domingo, 4 de março de 2012

Popularidade.

A popularidade sob diversas circunstâncias é um fardo. Um fardo porque as pessoas te colocam num pedestal inexplicável. Diferente do projeto social onde dou minhas aulas, em que TODOS os professores sabem da canalhice que fiz ( e até alguns alunos), no colégio onde sou contratado, isso não acontece. Não poderia fazer isso com crianças de no máximo 17 anos. Logo, lá, meu apelido é "O melhor professor do mundo."  Mais querido, festejado, abraçado, idolatrado, de todo o colégio. O regente de 4 turmas e que não é de mais porque não quer ser e nem pode. A última sexta feira foi prova disso. Eu nunca tirei tantas fotos quanto naquele dia, acho. O Facebook me enviava notificações a cada minuto. Uma nova atualização com meu nome aparecia a todo instante. Elogios em profusão. Mas eu não tenho exatamente orgulho disso. Muito pelo contrário. Eu fico pensando, se reunisse meus quase 400 alunos no teatro e explicasse minha história. Contasse os horrores que fiz...quantos ainda teriam essa admiração exacerbada? Poucos. Porque ninguém compactua com um mau caráter. Alguém que fez tanto mal. Ao menos, não alguém bom. Então, a cada novo elogios, sinal de afeto, adoração e até em alguns casos extremos, amor, eu não me encho de orgulho. Eu penso. Penso e imagino o que seria de mim se eles soubessem a verdade? Quanto tempo demorariam para me escorraçar da vida deles? Merecidamente? Não sei. Muito ou pouco, tanto faz e não importa muito. O fato é que me tirariam. A popularidade é uma constante lembrança sim do que eu fiz. Minhas aulas no youtube, repleta de elogios é uma opressão. E de certa forma, incomoda os outros professores. Que trabalham bem, que lutam, que estudaram, mais que eu até, para chegar onde chegaram e não tem esse reconhecimento. Exceto com meus amigos, que coloquei lá dentro, ou que já estavam é correto afirmar que não gozo da mesma simpatia do quadro docente do colégio. E isso é evidente. Um professor assim querido e próximo dos alunos, causa ciúmes. Que é outro sentimento que eu não gostaria de causar. Não trabalho para ser o professor mais popular do colégio. Trabalho para ser um bom professor e só. De bom grado, daria esse fardo para outra pessoa. É duro de carregar. Porque a lembrança vem fácil com ele.

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