quinta-feira, 8 de março de 2012

Doce Cansaço!

Esgotado. Em plena quinta feira. Praticamente sem voz. Com olheiras. Com algum sono. Dor em partes do corpo que nem sabia que poderiam doer. E muito, muito contente. É o melhor cansaço que já senti na vida. É fruto do trabalho que mais gosto de fazer e que desempenho com todo amor que tenho e mais: Dar aulas. Minha estreia na cidade nova foi tudo que eu sonhei e mais. Ótimo cursinho. Maravilhosa turma. 28 alunos. 26 prestarão vestibular para Medicina. Um para Direito e outra para Odontologia. A primeira aula foi na terça feira. A cidade não é pequena, muito pelo contrário e se localizar deu trabalho depois das quase 3 horas de viagem. Cansativa viagem por sinal. Mas otimizei o tempo, corrigi provas, prepararei aulas para o dia seguinte. Cheguei ao local relativamente com facilidade. Fui tratado como se fosse a grande contratação da casa. A apresentação aos alunos foi feita pelo própria diretor. Passou um filme na minha cabeça, ao me ver ali, diante de uma plateia tão seleta e intensamente interessada no que eu tinha a dizer sobre Literatura. Sérios. Cada um com o seu caderno e seu tablet ( onde minha aula já estava inserida há 48 horas ) na mão. Tudo que eu falava, eles anotavam. Pedi pra largarem suas coisas e olharem para mim. E falei olhando para cada um deles. Tentei humanizar aquele ambiante com as mais variadas piadas.Algumas entraram fácil, outras nem tanto...outra cultura certo? Mas, ao longo de quase duas horas, fui entendo-os melhor e eles a mim. E a todo momento, foi possível criar já no primeiro dia, uma cumplicidade que já é interessante, para a relação professor-aluno. Tudo era novo lá. Ganhei meu tablet. A bela camisa pólo do Curso. Minha aula foi gravada e assistida ao vivo pelo Diretor, pelo dono e também pela orientadora pedagógica do colégio. É outro nível de ensino e até de certa forma, acima do que eu estou habituado. Na saída de lá encontrei meu amigo, o único da minha antiga lista que me resta ( aquele que ela e eu somos padrinhos de casamento) e saímos para celebrar a vitória. Nossas vidas, em outra cidade, longe de casa. Batemos um animado papo, mas sem profundidade. Não era nem a intenção. Peguei o ônibus lá meia noite. Semidireto.Nele, revisei cada pessoa que eu devia aquele momento. A professora de Física. Amiga da amizade extremecida. Mas minha "madrinha." Cada aluno que tive. Que fez minha fama. Que lota meu Facebook de elogios. O colégio onde dou aula.Que confia tanto no meu trabalho. Que me deu a cadeira inteira de Literatura. Gramática para as crianças. A cada amigo do curso comunitário que criei. O orgulho da minha vida. Minha maior realzação. E a ela...sempre a ela...E aí, claro, o choro veio fácil. Mas não convulsivo, desesperado..nada disso. Um choro triste, sentido, intenso. E que deixei vir por quase 5 minutos. Quando percebi que não era dia para ficar triste. Era dia de alegria.
 Cheguei em minha cidade e era quase 01h da manhã. Peguei um taxi, fui para casa. Tomei meu banho, e caí na cama. No dia seguinte,06hs da manhã estava de pé. Indo para o colégio que tanto amo. Dei aulas felizes, intensas. Fiz provas com duas turmas. Almocei com meu amigo, o professor de matemática e fui pegar o ônibus para repetir a rotina do dia anterior.Foi perfeito também. Foi mais aula dessa vez. Gramática né? É bem diferente. Novo encontro com meu amigo e dessa vez sim um papo mais intenso. Falei para ele que vi o Face dela. Completo. Que sei aniversário de namoro, acompanhei as primeiras menções de ambos na rede social. O quanto pareciam se amar. Os amigos, que em suas homenagens ao casal, aproveitavam para me espizinhar. Diminuir. Ele ouviu tudo atentamente. Como sempre. Não disse muitas palavras, mas o senti ali. Falamos de amizade.De nós dois.De nossos anos juntos. Relembramos grandes momentos da vida que tivemos no passado. Após isso, peguei o ônibus e voltei para casa. De novo à 01h da manhã. Hoje estava programado que eu desse apenas três aulas. Por conta da falta de dois professores, dei 5. Vim para o orgão onde faço estágio e aqui ficarei até ás 20hs, colocando o serviço em dia, ensinando meu substituto. Após, temos reunião do cursinho comunitário, que não deve acabar cedo. Nunca estive fisicamente tão esgotado. Tanto que nem fui na primeira semana de aula da faculdade. Exceto no primeiro dia e talvez amanhã. Mas esse cansaço todo que estou sentido, essa falta de tempo pra tudo, é minha mola mestra pra minha vida melhor. Pra esquecer tudo que fiz. E quem sabe, um dia, finalmente superar.

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