segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Padre!



Como eu falei no começo do blog fui criado dentro da Igreja Católica. Com 13 anos eu já era coordendor dos coroinhas da minha paróquia. O padre de minha igreja, um senhor já em idade avançada na época, era uma espécie de herói para mim. Sem referência paterna em casa, aceitei a educação que ele me passou. Nos tornamos grandes amigos. Ele me ajudava com comprar para casa.Eu o ajudava com dedicação integral à igreja. Os católicos vão a missa uma vez por semana. Os chamados "carolas" vão 3,4 vezes por semana. Eu ia a missa TODO DIA. De segunda a segunda. Fizesse chuva, ou sol. Era minha responsabilidade.Montei para ele uma equipe de coroinhas altamente qualificada. Tão qualificada que quando o papa esteve em minha cidade nossa igreja, junto com a catedral e mais uma foi a escolhida para participar da cerimônia litúrgica. Ele tinha muito orgulho de mim. Confiava em mim. De tal forma que quando ficou desconfiado da bagunça de um gupo jovem da igreja, eu fui o seu escolhido para ser o espião,descobrir tudo que acontecia lá e relatar para ele. Não cumpri bem essa missão. Me afeiçoei aquelas pessoas. Gostei delas. Logo fui descoberto. Quase apanhei. Mas os convenci que gostava deles e pude ficar. O padre se decepcionou mas viu nisso uma oportunidade de tentar mudar a história de um grupo conhecido pela bagunça, pela falta de comprometimento, pelo lado lascivo,enfim...em um ano eu já era coordenador geral do grupo jovem...E o grupo realmente havia melhorado...Logo virei Ministro da Eucaristia. Honraria máxima dentro da Igreja Católica para os leigos. O padre era meu melhor amigo. Onde errei? Bom...como eu disse, havia a menina pelo qual era apaixonado,platonicamente envolvido,irmã do meu melhor amigo e da qual eu falava aos quatro cantos que era minha namorada. Confirmando um boato, que não para me isentar da culpa, mas apenas para estabelecer a verdade, não começou comigo. Não fui eu que espalhei esse boato. Ao conversar com aquele amigo, aquele de anos, que me lavou a alma contar tudo, ele mesmo relembrou que a primeira pessoa que falou para ele isso não fui eu. Não muda muita coisa. A mentira tomou corpo por minha causa. A menina, lembrem-se não tinhamos celulares ainda, queria sempre falar comigo, já nos encontrávamos escondidos por causa do pai dela, que achava que éramos namorados. Sugeriu que eu tivesse uma linha telefônica da namorada do pai dela. Aceitei. Na época telefone era carissímo. Mas não usei a linha telefônica bem. Logo no primeiro mês gastei uma fortuna, na época, mais de 10 anos, cerca de 250 reais, o que era muito dinheiro, em telesexo. Sim eu era dessa maneira. Foi curiosidade. Era virgem e gostei. Não paguei o primeiro mês a conta, o nome da mulher foi parar no SPC. Ela ficou desesperada. Contou para menina que veio conversar comigo. Meu salário demoraria para ser pago. O que fiz? Fui conversar com o padre. Em confissão. Sacramento sagrado da Igreja Católica. Expliquei tudo para ele. Contei tudo. Inclusive do meu amor por ela e de como ÉRAMOS AMIGOS E APENAS AMIGOS. Para completar pedi o dinheiro emprestado para ele. Ele perguntou a razão, contei sem mentiras. Com honestidade. Ele me emprestou. O resto da história fiquei sabendo mais ou menos por esse meu amigo. O padre foi na casa do pai deles. Chamou o pai dela para conversar. Contou que éramos namorados. Que foi isso que eu disse em confissão. Contou da conta telefônica..enfim...levou o caos para vida da família. Foi a primeira queda da minha vida. Fiquei arrasado. Chorava dia e noite. Ele fez um sermão na igreja sobre mim. Fiquei tão revoltado que tive que ficar longe dele. Troquei de paróquia e de vida. Como ressarcimento do mau que ele me fez jamais paguei o empréstimo. Fato que me rendeu a fama de ladrão,sobre a qual conversaremos mais adiante.
Porque citar o padre agora? Porque com tudo que decidi fazer, ele será uma pessoa que procurarei. Talvez ainda essa semana. Quero esclarecer tudo. Admitir minha cota de erros em nossa relação. Não tentar uma reaproximação. Acho impossível. Não falar de suicídio. Ele é extramemente idoso hoje em dia. Não me abrir para ele.Não confio mais. Mas explicar e ouvi-lo também. Não acho que ele vai querer me receber. Por isso vou com uma carta. Não sei se ele lerá. Mas é, creio, o máximo que consigo fazer para deixar essa história no passado. Para que ele vá em paz e eu também. Sem nenhuma pendência.

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