...do outro lado...Não olhava pra ela...não conseguia...um misto de vergonha, lembranças e dores no coração. Cheguei a chorar...E fiquei com mais vergonha ainda, da equipe de organizaçao, que ao me ver chorando me mandou tomar uma água...
Triste, percebi algumas coisas que são verdades absolutas...aos 32 anos estou sozinho...completamente...Tenho um grande amigo, não tenho namorada, não tenho ninguém para cuidar, ninguém que me cuide...com toda a opressão que senti no dia de hoje, sobretudo no intervalo, não havia,olhando a agenda do celular, ninguém, absolutamente ninguém para  conversar...pra me dizer que tudo um dia vai ficar bem...mas mesmo que dissesse...vai ficar? Não vai...Estou empregado onde sempre quis...Trabalho num grande colégio, dou aula num curso pré vestibular que coordeno, adorado pelos alunos, tenho já pessoas que se importam comigo...e o que mudou na prática?O que a minha vida de verdade melhorou? Em nada...Eu sigo na mesma toada...na mesma tristeza...na mesma depressão...Sem saída, estagnado,preso, morto em vida...Não estou indo na minha vida pessoal para lugar nenhum...sou um belo de um aproveitador, usando meus alunos como companhia para superar os momentos difíceis...e quando chegar minhas férias?Como será?O que farei? Como farei? Hoje em todas as quase doze horas dedicadas ao concurso só pensava em morrer, só pensava na tristeza, só pensava em parar de seguir em frente...Em desistir...As vezes acho que não fiz uma besteira ainda porque quero dar um fechamento a tudo...falar com todo mundo...pedir perdão olhando nos olhos...e olhando nos olhos não recebe-lo...em meio a toda a minha dor, sei que ao escrever aqui,corro o risco de não me fazer entender, de não escrever um texto correto,linear e gramaticalmente coerente...mas não me importo, nunca corrijo, justamente porque aqui estão minhas emoções...o teclado banhado de lágrimas é o meu...Você lê por curiosidade, por assepsia, por pena, por expectativa de que eu me mate, por identificação...mas o sofrimento é pessoal e solitário...as lágrimas são intensamente vividas e não há muito que eu possa fazer para evita-las, tudo que esteva ao meu alcance para que eu me recuperasse, eu fiz. Me mantenho ocupado. Saio com amigos. Corri atrás dos meus sonhos. Me dediquei. Nada caiu do céu. Não foi sorte. Fui eu.Mas e daí?Isso não me preenche. Isso só me relembra que a dor é crescente,enquanto que deveria diminuir...Esse é o certo não? Uma dor brutal, lancinante, crescente e que com o passar do tempo vá diminuindo...porque isso não ocorre comigo? Porque o tempo não é minha solução? Porque não cresço na dor? Porque não aprendo?De que tem meu adiantado essa pseudo melhora de caráter?O que eu ganhei de fato? Sabem quantas pessoas se afastaram de mim desde que souberam a verdade? Incontáveis...quantas me chamaram de mau caráter, louco, psicopata....minha própria ex namorada, achava que eu a mataria, a ela, ao meu amigo, ao namorado,as amigas...O que eu tenho vivido, serve de fato para quê? Eu estou preso mesmo...Não vou sair dessa. Não a sinal de que eu vá sair dessa. Bastou estar no mesmo ambiente que ela, perto de uma amiga dela, que sabe de nós, que sabe o que eu sou de fato, para qualquer hipótese de melhora sumir do mapa...Eu sigo perdido...sigo rumo ao meu fim...quisera eu que fosse breve....

A decisão.

Encarar fantasmas não é nada fácil. Nosso medo é aquilo que mais pode nos derrotar. Ser profissional em meio a insegurança é complicado. São 07 e 10 da manhã. Eu basicamente não dormi a noite inteira. Dormi da 01 ás 03 e 30. Após isso acordei passando mal. Vomitei. Chorei. Fiquei na cama rolando. O sono não veio. Fiquei me imaginando por aqueles corredores. Preciso do dinheiro. Preciso perder meus medos. É só um lugar. A despeito da minha covardia, tenho que encara-lo. No dia 09. Quantos dias 09 não passamos ali?Mesmo que seja um lugar que ficou marcado como um dos nossos símbolos, é preciso ir lá. Foi essa a decisão que tomei. Apesar de agora estar trêmulo, suando, mesmo no frio.É preciso descer as escadas e me colocar a caminho, a serviço. Fazer meu trabalho.Seja o que Deus quiser. 

sábado, 8 de outubro de 2011

Enquanto não me esqueço de você...

Os desejos que a gente tem...de querer coisas que não acontecerão jamais...e se ela fosse a pessoa responsável por cuidar de mim, enquanto eu tento me esquecer dela e de tudo que a gente viveu? Daria certo? O teatro mágico nessa música perfeita, tenta responder....Me leva as lágrimas...SEMPRE!


Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer as vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
Tanto faz não satisfaz o que preciso
Além do mais, quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou;
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.
Cuida de mim enquanto não esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto finjo, enquanto fujo.
Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
Junto todas, crio asas, viro querubim
Sou da cor, do tom, sabor e som que quiser ouvir
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir
Quero mais, quero a paz que me prometeu
Volto atrás, se voltar atrás assim como eu.
Busquei quem sou
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo, enquanto finjo.