sexta-feira, 9 de março de 2012

As dores dos outros.

Foi um dos piores dias no colégio desde que eu dou aula lá. E não foi porque é dia 09. Ao chegar para primeira aula da manhã, descobri com enorme pesar que o pai de uma aluna minha faleceu num acidente de carro nessa madrugada. O colégio é uma enorme família. Com uma turma só de cada, cerca de 35 alunos por sala, quase todos se conhecem. E se gostam. Logo, não havia clima para aulas. Uma parte grande dos alunos foram até o velório do senhor que morreu. Alguns professores também. Coube a nós, os mais empolgados, lidar com a dor dos que ficaram. Foram abraços carinhosos, palavras reconfortantes e a invenção de uma série de atividades que fizesse com qu eles relaxassem e pensassem, temporariamente, em outras coisas. Sei que fui fundamental nisso por tudo que cerca essa minha inusitada personalidade. E sei que agradei em cheio com tudo que fiz. É um daqueles dias, em que apesar da dor, saí satisfeito comigo mesmo. 
As perdas são complicadas. Se nem nós, mais experientes, conseguimos lidar com elas, imagina uma menina de 16 anos. O mais doído foi ter lembrado que ano passado a reprovei em Literatura. Para compensar, esse ano, por alguma razão, sou seu professor favorito. Ontem dançamos inclusive na sala. Ao encenar uma cena de um seriado. Mandei meu carinho para ela de todos os meios possíveis. Motivos profissionais me impedem de ir até ela. Ainda assim sinto muito o que aconteceu. Quando outros tem uma perda tão significativa,  e incomparável como a perde de um pai amado e presente, a NOSSA própria dor fica meio fora de foco. Fica longe da realidade. Tomara que esse menina se recupere. Que ela siga a vida brilhate que tem pela frente. Que Deus a abençoe. Muito mesmo! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário