sexta-feira, 16 de março de 2012

Viajar e Chorar.

Não é mais corriqueiro. Não é mais do nada. Aquele recorde de 10 dias sem chorar, já foi e muito, superado. Há um constante pensar a respeito. Se culpar. Rever os erros. Quase que em câmera lenta. Mas as lágrimas, o extravasar a dor, hoje em dia realmente é mais raro. Mas acontece. E muitas vezes quando menos espero. Após comemorar o aniversário do meu amigo, na cidade onde ambos trabalhamos, voltei para casa, minha cidade, como sempre faço. Dou aula toda a manhã e não posso permanecer lá de um dia para o outro. A volta de uma cidade para a outra se dá no tipo de ônibus que aqui no meu estado se chama de semidireto. Ou seja, ele pará em todas as rodoviárias pelo caminho. Já havia feito isso na terça e quarta da semana passada, bem como nessa terça. Não era novidade que o faria na quarta também. Mas dessa vez eu estava mais pensativo. Com preguiça. Cansado. Normalmente eu volto lendo, ou preparando as aulas do dia seguinte para os meus alunos. Desta feita estava de boboeira literalmente vendo a paisagem. Quando o ônibus parou na estação da cidade que é anexa ao sítio da vó dela. Lá ela me buscou muitos sábados de manhã quando a família dela para lá viajava e eu só podia ir depois por uma razão ou outra. É algo quase que ridículo. Uma parada. O ônibus não fica um minuto naquela rodoviária. Entra e sai. Eu olhei para o banco onde eu sempre ficava. O lugar por onde sempre o carro dela chegava. O percurso que fazíamos. Tudo. E chorei. Assim. Sem mais. Nem menos. Amargamente. E com intensas e imensas saudades. Com dor, e dor e dor! Com a culpa que sobe em cima de mim nessa hora. O restante da viagem assim foi. Lágrimas nos olhos. Fotos do notebook com saudade. Vídeos do celular. Para ouvir de novo a voz. Para lembrar do beijo. Do toque. De uma outra era. Do amor. Da saudade eterna. Não há muito que dizer. Só resta pensar com ternura. Pena que a ternura sempre vem acompanhada do que eu fiz. E não fiz pouco!

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