terça-feira, 26 de julho de 2011

Mãe e Filho!

Minha mãe permanece doente. Uma pessoa esquizofrênica com alguma outra doença, no caso dela sinusite, é sempre difícil o diagnosticar. Dada a falta de paciência das minhas irmãs cabe a mim leva-la ao médico. Hoje enquanto esperava que ela se arrumasse novamente ela perguntou se quem a levaria era minha ex namorada. Perdi a paciência...gritei com ela coitada. Disse que não tem mais ex namorada. E me tranquei no quarto para chorar...Chegou a hora de irmos, pegamos ônibus e fomos até a clínica. Finalmente chegaram os cartões do plano de saúde que eu fizera para ela. As coisas nesse aspecto melhoraram. O médico fez o exame e fomos passear pelo centro de minha cidade. Paramos na praça para tomarmos um suco...Vi a minha mãe ali...ela me olhou nos olhos...estou com uma barba imensa, com o cabelo sem corte,vários fios brancos tanto na barba quanto no cabelo...embora arrumado um visual meio intelectual desleixado...ou para os meus padrões alguém muito triste...E minha mãe disse que iria chamar minha ex namorada para mandar eu fazer a barba e cortar o cabelo...Dessa vez não gritei com ela...olhei para ela e chorei...como uma criança...pedi para ela não dizer nada e me abraçar..me abraçar com todo o amor que ela tem por mim...e tremi de tanto chorar...Ela disse que tudo ia dar certo...que sou a vida dela...e que logo minha ex volta...enxuguei as lágrimas, olhei para ela e disse que não voltará. Que fiz um mal para ela indesculpável...Maior do que o meu pai fez a ela...anos atrás meu pai a traia demais e foi por isso que ele nos abandonou...isso ajudou a minha mãe a perder um pouco da consciência que sempre teve...Minha mãe perguntou porquê eu fiz isso...disse que não tinha uma resposta. Disse que sou mau caráter...e voltei a chorar...Tudo isso durou uma meia hora...Durante meia hora ela voltou a ser minha mãe...me abraçou, secou minhas lágrimas, me beijou...disse que me amava...Foi um desabafo como há tempos eu não tinha. E foi maravilhoso. Pouco importa se cinco minutos depois ela já estava perdida. falando de outro assunto e até esquecendo o que eu havia acabado de comentar com ela. Pouco importa se no ônibus ela perguntou 3 vezes quando minha ex namorada vai trazer uma nega maluca pra ela. Aqueles 30 minutos aproximadamente foram o mais próximo que eu tive de ter uma mãe nos últimos 20 anos...Foi um presente, uma despedida, uma dádiva em meus últimos momentos.

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