sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ladrão?

Ao longo dos últimos anos uma má fama me perseguiu graças aquela história do padre, já relatada aqui: a fama de ladrão. Assim que eu saí da paróquia onde vivi toda minha adolescência fui para uma outra igreja não muito longe de casa...Lá me vi obrigado a me reconstruir...e como obrigado fiz novos amigos, arrumei um novo amor...menos,menos...uma nova paixãozinha...uma crismanda minha,bonita,simpática,não muito inteligente e extremamente ciumenta. A vida era boa lá. Os momentos de tensão só existiam quando o meu antigo padre procurava o novo padre da minha nova igreja e contava que eu era um ladrão. Mas não era um ladrão, "apenas" por ter me apossado do dinheiro que ele me emprestou depois que o mesmo destruiu minha vida não...era ladrão porque segundo ele,eu roubava as ofertas da igreja, os valores do pagamento das missas...enfim...estava sempre  roubando...sempre!Fora que era péssimo catequista,tinha um estilo revolucionário, já havia sido diversas vezes advertido e não tomava jeito. Tudo segundo ele. De acordo com a lógica dele eu o roubava há 12 anos mas ele nunca fez nada, era péssimo catequista há 12 anos e ele simplesmente ignorou. Assim como ignorava o fato de que havia lista de espera de crismandos terem aulas comigo...ou o fato de que peguei um grupo jovem com 4 membros e deixei com 40 ( fato que qualquer pessoa daquela geração confirma). O mesmo trabalho eu vinha fazendo na nova paróquia e o padre novo resolveu ignorar as queixas  do padre velho, mais que isso,cortou relações com ele. Mas a saudade de casa, dos meus amigos de anos apertaram...Voltei para minha antiga paróquia, como convidado para contornar uma grave crise que atingia meu grupo jovem nos dois anos que estive fora. Lá conheci o meu primeiro amor realizado de fato. Uma menina que já conhecia há anos e que agora, mais mulher, me encantou. Estava novamente apaixonado. Estava novamente em casa. Para começar a namorar não demorou nada.O padre não sabia que eu estava de volta. Ou não sabia o tamanho do meu envolvimento. Ao término do meu namoro de dois anos com essa menina, ela me traiu com um dos meus melhores amigos, namorado de uma das melhores amigas dela, e a verdade veio a tona, o padre ficou ainda mais furioso por novamente ter sido enganado. Expôs meu nome na igreja. Me difamou perante toda a comunidade. De novo fui me abrigar em outra paróquia. Era nesse bairro que morava aquela que viria a ser o grande amor da minha vida.Nesse meio tempo arrumei um emprego e ali sim cometi um roubo. Tirei dinheiro do caixo da banca de revistas que eu cuidava. O dono percebeu e me demitiu. Perdi a confiança deles. Poderia alegar que estava precisando desesperadamente e contar a real razão que me levou a praticar o roubo. Não justica. Estava errado. E de alguma forma vou me redimir com o pessoal da banca futuramente. Gostava deles e eles de mim.Enfim... Nesse mesmo bairro assumi as mesmas funções que eu tivera nos dois últimos: reoorganizei os cororinhas que eram caóticos e transformei o grupo jovem, só que dessa vez com data marcada. Como já tinha 25 anos, achei por bem ao término do meu primeiro e único mandato como coordenador sair e dar a vez para outro. Finalmente aprendera a dividir o poder, coisa que nunca soube fazer muito bem.Afinal eu vinha, lembrem-se, de quase 15 anos de coordenações ininterruptas. Era bastante apagado aos cargos, não tinha maturidade. Também lá o padre me perseguia com a fama de ladrão. A diferença é que na nova paróquia houve quem acreditasse. Já de saída da igreja ( já fazem quase 8 anos e desde então fui a pouquissímas missas apenas) e com o namoro firme, minha sogra da por falta de uma quantia em dólares da sua gaveta. Oficialmente meu nome nunca esteve nos suspeitos. Mas eu sempre soube que era o primeiro nome da lista. Afinal iriam suspeitar da empregada que era da família a anos? De uma das filhas? Duas criaturas absolutamente honestas? Não...o de fora era eu...e nas conversas familiares eu virei o suspeito. Tal suspeita deve ter aumentado quando meu sogro me chamou para trabalhar na empresa de contabilidade dele. Virei office boy. E logo fui acusado de roubar dinheiro. E o fiz sim uma vez. Certo dia num pagamento espefícico sobrou a mais, e peguei para gente. Digo a gente porque o dinheiro foi gasto com minha namorada. Não justifica, nem explica. Roubei sim. Outras vezes tive a mesma oportunidade e não o fiz. Mas foi como se tivesse feito. Fui acusado de coisas que nunca fiz. Documentos não entregues. Falta de paciência com clientes. Ladrão. Durante nosso segundo término, minha ex namorada estava confusa e bastante emocionalmente envolvida ( nunca descobri se era só emocionalmente,nem como namorada nem como melhor amiga virtual, embora os indícios de que mais coisas aconteciam fosem bastante fortes) com outro rapaz, fui demitido pois meu sogro achou que não me verei mais. Acabou que logo voltamos, e mesmo contra a vontade ele me aceitou de volta. A fama de ladrão estava consolidade. Hoje minha ex namorada acredita piamente que é isso que sou: um ladrão. Que durante muito tempo roubou ela e a familia, sem dó nem piedade. Inclusive na primeira conversa que tivemos, quando revelei tudo foi o que ela me perguntou...se eu estava interessado era no dinheiro dela. Eu, que sempre tive o sonho de morar com ela numa kitinete e viver feliz para sempre. Eu que vivia na casa dela e me sujeitava as ordens e regras da casa. Acho que agora ela não comete esse erro com o novo namorado. Se ficou a lição, eles devem se encontrar na casa dele. E lá são felizes...