terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Muito,muito amor!

Culpa, amor, depressão, é quase o tripê desse blog. Quantos textos vocês leram sobre um desses três temas? Amor por ela, culpa pelo que eu fiz e depressão, tristeza por tanta coisa que advém nisso. Por horas o pedantismo acho que extrapolou o teclado e chegou aos ouvidos de muitos que aqui vem. Até eu me achei insportável em algumas situações. Mas a contratação, hoje confirmada, mais as aulas que dei hoje, me fizeram enxergar algo que eu quase nunca vejo, mas que é um fato quase que inerente a minha vida: AMO DAR AULAS. Amo meus alunos. Amo o que construí em tão pouco tempo. Muito pouco tempo. Há 9 meses atrás, o que eu era? O que eu tinha? Há 9 meses atrás, eu ainda não havia sequer dado minha primeira aula no projeto comunitário que criei. Alias, há 9 meses atrás, meu projeto comunitário nem existia. Estávamos, como lembram os leitores mais atentos e antigos desse blog, atrelados a um complicado processo com uma ong. Depois de um desgaste embate, fundei com meus amigos o meu maior orgulho. Meu xodó. Minha vida! Ali dei minhas maiores aulas. Ali fui super. Super heroi. Chapeuzinho Vermelho. Shakira. Peter Pan. Professor. Amigo. E estar ali me mergulhou justamente no que faltava na minha vida: Amigos. Claro, que amizade não acontece da noite pro dia, precisa de tempo, e primeiro fomos só conhecidos. Depois passamos a ter alguns divertidos encontros para tomar cerveja, ver futebol, rir. Logo depois, uma troca de confidências aqui, outra ali e enfim a amizade. Estamos sempre juntos. Formamos dentro de um grupo que eu já amo uma grande panela. A verdade foi contada para cada um. Repetida em grupo. Não houve entendimento. Nem passar a mão na cabeça. Houve acolhimento. A possibilidade de uma segunda chance. A indicação para trabalhar num colégio particular. Onde me encontrei. Onde dou aula para todos os alunos. Desde as crianças do 6º ano, até a turma doida do Terceirão. 32 em umas, 40 em outras. Amado por praticamente todos. Quase uma unanimidade. Chamado para paraninfo do terceirão com três meses de colégio. Hoje, dito pela própria diretora, peça fundamental. Dei indicações para professores de inglês, biologia e redação, prontamente aceitas. O colégio é minha casa. Sou regente de 4 turmas. O 6º( alguns chegaram a dizer que sonhavam com o dia que teriam aulas comigo) ,o 7º ( meus pequerruchos  do ano passado, meus protegidos)
o 1º ano( meus amores, dos quais fui o professor homenageado enquanto eles se formavam no 9º ano, ano passado) e o 2º ano ( futuro terceirão, amor a primeira vista. Meus alunos predileitos, e eu predileito deles) Honestamente, não sou regente de pelo menos mais duas porque não quis e não conseguiria dar conta de tanta coisa. Sou realizado nesse colégio. Mesmo nos dias mais sombrios, é lá que me encontro. Basta uma sequencia de aulas, ver aqueles sorrisos, pro meu humor, estado de espírito mudarem. Foi assim ontem, arrasado, alquebrado e depressivo por conta da espionada no Face da minha ex namorada, cheguei no colégio indisposto. Mas como resistir a tantos beijos, abraços, afagos? Aquelas carinhas juvenis, infantis, esperando ansiosamente as minhas aulas? Não dá. Hoje é dia de dar seis aulas lá. Começando com o terceirão ás 7hs da manhã e fizemos uma festa e uma super aula. Estou vivendo meus últimos dias aqui no meu estágio, treinando meu substituto para viver disso. De dar aulas. Dessa emoção. Dessa recompensa que não vem do salário. Vem da fila de alunos na biblioteca pegando livros para ler. De estar no coração dessa gente toda. O que sinto por isso, por eles, pelo meu cursinho comunitário, por meus alunos de modo geral, é isso, AMOR! Muito amor. Eles se tornaram o que eu tenho de melhor. Quando sou professor, esqueço meus problemas, quaisquer que eles sejam, e dou minha melhor aula. Rio, brinco, os gritos de bom dia mais altos sempre são os meus. Eu vou construindo uma nova história. Vou sendo alguém muito diferente do estagiário que se virava há 9 meses atrás com menos de um salário mínimo. O fracassado  que todos amavam rir(com), mas ninguém no fundo admirava. Vou matando dia a dia o mentiroso. O crápula. O manipulador. O traidor. Ainda há detalhes desse cara por aqui. Mas ele morre um pouco a cada dia. Em seu lugar, alguém melhor. Mais. Alguém mais parecido com um ser humano. E acima de tudo UM PROFESSOR! Sonho realizado!

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