domingo, 4 de dezembro de 2011

O que não foi...

O sábado tinha tudo para ser um grande dia. Um dia diferente.Meus alunos do terceirão organizaram um futebol e haviam convidado apenas e tão somente seus professores mais queridos.Claro que eu estava na lista. Após o futebol um churrasco de confraternização. Depois, eu e meu amigo, professor de matemática do colégio e também do cursinho, iríamos com o meu melhor amigo e a minha amiga, professora de física, aquela com leucemia, na casa do professor de química do cursinho assistir UFC. Até aí tudo certo. Mas meu melhor amigo em seu estágio assumiu uma tarefa inglória. Pintar e arrumar uma biblioteca inteira de um colégio. Me convidou para ir a semana inteira.Eu não tinha horário para ir. No sábado, ele achou que eu deveria ter aberto mão do programa com os alunos do colégio e ido para a biblioteca com ele. Fui para o futebol. Lá mesmo não me senti tão bem. Era justamente no local, no meu bairro praticamente, onde sempre joguei. As namoradas dos professores presentes. Tirando fotos. Filmando. Tudo que ela fazia...Estar ali, foi me dando uma angústia. Uma tristeza. Quando fomos para o churrasco me animei um pouco mais. Foi bom estar no universo deles e sentir o carinho daqueles meninos. Quando terminou e fomos para buscar meu melhor amigo é que as coisas deram errado. Ele estava magoadíssimo comigo. Ao passar em casa para ele trocar de roupa, brigamos. Assim. Pela primeira vez, discutimos. Ele disse que cada um tinha suas próprias prioridades. E ele não era a minha. Que sempre que eu precisei, ele estava aqui. Que nenhum aluno morreria se eu não fosse ao jogo. Doeu. Doeu porque ele estava certo. Que tipo de amigo faz isso? Será que sigo sendo, no fundo, o egoísta que sempre fui? Brigar com ele é a última coisa que eu queria.Principalmente numa semana tão importante. Ele tem prova de mestrado na segunda feira.Nós temos uma série de tarefas que desempenharemos juntos, Gramática e Literatura até o dia do vestibular. E ele é meu melhor amigo. Com quem converso, me abro, choro, conto. Pedi perdão, ele não aceitou. Disse que estava de cabeça quente. Alegou cansaço e não foi conosco ver UFC. Fui com meus outros amigos. Mas a noite já estava destruída. Não me diverti nada. Pensei nele. Pensei na prova da OAB que provavelmente minha ex namorada fará. Em como até maio desse ano ela estava nervosa, com expectativa de não passar. Pensei nas várias formas que eu poderia acalma-lá e incentiva-lá. Mas ela tem quem faça isso hoje. Várias pessoas, vários amigos, um grande namorado. É um passo tão importante para ela. A vida dela está numa crescente. E eu não estou acompanhando. Eu a acompanhei desde o segundo simulado que ela fez, lá em 2004, no primeiro ano, até quase o fim da faculdade. Agora, outro verá a estrela dela brilhar intensamente...A noite estava perdida. O grande sábado planejado, morreu. Meus amigos tentaram me animar, mas nada adiantou. Restou um bate papo melancólico. Restou a generosidade deles. Reclamar as dores da vida com uma pessoa com leucemia, creio que também diz muito a respeito do meu caráter. Mas o carinho e a entrega dela comigo têm sido total desde que nos aproximamos. Em pouquíssimo tempo ela se tornou minha mais querida amiga. Fazendo de tudo para que eu me alegrasse.E ontem foi assim. Fiquei sabendo um pouco da sua história. Qualquer hora compartilho aqui. Devidamente autorizado por ela, claro. Cheguei em casa tarde. Sem ânimo. Chorei na cama por essa junção de fatores que relatei.Custei a dormir. Hoje pela manhã acordei com a ligação da diretora do lar onde vou fazer meu trabalho voluntário. Há 3 semanas não apareço por lá. O tempo escasso não tem permitido. Mas prometi retornar com força total após o vestibular. Quem sabe passar o natal lá...se eu tiver forças para no natal chegar...

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