sábado, 15 de outubro de 2011

Tentar,tentar,tentar...

Na vida que levo me restaram duas opções para combater a dor que tantas vezes me assola...Tentar, ou desistir...Sei que se desistir não irei muito longe...Embora a dor seja muitas vezes imensurável,sigo tentando e fingindo, fingindo que vou vivendo..fingindo que tenho uma vida da qual gosto...Hoje fui para o aulão do Pré Vestibular...brincando, meus colegas disseram que eu não perco um...e é verdade...dos 6 que tiveram até agora, eu estive presente em todos. Não faltei a nenhum.E isso me levou a uma breve reflexão...e se eu ainda tivesse aquela vida?A vida completa que tinha antes?Eu estaria em todos os aulões?Qual seria meu grau de dedicação ao projeto? As minhas coisas? Como eu me dou 100% a essas pessoas quer dizer então que o término da minha vida como era antes,foi bom para elas certo? E pra mim? O que foi? Posso tirar algo de bom de uma coisa tão avassaladora? É o que tento. E tento. E tento. E quanto mais tento, mais chego a conclusão que não...Que embora esteja realizado, com o que construí e ajudo a construir para a sociedade, com esses jovens, que embora goste muito do direcionamento que minha vida profissional está tomando ( não estou dando aulas em mais de um colégio porque meus horários não permitem) eu sou incompleto. E quando digo incompleto, talvez a palavra que eu deveria usar seja vazio! Porque consigo me sentir sozinho até com várias pessoas em torno de mim....E foi assim hoje. Hoje foi um dos aulões mais esperados do nosso projeto. A rigor minha presença era dispensável. Estava lá porque não tinha absolutamente nada para fazer, acho que é por isso que vou todo sábado. Após o aulão saímos para comemorar o dia dos professores, nós e alguns alunos mais chegados. Foi muito divertido. Para eles. Com o passar do tempo, aquele momento foi se tornando um peso para mim. Sentei numa cadeira sozinho. A cada momento que pensava em chorar, alguém chegava...Não posso reclamar, se minha intenção era fazer draminha e ter atenção tive. Oito pessoas vieram conversar comigo. Para nenhuma delas me abri. Para todas menti dizendo que era cansaço. Não posso reclamar de não ter ninguém para conversar. Sou importante e querido nesse novo grupo. São meus amigos mesmo!E não conversei com eles porque não quis mesmo. Não demorou muito e vim para casa. A pé. Caminhando e pensando em todas essas coisas que agora estou colocando no diário. Pensando que podemos estar sozinhos mesmo rodeados por pessoas que se importem conosco. Em dado momento, uma das alunas, sentou ao meu lado e ficou mexendo no meu cabelo. Não sei se foi a carência ou uma certeza mesmo, mas era muito parecido com a maneira com que ela fazia...Aí eu pegava na mão dela...e não era a mão do meu amor...aqueles dedos finos, a mão muitas vezes gelada, que precisava das minhas para serem aquecidas...e eu beijava...a apertava no meu coração. E era feliz. E não sou mais. Sou sim muito contente. Sou alegre. Estou estável. Não chorei. Não quero chorar. Não quero ficar pior do que já estou. Não quero me forçar a me sentir pior. Se for me sentir mais miserável do que já me sinto que seja naturalmente e não porque eu induzi meu coração a passar por isso. Estou muito, muito triste. Me sinto, sem na verdade estar, muito sozinho. Abandonado. Acho que porque as pessoas que durante anos estiveram comigo, hoje não estão mais...Sou uma pessoa de hábitos...e nesses hábitos pessoas novas não tinham muita vez..e agora eu praticamente só tenho gente nova na minha vida...E tenho dificuldade sim em lidar com isso...Dói tentar e não sair do lugar, em não conseguir ver uma melhora concreta. Em tudo ser tão...vazio?Será essa a palavra? É! E é assim que me sinto de verdade. Longe, bem longe de como eu queria estar! Mais do lado do sofrimento do que do lado da vitória. 

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