segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O hipócrita.

Durante anos de minha vida, ele foi meu melhor amigo. Mais que isso,quase um irmão....Eu tive 3 grandes amigos durante meus 32 anos de vida. Vários amizades intensas, mas amigo de companheirismo, grude, fazer tudo junto, 3. Um foi meu amigo dos 3 aos 15 anos. Depois nossa vida tomou rumos diferentes e acabamos por nos separar. Ele engravidou uma menina, casou com ela...enfim. Eu ainda era uma criança perto dele e isso nos afastou. Paralelo a isso conheci aquele que foi meu grande amigo. Com que passei tarde vendo filmes, com quem desabafava problemas existenciais, falava da minha vida, ouvia da dele. Com quem enfrentei barras e para quem menti alucinadamente. Buscando uma admiração que não precisava buscar, porque ela já existia. Ele era um cara que beirava a perfeição. Paciente. Honesto. Justo. Bondoso. Dono de um coração maravilhoso. E eu trai essa confiança toda com delírios sobre técnico de futebol amador, com mulheres maravilhosas em cima de mim, com amigos que virariam jogadores profissionais. Com uma paixão platônica, porém descabida pela irmã dele. Perdi a amizade. E em meio a essa perda entrava na minha vida alguém que a mudaria para sempre. Um cara com um discurso recheado do motivação. Capaz de fazer chorar o mais duro dos corações. Dono de um potencial maravilhoso. Cheio de virtudes e ao mesmo tempo com um caráter tão questionável. Como meu. Viramos um só. Com ele foi para noitadas que jamais fui. Em festa que jamais havia pisado. Conheci um mundo de pessoas. Me tornei um ótimo colega de alguns. Quando minha vida estava destruída, foi ele que me estendeu a mão. Ele que me ajudou no meu renascimento. Ele tinha o hábito de entrar e sair da minha vida como se eu nada fosse. Me enganou muitas vezes. Me fez de palhaço outras tantas. Mas eu sempre o aceitei de volta. Sempre. Quando nos reencontramos depois de anos, eu já namorava minha ex namorada. Eles tiveram uma afinidade instantânea. A atração que um sentia pelo outro era latente. Meu namoro correu perigo pela primeira vez. Mas ele logo conheceu a prima da minha ex namorada. E com ela, foi tão canalha quanto costumava ser. A fez se apaixonar por ele. Convencer a mãe a deixa-la namorar com ele. E quando a mãe dela finalmente autorizou, abandonou a menina. Ela sofre, acreditem, até hoje. Terminado esse romance, ele novamente se reaproximou da minha ex namorada. Minou nosso namoro. Nos manipulou. Nunca tive certeza se eles já tinham alguma coisa antes do nosso término. O fato é que confusa, ela terminou o namoro. E correu para os braços dele. Foi a partir daí que inventei a doença. Joguei pesado. Queria ela de volta a todo custo. Nem que fosse manipulada. Na volta, ela não se abria. Eu sabia que algo tinha acontecido entre eles, mas ela não me contava. Foi aí que a fake, criado apenas para os meus amigos não me importunarem com perguntas sobre namoro, ganhou rosto, sobrenome, história e foi se tornar melhor amiga da minha ex namorada. Para saber tudo. Como de fato soube. Das duas semanas de quase namoro. Duas semanas que eu terminei. Sendo tão baixo quanto ele. Tão mau caráter quanto. O tempo cura as mágoas. Já não tinha há anos nenhuma razão para odiá-lo ou ter mágoa dele. O que ele fez, aliado ao que fiz, só fortaleceu nossa relação. Só a fez me valorizar mais. Durante o término repassei toda essa história mentalmente. E achei que era digno ( como se eu pudesse falar de dignidade) procura-lo e contar tudo isso. Contar que ele só não foi feliz com ela, que eles só não se tornaram o casal que tinham planejado porque eu impedi. Porque eu contei uma história. Porque eu o imitei. Escrevi um longo e-mail, deixei uma mensagem no facebook. Ele respondeu a mensagem dizendo que estava orando por mim e que naquela noite responderia meu e-mail. Hoje fazem três semanas.Enquanto isso ele segue sua sina de hipocrisias em facebook e twitter. Sempre com a mesma lábia. Sempre com as frases prontas. Com o pequeno príncipe na ponta da língua. E sempre cercado de gente. Dá inveja, porque eu estou abandonado. Não falei com ele porque o queria de volta na minha vida. Falei com ele porque era o certo. Para que ele soubesse, o que o separou dela. Mas queria ter recebido sim uma resposta. Se ele acha que não mereço, não há nada que eu possa fazer. Nossas vidas tomaram rumos distintos. Ele foi muito importante. O amei muito. Mas hoje é alguém que não me faz mais falta. O que sinto em relação a ele, será talvez o que minha ex namorada sentirá em relação a mim no futuro. Vazio. Mas não posso negar: Para o bem e para o mau ele marcou minha vida, marcou minha trajetória. Não transfiro responsabilidade. Foi minha fraqueza, meu mau caratismo, minha insegurança que criaram o fake para minha namorada. Ele foi o trovão. Eu fui a tempestade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário