quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O dia seguinte.

Foi um fim de tarde difícil. Uma noite complicada. Uma madrugada insone. Uma manhã tentando dormir. Pode não ser nada, mas o impacto que ver minha ex namorada, o amor da minha vida, tão feliz, tão intensa, tão de outro foi devastador. Era disso que ela queria me poupar ao me excluir do Facebook? De jogar sua felicidade na minha cara? De que agora ela é diferente? De que agora ela usa aliança? De que agora ela gosta de postar fotos beijando na boca? Sem se preocupar com que os outros pensam? Fotos na cama, com o namorado, que sua mãe tanto abominava e agora tornou-se permitido. Porque ele é mais bonito? Mais inteligente? Mais rico? Tem mais caráter? Tudo isso junto? Eu me senti humilhado com as fotos. O que foi uma grande besteira sabe. Aquelas fotos não são pra mim. São pros outros. Pra sociedade. Que os aprova como um casal perfeito. Como um dia já me aprovou com ela. A diferença é que hoje ela é uma mulher de quase 23 anos. Ele também deve ser mais velho que isso. Bem de vida. Estabilizado. Quanto tempo demorarão pra anunciar um noivado? E quanto tempo pra eu descobrir? Por acaso, por algum amigo, investigando...Não importa. Ela não namorará 7 anos com esse rapaz. Talvez não namore nem um. Ela encontrou o grande amor da vida dela. E eu perdi o meu. Ela. Pra mim mesmo. Pra tudo que eu fiz. Não me vejo vítima nessa história. Repito um milhão de vezes que é culpa minha. Sei que a culpa é minha. Sei todo o mal que fiz a ela. O tamanho do estrago. 
Ontem eu literalmente fugi da internet. Fui para casa da minha mãe, onde não tem internet ou nada parecido. Onde poderia ficar sozinho. Sim, faço isso. Ao invés de aproveitar as várias pessoas que se preocuparam comigo ontem, que queriam conversar, que queriam me ter por perto, desliguei o celular e corri pra casa da mamãe. Ela está muito doente. E minha irmã, egoísta, preferiu vê-la assim do que me contar. Hoje de manhã mesmo marquei um médico para ela. Dormi lá, com ela conversando comigo, me fazendo carinho na cabeça e não entendendo minha dor. Mas não interessa. É a única pessoa que me ama de graça. Pelo que eu sou. Mesmo sendo canalha. Almoçamos juntos. Fui trabalhar. E pela primeira vez nesses quase dois anos de serviço, não acessei a internet exceto para abrir meu login. Fiquei a tarde inteira trabalhando. Nem Globo.com, site que leio todo dia abri. Nada. Fugi de tudo. De todos. Ao ligar o celular no fim da tarde, vi as várias mensagens preocupadas. Amigos de verdade. É raro e eu tenho. Quando vim para casa, antes de correr para o computador, fui imediatamente faxinar tudo por aqui. O pessoal volta amanhã e não quero que fique uma bagunça. Liguei para as pessoas que se preocuparam comigo. Meus amigos. Minha amiga especial. Não menti pra ninguém. Falei o que vi. Não consegui exprimir a dor que senti. Mas eles entenderam. Amigos sempre tem entendimento mútuo.A única bronca deles foi eu ter optado passar por tudo isso sozinho. Não precisava. Vários deles estavam ali. E percebi isso ao ligar o computador. Vi e-mails. Mensagens off em msn, Facebook.Muitas demonstrações de carinhos. Engraçado que não fiz pra chamar a atenção. Postei duas frases e sumi. E isso desencadeou uma série de ações em meu favor. Todos compreenderam que não foi fácil pra mim ver o que vi. Mas todos me alertaram daquilo que minhas ações e meu coração já sabe: Que não posso mais procurar por isso. Que me faz mal. Que causa dor. Se eu pudesse diria a ela: "me bloqueia também no google mais, no face, em tudo...vai lá, procura Diario de um sofredor, sou eu mesmo..." Mas de nada adiantaria. Provavelmente eu acharia outra forma de ver tudo da vida dela. Sei que cairei em tentação. Sei que irei atrás. Sei que o que quer que eu descubra me derrubará mais uma vez. E aguardo. E tento, ao me preparar, para isso, não sentir nada do que estou sentindo agora...essa aridez, esse vazio, essa dor...tudo...Não quero piedade. Quero paz. Não mereço. Mas quero.

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