quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Um pedaço do céu.

"Quem conheceu um amigo jamais morrerá, pois os amigos são um pedaço do céu..."  

O cantor Antônio Cardoso fez nos anos 80 uma das mais belas homenagens a amizade, com essa canção. Expressiva e intensa, ela retrata com maestria o que une dois amigos. O amigo com quem moro se tornou quase que meu irmão. Morar junto trás detalhes a relação que as vezes desgasta. Uma luz acesa até tarde, estressa. Um ir fazer o jantar depois das 23hs, irrita. Um cantar, estudar, depois da meia noite, também. Por conta disso, somos dois irmãos, que brigam, divergem, mas que dão apertados abraços de despedida, nem que ela seja por algumas horas. Temos aquela intimidade nata, de quem mora junto. Mas o meu amigo, professor de matemática...esse é meu anjo. Meu companheiro. Minha luz. Aquele que quando as coisas vão mal, vem correndo me encontrar, não importa onde eu esteja. Que me defende. Me entende. Me ama. Só que ontem ele é que precisava de mim. Então fui até ele. Mesmo não sendo exatamente num bairro que sou fã de pisar. Mas lá fui, com todo amor do mundo, ajudar meu amigo. Conversamos durante horas. Até ele se acalmar, até aquilo que ele estava sentindo ir embora. E foi. Me senti extremamente contente, por ter ajudado. Pelo abraço. Por ter sido útil. Eu amo demais aquele cara. Assim como amo o que mora comigo. Acho que nunca tive um amigo assim. Nosso sentimento um pelo outro é tão genuíno, tão puro...Somos daqueles que estão batendo papo na internet, quando um fala, sem receio: "Tô com saudade de ti sabia? Faz dois dias que não nos vemos." E aí, a gente se encontra. 
Em meio ao bate papo de ontem, de alguma forma, quando as risadas já haviam tomado conta da noite, o papo caiu na minha ex namorada, claro. E pela primeira vez em muito tempo, falei dela, rindo. Relembrei com carinho e de um jeito que ele mesmo falou que nuncam me viu, contente. Mostrei cada uma das mensagens que existem no meu celular, dela; Compramos esse celular juntos e desde então eu não apaguei nenhuma mensagem. Nem as boas, nem as ruins. A primeira delas, foi no dia 31.08.10. Estávamos brigados. E ela me mandou a noite: "Colocasse crédito para mim?" Eu respondi que não. Ela pediu desculpas e eu fui dormir com ela. Mostrei cada uma...são mais de 200 da época boa, da melhor época. E algumas poucas, já do fim. Desde a fatídica do dia 29.05.11: "Precisamos conversar." Ainda assim, cada mensagem tinha uma história e eu fui contanto todas para o meu amigo. Que me ouvia com atenção, olhos vidrados. Até que cheguei em uma, dia 23.04.2011. "Te amo. Mais que tudo. És meu amor de toda a vida, meu príncipe." Uma mensagem simples, e eu não conseguia lembrar porque recebi. Só consegui pensar, pensar, a voz foi embargando, a cara foi mudando e eu caí num choro de muita tristeza. Lamento. Culpa. Por tudo que eu fiz e não foi pouco. E pela primeira vez, eu tive um super abraço pra me consolar. Um afago na cabeça, um "Eu estou aqui, vou sempre estar aqui." De quem me ama. De quem eu amo. Foi um momento bonito. Lembrar dela. Chorar a ausência eterna dela e ter ele ali comigo. Foi uma noite, pelo que ele estava vivenciando e eu ajudei, e porque partilhamos da minha parte, linda. De amigos. 

"Mas o bem maior é ter no peito um jeito sincero de se dar. É deixar o coração se abrir direito do jeito que alguém precisa."

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