quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Poema...

Tenho pouco a dizer...até para escrever aqui estou cansado. No entanto, nessa nova noite de velhas lágrimas, esse poema de um dos meus escritores prediletos faz todo o sentido...


O Suicida
Não restará na noite uma só estrela.
Não restará a noite.
Morrerei e comigo irá a soma
Do intolerável universo.
Apagarei medalhas e pirâmides,
Os continentes e os rostos.
Apagarei a acumulação do passado.
Farei da história pó, do pó o pó.
Estou a olhar o último poente.
Oiço o último pássaro.
Lego o nada a ninguém.

Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"

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