domingo, 13 de novembro de 2011

"Eu te amo...."

Ser amado é bom. Amar alguém e ser correspondido é melhor ainda. Durante anos eu soube bem o que é isso. Fui muito amado. E amei demais. Amei erradamente. Amei loucamente. Ainda amo, como se nenhum dia tivesse se passado. Hoje, por uma série de razões, não me acho capaz de despertar esse sentimento em ninguém. Em nenhuma mulher. Me acho feio. Desinteressante. E indigno de ser amado de novo. Mas tenho sim meu "eleitorado". E ele é composto por um grupo de meninas entre 17 e 20 anos. São 5 para ser mais exato. Todas minhas alunas. Umas inocentes. Outras ousadas. Umas cheias de atitude, outras sendo platônicas. Não levo muito em conta tudo isso. Acho efêmero tal sentimento que elas dizem sentir por mim. E não acho que é por para mim esse sentimento. Acho que é para a pessoa que passo que sou. Acho que é para o professor de literatura. Acho que assim que acabar as aulas tudo isso acabar, deve acabar, espero que acabe. Mas uma delas parece levar muito a sério o sentimento que tem por mim. Na sexta feira após o simulado me chamou, me deu um doce beijo no rosto e na minha mão deixou uma carta. Longa carta. Fazia muito tempo que eu não recebia uma carta.A última, do amor da minha vida, havia sido entregue em 13 de maio desse ano. Falava de todo o amor que ela sentia por mim e de tudo que havia pensado para os nossos 7 anos de namoro. Ao ver aquela menina linda, me entregando uma carta, foi impossível não lembrar isso. Em casa, sozinho, li a carta com atenção. Falava da vontade de me fazer feliz. De como fica feliz só em me abraçar. Em me dar oi. Que ficar perto de mim é o momento que ela mais espera. E que...ME AMA! Assim...amor! "Eu te amo, muito", estava escrito na carta. Dizia que me esperaria não ser mais professor dela. Pedia uma chance, uma possibilidade, uma esperança...É bonito ter tal sentimento. Não mereço. Não é exatamente para mim. Mas é bonito ela pensar que sente o que sente. Mas...não, não há chance de nada. Por ser aluna, por ser mais nova, e principalmente porque meu coração não quer. Não me sinto pronto. Se ela se sentiu pronta para menos de um mês depois começar uma nova história, tem a ver com várias coisas, desde o contexto até o que aconteceu conosco, passando pela maneira como cada um encara seu luto. Não sei mesmo se estarei pronto um dia. Não vejo assim. Não tenho esse tipo de esperança. No msn, fui carinhoso com ela, agradeci a cartinha, expliquei meus motivos, tudo com doçura para não magoa-la. Ela ficou triste, claro. Mas compreendeu, diz que vai esperar e me provar que não é ao professor de literatura que ela ama. Rimos juntos, e encerramos o bate papo. Após, uma outra aluna, essa mais ousada, a aluna com quem eu fiquei meses atrás, ofereceu para vir aqui para casa, passar o feriadão. Comigo. Evidentemente sinto falto de tudo aquilo que um casal de namorados faz...acostumado a fazer essas coisas sempre, mais de uma vez ao dia, seria estranho se não sentisse. Mas a falta não de FAZER em si. É de FAZER COM ELA. A mulher que mais me completou nesse aspecto. Mesmo tendo traído ela com outra, mesmo havido uma química espetacular com essa outra, minha ex namorada era tudo que eu sonhava, EM TODOS OS ASPECTOS. Mas a despeito da falta, não cedi. Se não  quero receber o coração de uma, não posso aceitar o que a outra me ofereceu. Ela ficou irritada e até me xingou. Não liguei muito e entendi a frustração. Após ela mandou mensagem pedindo desculpas. E é assim...cercado por mulheres-meninas que jamais deveriam se interessar por mim que vou vivendo. Acho que para alguma outra mais velha e fora desse contexto eu até daria uma chance...certamente aquela minha amiga de outra cidade, leitora assídua desse blog, certamente eu seguiria adiante, pela empatia e pela compreensão mútua. Mas com tanta desonestidade acumulada ao longo da vida, o mínimo que eu posso fazer com essas pessoas iludidas é ser verdadeiro. É uma novidade na minha vida. Ser verdadeiro. Não tenho experiência disso. Mas vou seguindo. Procurando não ser para alguém,que gratuitamente gosta de mim, causador das dores que me afligem. 

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