sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Banquinho.

Ontem fui basicamente empurrado para a aula. Meu melhor amigo me surpreendeu ao chegar até o meu quarto, com meu ensaio pronto, jogou em cima de mim e disse: "Tu não vai jogar o semestre fora. Vamos." Não queria mesmo ir. Não era um dos meus eventuais draminhas. Ate porque era dia de apresentação do meu outro trabalho e sequer havia lido o texto que precisava para aula. Ele e minha amiga me acompanharam até lá. Na porta, um abraço e um "tô contigo..." Confesso que me emocionou.Não sei quantas pessoas estariam ou fariam por mim o que ele fez. Ele virou a noite preparando meu artigo. Gratuitamente. Sem eu saber. Sim não foi muito honesto eu entregar um trabalho que não fiz. Mas de qualquer forma, não havia muito que eu pudesse fazer. Na sala, outra surpresa. Dois outros trabalhos que deveriam ser entregues e não entreguei, colegas de sala, preocupados comigo, com minha ausência, fizeram e colocaram meu nome. Meu semestre estava praticamente em dia. Faltava essa apresentação oral, e duas provas na próxima semana. Eu não estou sozinho mesmo. Diferente do semestre passado, arrasado, sem quase ninguém para conversar. Tenho pessoas que se importam comigo. Um cara preparou um artigo de 13 páginas para mim. Sem eu nem notar. Enfim...com o coração tocado por esses gestos, fiz a apresentação.Se existe uma coisa em que eu sou bom é na retórica. É em convencer uma platéia do que estou falando. Crianças, jovens, adultos, pouca importa. E até doutores, que é o caso da minha professora.Parecia que até que tinha o lido o texto. Não foi brilhante enquanto estudo teórico, mas foi, nas palavras dela, a melhor apresentação e me rendeu um 7 numa matéria dificílima. Muito acima do que eu esperava. Ao sair, cumprimentado por todos, parece que as pessoas notam, fui caminhando para casa.Andei poucos metros. Era a saída do pessoal de Direito.Como já expliquei para vocês, os prédios são praticamente vizinhos. Separados por um córrego e um estacionamento. E lembrei das muitas saídas dela por aquela porta. E cansado, achei que não faria mal sentar em um daqueles banquinhos e ver o pessoal saindo. Sentei em um mais isolado, onde sentávamos depois de almoçar para esperar a aula dela das 13:30 começar.Conversávamos, namorávamos, ríamos...eramos felizes. Demais. A felicidade era palpável. E ali era só a gente. Só sentimento. Sem mentira. Não demorou e as lágrimas vieram. Com força. Copiosas. Intensas. Convulsivas. Já não havia mais ninguém andando por ali. Só eu e as lembranças. Sem forças, por ali fiquei, pela primeira vez em meses, chorando. E pensando. E caindo. E desejando o fim. Que não chega. Que demora.Mas que virá. Fiquei mais ou menos uma hora ali. Cheguei em casa esgotado de sofrer. Meu amigo me acolheu. Quis saber tudo da apresentação. Na realidade todos saíram dos quartos, vieram para sala ficar comigo. E fizeram festa. Ás vezes desconfio que eles sabem de algo. Que podem ter lido algo. Mas sou muito cuidadoso com o blog e com o note. Nunca o deixo aberto. Enfim...minha noite estava longe de acabar. Tinha que preparar o simulado da escola onde trabalho. Para o ensino médio. E isso me trouxe mais lembranças. Afinal, foi durante os simulados dela no primeiro ano, que a conquistei. Que provei ser diferente. Ela sempre ficou muito nervosa nessas provas. Tensa a ponto de tomar calmante. Ela ia fazer o simulado e eu a esperava em nosso ponto de encontro. Na mão, o chocolate preferido dela, diamante negro. Na outra uma coca cola. Um bilhetinho. Um carinho. Uma palavra. Os dois dias eram assim. E ela se acalmava. E dizia que fazia bem para ela. Com essas lembranças preparei três provas de Literatura abrangendo o ano todo.E foi difícil. Terminei eram quase 6 da manhã. Fui dormir com o mesmo ritual. Um boa noite alto para ela. Um para o namorado dela.Na cama, lágrimas. Sofrimento. Espera. E o sono que chegou. Que em breve o fim venha com ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário