domingo, 13 de novembro de 2011

Dinâmica do NÃO!

Na consulta com o psiquiatra na última quinta-feira expus tudo que estava sentido, sem amarras. Todo meu descontentamento. Todas as minhas dores. Minhas frustrações. A vontade de me matar de volta. A sequencia de lágrimas ininterruptas. A negação em fazer algo de diferente nesse super feriado. Tudo. O psiquiatra disse que sou muito negativo. Que ponho em prática o "Não" com muito mais frequência. Neguei. Engraçado né? E aí ele me disse que já que não consigo colocar o "Sim" em minha vida, que coloque o "Não" mesmo, mas sob outro ponto de vista. Quero ouvir músicas triste? Nego! Quero me matar? Não! Quero ficar enfurnado no quarto? Não! Chorar sem parar? Não! Ver fotos antigas de tempos que não voltarão? Não!E hoje, domingo, posso dizer que coloquei isso em prática com certa competência.Na quinta meu primeiro pensamento após dar minhas aulas foi ir para casa. Me trancar no quarto e chorar o dia todo. Estava com as lágrimas presas na garganta. Mas resolvi ir para o estágio. E trabalhei muito, para o tempo passar mais rápido. Fui para o Pré Vestibular. Era o primeiro dia do simulado deles, simulado que preparamos com afinco, de alto nível para vermos como eles estão a uma semana do primeiro vestibular que eles farão. Após fui para aula, onde recebi a mensagem da minha ex sogra.Foi um soco no estômago mesmo. E o coração mandou que eu me recolhesse para entender o que eu estava sentindo. Ela mandou a mensagem. Respondeu. Foi mais que do que eu pensei que aconteceria. Achava que seria completamente ignorado. Estava preparado para isso. Mas achava que se fosse para responder, não precisava ser tão fria. Que fizesse como a filha, que ignora minha existência. Por outro lado, lembrei que o que fiz aquela família não permitia que ela agisse diferente. Senti vontade de ir para casa, chorar, ficar só...NÃO! Coloquei em prática o que mandou o psiquiatra. Neguei. Saí para comemorar meu aniversário e de outros dois amigos da sala. Com tantos afazeres esqueci de mencionar aqui que me entendi com eles. Voltamos a estar mais próximos. A conversar. Não é amizade. Não posso considerar amizade, mas é um companheirismo importante. Após vim para casa. Cansado, não demorei a dormir. Acordei na sexta e fui para reunião da bolsa, após para o estágio, sempre com a ideia de ir trabalhando muito, mantendo a cabeça ocupada. Fui para o segundo dia do simulado. Após isso convidaram-me para ir jantar com  os professores e alguns alunos. Ia dizer não. Ir para casa. Ceder a tristeza. Neguei essa tristeza. Neguei a dor. Neguei a queda. Fui jantar com eles e rimos demais.De tudo e de todos. Em casa, novamente cansado, não demorei para dormir. Não nego que antes, caí no choro...ao desejar à ela boa noite em voz alta, ao desejar ao namorado dela que cuide bem dela, que não faça com ela o que eu fiz. Lembrei de tantos erros e chorei...E chorando, dormir...Acordei no sábado com reunião para trabalho da faculdade cedíssimo. O trabalho foi até ás 14hs. Voltei para casa, descansei um pouco e fui jogar bola com meus alunos. Mais uma vez a tristeza me invadiu, mas a reneguei. Expulsei do meu coração. E fiquei muito alegre lá. Brinquei com todos. Surpreendentemente joguei muito bem. Para um jogador medíocre, isso é raro. No sábado mesmo, um amigo meu, da minha época de nerd, viciado em gibis e séries, me convidou para escrever e ser participante ativo do blog dele, frequentado por milhares de pessoas mensalmente. Aceitei na hora e ontem a noite gravamos minha primeira participação no podcast do blog. É tipo um programa de rádio, via skype, cada um na sua casa. Foi muito divertido. Duas horas e meia dando minha opinião sobre assuntos que interessam a um grupo restrito de pessoas. E rindo. De quebra fiz dois novos colegas muito legais e bons de papo. Me reuni aos meus dois amigos de apartamento que não foram viajar para ficar comigo, me fazendo cia, porque acharam que não me faria bem ficar sozinho, vimos a luta que passou de madrugada e conversamos até tarde. Na cama, novas lágrimas furtivas, sem força, mas com alguma tristeza. Hoje, domingo, acordei, tive prova para professor no meu estado, fui faze-la e na volta preparamos um almoço de domingo delicioso. Todos estão descansando antes de nos reunirmos na sala de novo para mais uma rodada de futebol na tv, dessa vez com meu time para todo o Brasil. E eu me sinto bem. Me sinto contente por ter recusado várias dores. Chorei, sofri, mas muito menos do que seria se tivesse aceito a imposição da tristeza. Metade do feriadão foi embora. Ela pode ter ido viajar com o namorado. Pode estar em festa com os novos amigos. Eu estou aqui...não estou só. Me sinto só. Mas isso porque só ela dava o preenchimento completo a minha vida. Mas ainda assim...Eu segui. Ainda assim, eu não desmoronei. Apesar da vontade. Que essa iniciativa se mantenha durante todo o feriado. Que Deus esteja comigo, a despeito da minha falta de merecimento. Mas que dá saudade do tempo que esperávamos esses dias dá...Muita...

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