quinta-feira, 22 de setembro de 2011

As razões para mentir.

A provação no colégio me chamou à reflexão. Eu não menti. Exceto quando o aluno perguntou se eu já pensei em me suicidar. Mas, foi por uma boa causa. Perderia de fato o controle da turma. Mas existe uma tênue linha que separa o não ter mentido, da vontade louca que quase me consumiu e me fez mentir para diversas crianças, pré e adolescentes. Questionei-me se não sou doente, se meu problema não é patológico. Seria mais fácil chegar a essa belíssima conclusão não? A justificativa de tudo que fiz? Doença! Nada de mau caratismo, apenas um transtorno mental que me obrigaria a mentir. Não me sinto assim. Também não me sinto como uma pessoa que gosta ou tem algum prazer doentio em mentir. Minto porque quero, minto para agradar, minto para ser mais querido, mais gostado. Nunca acredito, há anos não acredito, que reúna qualidades suficientes para que alguém goste de mim pelo que sou. Já me fiz de mais rico. Já me fiz de cheio de mulheres.Já criei amigos, amigas, namoradas que nunca existiram e usava as "vozes passivas" desses personagens para me exaltar perante as pessoas. Quando vejo em retrospectiva, noto que sempre fui amado. Mesmo antes de começar a mentir desmedidamente para todas as pessoas que conhecia. Nunca medi as consequências de uma mentira. Elas sempre saíram naturalmente.
Tudo isso aqui relatado, foi o tema da sessão com o psiquiatra hoje. Engraçado é que o psiquiatra também não me vê com algum transtorno mental. Ele diz que eu não sou confiável. E essa é uma definição corretíssima a meu respeito. Me deu poder demais? É fato que em algum momento ele me inebriará.Me mandou cuidar de um grande valor em dinheiro? Gastarei, sempre na certeza de "repor" depois.Me ama? Não será suficiente. Quererei mais e exagerei qualquer qualidade minha para ganhar mais ainda a sua atenção.
Já estou melhor? Não! Ainda digo pequenas mentiras. Fase da faculdade. O real lugar onde moro.Os empregos que tinha. Todas parecem sem consequencia. Mas ando aprendendo que TUDO tem. Da menor a maior. Uma pequena, vira uma gigante. Estou aprendendo a parar. Não deveria levar tanto tempo para me  tornar tudo aquilo que deveria ter sido, mas está. Que eu aproveite o tempo para crescer. Evoluir.Parar. Me tornar confiável.

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