sábado, 6 de agosto de 2011

Contente.

Eu olho o que escrevo e vejo que eu só escrevo sobre a anatomia de um fim já desenhado, previsto. Não sou chamado de dramático a toa. Causo,muitas vezes propositalmente, a impressão que só coisas ruins acontecem em minha vida. E sou injusto quando faço isso. Porque muitas vezes as coisas são boas. Não é a vida que eu quero, mas ela tem seu valor. Ontem foi um dia em que trabalhei o dia inteiro. Tinha muita coisa para colocar em dia antes da minha agitada semana que começará, com direito a emprego novo, meu terceiro. Corri do serviço para a formatura do meu amigo de apartamento. Meu melhor amigo hoje em dia. O amigo que Deus me mandou quando eu não tinha mais ninguém. Se formou em Letras Português. Minha ex namorada e eu já fomos em muitas formaturas. Confesso que em dado momento me vi chorando lembrando disso.Mas participei com alegria da formatura dele. Conheci toda a família.Todos gostaram de mim. Já disse aqui que quem me conhece superficialmente normalmente gosta de mim. Sou muito educado. Gentil. Falo sobre qualquer assunto. Se não fosse um mentiroso patológico, seria a companhia perfeita. Mas eles não precisavam saber disso, então a contra gosto deixei-os admirar o colega de apartamento do filho. Após fomos jantar num restaurante chique. Novas risadas. Para o baile não quis ir. Não estava no espírito. Vim pra casa, conversei com minha amiga de Manaus e fui dormir. E aí começou meu sábado. Acordei cedo, fui para a reunião do Pré Vestibular Comunitário. Foi maravilhosa. Todos os professores com uma energia ótima, felizes por termos dado a volta por cima depois dos problemas passados. Após a reunião os professores da bagunça, grupo em que me incluo, foi almoçar. Ficamos trocando idéias, falando de nossos alunos..do futuro...nessa hora me senti meio deslocado..não faço planos e vocês que me leem aqui saber porquê. Mas ficamos juntos até o final da tarde. Voltei para casa e o colega de apartamento que ficou, meu amigo foi para o Chile com a namorada e o outro nunca fica em casa, me convidou para um passeio de bicicleta por um lugar em que todos andam em minha cidade. Fui. Duas horas de pedaladas. Ele é muito introspectivo. Quase não conversa, mas ainda assim trocamos boas idéias sobre muitas coisas. Lá, na parada para descansar, enquanto ele fazia exercícios, parei para olhar o horizonte. Me dei conta de que estava em um lugar que já passamos vários anos novos. Onde juramos amor eterno. Onde nos beijamos apaixonadamente e fizemos mútuas declarações de amor. E aí, chorei. Muito. De saudade. De culpa. De fim. Disfarcei e voltei para as pedaladas. Em casa o outro colega já de volta me chamou para uma balada. Mas é num lugar em que minha ex vai. Tem foto ( na última vez que vi o facebook dela, tinha) dela e do namorado lá. Felizes. Vivendo aquele início de paixão que só quem viveu sabe como é ótimo. Ela vai lá com as amigas. Tem uma batata frita que ela é viciada. Enfim...não fui. Não tenho coragem. Sou covarde. Não tenho forças para encontra-la vivendo tão intensamente sua felicidade. Felicidade merecida. Felicidade com quem merece. Felicidade que desejo. Mas que não preciso e não tenho condições de acompanhar. Fiquei em casa. Mas tive um dia cheio. Alegre. Não tenho mais dias felizes e plenos, porque perdi minha felicidade, minha plenitude e meu tudo. Mas gostei de viver esse dia. Estou contente. São 00:02 ( não sei porque o nosso relóginho do blog marca o horário errado,enfim) e estou aqui, montando online com o grupo de professores o nosso mega aulão de inauguração. Montando minha própria aula. Desde aquele momento de bicicleta, não choro. Agora, agora mesmo, está dando uma vontade....é..surgem as primeiras lágrimas. Mas ainda assim...valeu o dia de hoje. De verdade. Obrigado!

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